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Tesouros guardados na imaginação

Foto escaneada do livro - Vitória Física de Adelpho Poli Monjardim

Se as evidências e pesquisas não transformaram em História os feitos dos piratas e salteadores, o ouro dos jesuítas e dos antigos salafrários, a imaginação popular cuidou de deixar bem vivas muitas histórias. Algumas delas foram reunidas pelo ex-prefeito e escritor Adelpho Poli Monjardim em livros como O Tesouro da Ilha da Trindade e O Espírito Santo na História, na Lenda e no Folclore. O professor e escritor Renato Pacheco colecionou algumas outras e muitas permanecem em estado bruto, para serem investigadas. Histórias semelhantes às das bruxas: “Eu não creio em tesouros, mas que eles existem, existem.”

 

Piratas e butins

 

Contam as lendas que a ilha de Vitória serviu de esconderijo para tesouros de muitos piratas no século XVII. Diz-se, inclusive, que alguns deles chegaram a montar um quartel-general num dos casarões do Contorno, na região da Ilha das Caieiras, deixando nas imediações riquezas incalculáveis. As lendas referem-se também às partilhas dos butins que ali ocorriam, sempre violentas, ruidosas e que terminavam em mortes.

No livro de Adelpho Poli Monjardim há referências também ao ataque do corsário holandês, João Delchi, em 1640, ao Convento da Penha. Um ataque frustrado por um verdadeiro milagre: quando os 800 homens do exército pirata alcançavam o prédio do Convento, surgiu das nuvens um batalhão de guerreiros celestes que os varreu do Morro da Penha.

 

A riqueza dos jesuítas

 

O tesouro perdido dos jesuítas foi fermento para a imaginação de muitos capixabas e houve quem chegasse mesmo a enlouquecer na busca de tais fortunas. Acontece que se acreditava que a Companhia de Jesus possuía tesouros inimagináveis compostos por jóias e pedras preciosas, e quando eles foram expulsos, em 1759, não tiveram tempo de carregá-los.

Conta-se que entre as riquezas dos religiosos havia réplicas dos 12 apóstolos em ouro, tamanho natural; um carneiro de ouro, além de pedras preciosas, sacrários e moedas de ouro e prata. Tudo isto ficava na antiga igreja de São Tiago, mais tarde transformada no Palácio Anchieta. As versões divergem sobre onde os jesuítas teriam deixado o tesouro. Adelpho Poli Monjardim soube das lendas que diziam que a riqueza estava numa fazenda em Caçaroca, município de Viana. Soube da história de um agricultor das redondezas que obteve o mapa do tesouro através de um sonho. Ele deveria ir num local próximo, entre as rochas de um pequeno riacho à meia-noite, e procurar a riqueza sob uma laje que havia sido ali enterrada. O agricultor seguiu as regras do sonho à risca, armado do instrumental necessário. Começou a cavar à meia-noite, mas quando a picareta chocou-se com um cofre, ouviu um grito selvagem e se fez a maior escuridão.

Dizem que o tesouro encontra-se até hoje no fundo de um poço oculto nos subterrâneos do Palácio Anchieta. Outros garantem que ele permanece nas imediações da Barra do Jucu.

 

Por: Andréa Curry
Publicado em: A Gazeta, de 6 de agosto de 1989
Fonte de Pesquisa: Casa da Memória de Vila Velha
Compilação: Walter de Aguiar Filho, junho/2012 

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