Primeira greve operária e Governo Marcondes Alves de Sousa

Em novembro de 1908, Cachoeiro de Itapemirim foi palco de acontecimento que assinala a presença, viva e palpitante, de numerosa classe operária no território capixaba. Entraram em greve os trabalhadores da construção da Estrada de Ferro Sul do Espírito Santo, por atraso do pagamento dos salários. O movimento explodiu nas cercanias da cidade e – segundo o depoimento d’O Cachoeirano – conseguiu empolgar cerca de oitocentos trabalhadores, que estiveram acampados ali, durante dois ou três dias, batendo-se pacificamente pelos seus direitos, afinal satisfeitos em parte, com o pagamento de uma fração do que lhes era devido.
Como era natural, a atitude dos operários preocupou o governo estadual que, cautelosamente, solicitou o auxílio de forças federais. De pronto, foi mandado um contingente do 20.º Batalhão de Infantaria, do Rio de Janeiro, que se limitou a umas escaramuças, nas estradas, com pequenos grupos de grevistas, já de regresso aos seus barracões.
Reforma da Constituição – Lutas políticas – Durante o governo de Marcondes Alves de Sousa – que sucedeu a Jerônimo Monteiro – o Congresso Estadual submeteu a Constituição a uma reforma cujo objetivo principal era atender a interesse político eventual.
Preocupado em conhecer pessoalmente os problemas locais de cada região, Alves de Sousa visitou todos os municípios do Estado, em 1913.
Ao fim de seu governo – quando da propaganda eleitoral para a sucessão presidencial – o Estado conheceu, novamente, dias de luto e tristeza, provocados por tremenda luta política.
O Espírito Santo dividiu-se entre os partidários de José Gomes Pinheiro Júnior e Bernardino Monteiro. Reconhecida, oficialmente, a vitória do último, os partidários daquele tentaram estabelecer um segundo governo, com sede em Colatina.(37)
NOTAS
(37) 37 - O episódio é conhecido pelo nome de Revolta do Xandoca, devido a Alexandre Calmon. Esse político, a princípio companheiro de chapa de Bernardino Monteiro, como candidato à vice-presidência, rompeu com os antigos correligionários, aliando-se a Pinheiro Júnior. Realizadas as eleições, os partidários do último instalaram um Congresso Legislativo, em Vitória, sob a presidência de Joaquim Guimarães. A vinte e três de maio de 1916, Pinheiro Júnior instalou seu governo em Colatina, proclamada capital do Estado, e embarcou, em seguida, para o Rio de Janeiro, de regresso a Teresópolis, onde clinicava. Alexandre Calmon, na qualidade de vice-presidente, manteve-se ali até o dia vinte e nove de junho de 1916, data em que se internou no território mineiro, seguido de um grupo de companheiros solidários com a sorte do chefe vencido.
Fonte: História do Estado do Espírito Santo, 3ª edição, Vitória (APEES) - Arquivo Público do Estado do Espírito Santo – Secretaria de Cultura, 2008
Autor: José Teixeira de Oliveira
Compilação: Walter Aguiar Filho, setembro/2017
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