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Tartarugas lançadas ao mar preservam espécie

Augusto Ruschi - Foto de foto, Museu de Biologia Professor Mello Leitão - 2018

Depois de criadas em cativeiro durante dois anos, nos tanques da Universidade Federal do Espírito Santo, 15 tartarugas da espécie Caretta-caretta foram soltas no mar, na região de Comboios, norte do Estado, como parte do programa de preservação Dar uma mão à natureza, de procedência norte-americana.

As tartarugas que ganham o mar na idade de dois anos são mais capazes de superar os obstáculos impostos por seus predadores. Mas a eficiência do programa vai depender de sua capacidade de atingir a maturidade sexual, entre cinco e oito anos, quando deverão voltar à terra para desovar — disse Maria Luiza NatalIi, professora de zoologia e coordenadora do programa. Todas as tartarugas levaram uma plaqueta de identificação, para que, quando voltarem à terra, os pesquisadores possam avaliar os resultados do programa.

Comboios, no município de Linhares, a 140 km de Vitória, é uma área de desova das tartarugas Caretta-caretta e Demorchelys coriacea, esta conhecida como tartaruga-gigante-do-casco-mole, por causa do seu peso, de mais de mil quilos. E o único lugar do mundo em que os cientistas registraram a desova da Demorchelys.

A Demorchelys é uma espécie preocupante — disse Maria Luiza, pois está próxima da extinção. Trata-se de uma espécie em fase terminal, embora as demais também estejam sob sério risco.

Já no ano passado, nove tartarugas da espécie Caretta-caretta foram soltas no mar, na primeira leva do programa. A coordenadora explicou que as da espécie Demorchelys são poucas, ainda criadas em cativeiro, e deverão ser lançadas ao mar no ano que vem.

A dificuldade com as Demorchelys é que elas pouco aparecem em Comboios, onde as da espécie Caretta-caretta são mais frequentes. Parte dos ovos coletados é fornecida para os cativeiros da universidade capixaba, pelos técnicos do Projeto Tamar, do IBDF, que tem um centro de proteção junto à praia de Comboios. Nessa praia, uma reserva florestal criada há 30 anos pelo cientista Augusto Ruschi, apesar de quase dizimada, ainda oferece pequena proteção.

Descoberta

Foi Ruschi quem descobriu, em 1938, o lugar de desova da Demorchelys. Ruschi constatou que a tartaruga havia escolhido a região de Comboios por seus fatores ecológicos favoráveis. Trata-se de uma cadeia de bancos de areia em frente aos estuários dos rios Doce e Piraquê-açu. Como a tartaruga nada em grandes oceanos, avança pela correnteza marinha para depositar seus ovos nas pequenas elevações do terreno.

Além disso, ainda existia ao longo da praia uma mata de mais de 30km, propícia ao ritual da desova, que requer área desabitada. A floresta tem a vantagem de manter o homem à distância. Em 1940, Ruschi propôs ao governo do Espírito Santo a criação da reserva de Comboios, para proteger a desova das tartarugas. Mas só foi atendido cinco anos depois, quando pescadores da vila de Regência já tinham começado a abatê-las. A reserva foi criada, mas não recebeu proteção dos governos capixabas. Pescadores e invasores chegavam facilmente ao local de desova das tartarugas.

"Eles abatiam as tartarugas às centenas e recolhiam milhares de ovos", denunciou certa vez Augusto Ruschi. O cientista chegou a ir de carabina até a praia para afugentar os pescadores, que comercializavam os ovos, muito saborosos, fora do estado, e se alimentavam de sua carne. Em 1960, Ruschi previu a extinção dos animais.

 

Fonte: A Gazeta, Vitória - ES, 01/12/1982
Texto: Rogério Medeiros
Arquivo: Instituto Jones dos Santos Neves
Compilação: Walter de Aguiar Filho, julho/2018

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