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A Tradição da Torta Capixaba – Por Areobaldo Lellis Horta

Essa tradição Capixaba é a TORTA CAPIXABA

Se não se tem guardado a tradição no tocante à maneira como, há mais de meio século, se realizavam os atos internos e externos da Semana Santa, às modificações introduzidas não representavam uma quebra absoluta dessa mesma tradição, no que diz com a comemoração da Páscoa de Jesus.

Porém, se a primeira não se acha sujeita à orientação da família capixaba, uma tradição existe, que lhe é própria, que lhe pertence por inteiro e cujas origens aprofundam raízes em épocas imemoriais.

Essa tradição é a TORTA.

 

O QUE É A TORTA?

 

Antes do mais, ela é um símbolo, do ponto de vista psicológico, porque rememora a "Ceia do Senhor", aquela que o nazareno ofereceu a seus doze discípulos, na noite do quinto dia, em que a sua gente celebrava a retirada dos hebreus do Egito, em busca da Terra Prometida, a Terra de Canaã.

Muito se tem falado e escrito sobre a TORTA, justamente porque, ignorantes dos seus motivos, a encaram apenas sob o ponto de vista material, somente no tocante à sua confecção. Porém, a TORTA dos nossos maiores que aceitamos e adotamos, como uma tradição de nossos sentimentos cristãos, sobre ser um símbolo, possui a sua confecção específica, que a distingue de todos os pratos com que ela se pareçam.

Não é frigideira, nem mexido, nem fritada. Nada disso.

Não é prato corriqueiro, de uso diário ou constante nas mesas.

Entram em seu preparo apenas mariscos e palmito, que é o seu característico. Não levando palmito, e alio sendo feito nos rigores da culinária capixaba, o prato pode ser tudo, menos TORTA.

A TORTA sempre foi comida na quinta-feira maior, à noite, relembrando a Ceia do Senhor. Regada a vinho e iguaria única a figurar nessa ceia, a TORTA representa o pão ázimo, distribuído na noite do Getsêmani pelo Cristo aos apóstolos e o vinho possuindo idêntica representação do distribuído por Jesus naquele memorável repasto.

Com o correr dos anos passou ela em muitos lares capixabas a ser comida no almoço, mas sempre possuindo o mesmo sentido. Não há família, principalmente vitoriense que, esteja onde estive, não a faça naquela quinta-feira. No interior, à falta de marisco, empregam-se o bacalhau e camarão seco, além do caranguejo nos pontos mais próximos do mar.

Tal a tradição, legados dos nossos maiores, e que a família genuinamente capixaba guarda por ser coisa sua e possuir uma alta expressão simbólica na esfera de sua fé cristã.

 

Fonte: A Vitória do meu tempo – Academia Espírito-Santense de Letras, Secretaria Municipal de Cultura, 2007 – Vitória/ES
Autor: Areobaldo Lellis Horta
Organização e revisão: Francisco Aurelio Ribeiro
Compilação: Walter de Aguiar Filho/ junho/2020

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