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Tipos populares de Vitória antiga

Praça Costa Pereira final da década de 1940

Há outros e outras, mas são meio barra-pesada e não dá para contar nesse livro...

A RAINHA DAS FLORES, como era conhecida em toda Vitória na década de 1930 a 1940, era um tipo interessante. Sempre vestida de branco ou cinza claro, com a cara toda empoada de talco, lábios pintados de um vermelho forte, e sempre com um ramo de flores atravessado num braço, como quem segura um bebê, ficava todo dia transando da Vila Rubim, até a Praça da Independência, hoje Costa Pereira, e vice-versa. Não fazia mal a ninguém, e todos gostavam dela, achavam graça e ajudavam-na em dinheiro, quando ela pedia, o que aliás era pouco.

AGAPITO foi um dos maiores bebedores de cachaça que Vitória já viu. Fazia ponto na Praça Oito e imediações e as 7 ou 8 da manhã já estava mais prá lá do que prá cá. O dinheiro para tomar suas canas ele pedia aos conhecidos.

Um dia, lá pelos idos de 1945, estou na Praça Oito batendo um papo com amigos quando o AGAPITO chega-se à nossa roda e diz:

— Seu Hélio, o Sr. pode me emprestar 2$000 (dois mil reis)?

Eu respondi-lhe:

— Agapito, só tenho oitocentos reis trocados, serve?

— Serve, seu Hélio, mas o Sr. fique sabendo que está me devendo mil e duzentos reis!!!

Até hoje estou devendo este dinheiro ao AGAPITO.

MEIO FIO a geração que hoje está com uns 50 anos (não é a minha pois estou com 28 anos. . .) deve se lembrar do MEIO FIO. Este apelido, ele o tinha porque tinha uma perna mais curta que a outra.

De formas que para andar firme ele tinha que andar pisando com um pé na rua e o outro mais curto na calçada. Quando ele passava, a garotada gritava: — "Meio Fio!!!" Mas em compensação ouviam tantos palavrões que as senhoras e até os homens tinham que tapar os ouvidos...

OTINHO, falar em Otinho, não é necessário, pois ele está ai vivo, com seus cadernos e lápis na mão declamando e abraçando todo mundo. Figura querida.

DR. AGA Engenheiro, de nacionalidade japonesa era conhecido em Vitória por dois motivos: bom engenheiro e bom bebedor de cana. Corria em Vitória que ele só fazia seus projetos de engenharia quando estava bem cheio. Sóbrio era uma negação...

 

 

Fonte: “Estória de Boemios e Outras Estórias” - 1978
Autor: Helio de Oliveira Santos
Fonte FB FOTOS ANTIGAS DO ES - Adriano Pires
Compilação: Walter de Aguiar Filho, abril/2019

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