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Antônio de Ataíde (ou Conde de Castanheira): O homem que mandava no Rei

D. João III de Portugal

Antônio de Ataíde inventou o Brasil

Um dos mais extraordinários personagens do Brasil colonial permanece desconhecido de 99,9% dos brasileiros. Seu nome não é encontrado em virtualmente nenhum livro didático, e mesmo os acadêmicos o ignoram quase por completo. No entanto, durante mais de 30 anos nada se fez no Brasil que não por ordem de dom Antônio de Ataíde. Entre 1525 e 1558, Ataíde era de fato o homem que mandava no Brasil simplesmente porque era o homem que mandava no rei.

Em 1530, partiu de Lisboa a primeira expedição colonizadora enviada ao Brasil. Quem a organizou? Dom Antônio de Ataíde - que escolheu seu primo-irmão Martim Afonso de Sousa para chefiá-la. Em 1534, a colônia foi dividida em capitanias hereditárias. Por ordem de quem? De dom Antônio - que distribuiu os lotes entre seus colaboradores mais próximos. Em 1549, fracassado o regime das donatarias, estabeleceu-se o Governo-Geral.

De quem foi a idéia? De Ataíde - que, além de nomear outro primo-irmão, Tomé de Sousa, para o cargo de governador-geral, redigiu o "regimento" que tem sido chamado de "primeira Carta Magna do Brasil".

Quem, afinal, era dom Antônio de Ataíde e como chegou a adquirir tanto poder? Nascido em 1502, era um fidalgo que virou o melhor amigo do então princípe-herdeiro dom João (nascido em 1503). Os dois garotos passaram a infância e a juventude juntos. Tão íntimos eram que, julgando que a influência de Ataíde sobre dom João "pudesse ser feitiço", o rei dom Manuel não só afastou o primeiro-amigo da corte como mandou prendê-lo. Mas em fins de 1521 dom Manuel morreu. Ao assumir o trono, com o nome de dom João III, o novo rei transformou Ataíde no homem mais influente de Portugal.

O poder sem fronteiras do conde de Castanheira

Além de virar conde de Castanheira, dom Antônio de Ataíde tornou-se vedor, cargo equivalente ao de ministro da Fazenda, e o principal articulador político do Império. Foi dele a idéia de "investir" no Brasil e desocupar as fortalezas lusas no Marrocos. Foi ele quem escolheu os três primeiros governadores-gerais do Brasil e quem determinou a expulsão dos franceses. Morreu em 1558, não sem antes fazer de seu filho, Antônio de Ataíde, o segundo conde de Castanheira e seu bravo sucessor.

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Nota do Site: Em certo livro de história (História do Brazil 1500-1891, AUTOR: DE ANDRADE), consta que Vasco Fernandes Coutinho, donatário da capitania do Espírito Santo, era vizinho de um amigo do conde de Castanheira em Alenquer, local onde morava em Portugal. O referido conde é que pediu ao rei que desse uma Capitania para Coutinho, por ter sido um homem de Armas, e agido com Afonso de Albuquerque nas conquistas da Índia.
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Não confundir Antônio de Ataíde (conde de Castanheira) com Antônio Francisco de Athayde, que foi prefeito de Vila Velha entre 1918 e 1921, e hoje empresta seu nome à famosa rua de Vila Velha.

 

Fonte: Revista É poca/2001
Autor: Eduardo Bueno
Compilação: Walter de Aguiar Filho, 2001

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