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Guarapari - Cidade Saúde

Famosa e milagrosa - Praia da Areia Preta, Guarapari

Guarapari foi a primeira cidade-porto ao sul de Vitória. Era visitada anualmente por uma média de 93 navios em 1923, pouco mais da metade dos que aportaram em 1915. Abrigado com profundidade mínima no canal de entrada de 15 pés, o ancoradouro sempre foi pequeno, não permitindo manobra fácil. A partir da década de 20, o porto entrou em decadência, até Guarapari ser ligada a Vitória por via terrestre de forma precaríssima. A partir daí, o movimento portuário foi desativado, segundo Cícero Moraes em seu livro Geografia do Espírito Santo.

Guarapari passou a ser atração turística depois que o médico Antônio da Silva Mello fez uma descoberta. Estudando a ação das areias da cidade, observou que eram benéficas no tratamento de polinevitres. Através de sua divulgação, Guarapari começou a ser conhecida como estância balneária.

CURAS

“A notícia correu. As curas, ou pelo menos as melhoras surpreendentes, se multiplicavam. A cidade rejuvenesceu. Deixava de ser cidade-porto para ser cidade-saúde e, conseqüentemente, cidade do turismo. As estradas foram asfaltadas e os arranha-céus se erguiam”, afirma o geógrafo em seu livro editado em 1974.

Silva Mello em seu livro Guarapari Maravilha da Natureza, contestou que ele não foi o descobridor da areias monazíticas de Guarapari. De qualquer forma, a cidade passou a ser conhecida através de seus artigos publicados na revista O Cruzeiro e em outras de circulação nacional e científicas. Mello já era conhecido pelas suas pesquisas sobre os efeitos da radiotividade sobre o sangue e os órgãos hematopoéticos, realizadas com tório X no Instituto de Radium de Berlim em 1914.

São três tipos de areia encontrados em Guarapari: ilmenita, granada e monazítica. A ilmenita é de cor preta, constituída de titânio, ferro magnético e outros metais. A granada, de cor vermelha, apresenta pequenos cristais. Contém em proporções variáveis alumínio, ferro, cobre, cálcio, magnésio, manganês e outros metais.

Já a monazítica, de cor amarela, é um fosfato de diversos metais, que contém tório, de onde se extrai o hélio e outros elementos usados na desintegração atômica. As areias monazíticas foram inicialmente usadas pelo seu teor de tório. É como rádio e o urânio, substâncias eficazes no tratamento de afecções articulares e reumáticas.

Na verdade, as areias de Guarapari foram descobertas em 1898. Somente em 1906 a Societé Miniére et Industrielle Franco Bresilixnne instalou a usina da Mibra para fazer beneficiamento da areias monazíticas, exportando o produto para ser tratado na França. A Mibra era administrada pelo superintendente Boris Davidovitch – cidadão russo naturalizado americano, que se suspeitava ser o testa de ferro de John Gordon, que explorou e comercializou clandestinamente as monazíticas da Bahia, de 1882 a 1886. As areias eram carregadas a título de “lastro de navios”.

A Mibra funcionava dia e noite, com três turnos de operários que recebiam salários miseráveis. A empresa pagava 4% do valor da areia bruta de taxas ao governo, além das tarifas de transporte e o direito de exportação. As areias eram separadas por lavagem e depois por eletroímãs. A exploração prosseguiu até os anos 60, quando o governo começou a taxar e exploração e exportação do produto. Os proprietários desativaram a empresa.

 

Fonte: Edição Especial de A GAZETA – Municípios do ES
Vitória, segunda-feira, 26 de setembro de 1994
Compilação: Walter de Aguiar Filho, julho/2014 

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