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Viajantes Estrangeiros ao ES – Moritz Rugendas

Historiemos: Cuidava o Brasil de proclamar a sua independência da corte portuguesa, ou, mais precisamente, em fins do outono de 1821, e Johann Moritz Rugendas fez a sua primeira viagem ao nosso país. Fôra contratado pelo Barão Georg Heinrich von Langsdorff, cônsul-geral da Rússia no Rio de Janeiro, como desenhista da expedição científica ao interior.

É provável que o jovem pintor bávaro se tenha detido no Rio de Janeiro de 1822 até o princípio de 1824, ocasião em que, afinal, a expedição se organizou. Em Minas, ele ter-se-ia separado da comitiva para aventurar-se, sozinho, pelas Alterosas, desenhando paisagens, panoramas de cidades e a mineração do ouro. Penetrando na selva, desenhou, também, os índios do Espírito Santo, onde é ele próprio que informa haver estado, segundo os seus apontamentos biográficos, redigidos para o escritor francês Radiguet: "... Continuei só, minha excursão, visitando as províncias de Minas e Mato Grosso, do Espírito Santo e da Bahia. Penetrei, sozinho, na floresta, seguindo o curso dos rios nas canoas dos índios, passando uma estação inteira com eles, retido às margens do Rio Doce, pela doença dos meus negros e caçadores que eu não queria abandonar e pelas grandes chuvas. É preciso ter uma rija constituição física e moral para suportar todos os incômodos, privações e fadigas, aos quais se é exposto numa dessas viagens. Eu não descansava: desenhei por todo o tempo, enquanto pude dispor de papel e cadernos. Observei os selvagens em suas cabanas, seus costumes, anotando as suas línguas ..."

A bagagem dos quinhentos desenhos que Rugendas levou dessa primeira viagem, para a Europa, perdeu-se em grande parte, na guerra, e outra parte dispersou-se nas coleções particulares. Resta-nos o consolo da existência de dez desenhos, na Biblioteca Municipal de São Paulo, bem como da notícia de existir nos arquivos da Academia de Ciências de Leningrado, sessenta e sete desenhos originais do espólio do Barão de Langsdorff. Subsistem, ainda, algumas pinturas a óleo, pelo menos três, nos palácios em Potsdam e mais duas num palácio em Regensburg, na Europa.

Permanece a curiosidade em identificar os desenhos que Moritz Rugendas executou no Espírito Santo: estariam insertos no álbum: VOYAGE PITTORESQUE DANS LE BRÈSIL — 1827-1834 (VIAGEM PITORESCA ATRAVÉS DO BRASIL), representados nas gravuras dos botocudos e outros índios?! 

 

Fonte: Viajantes Estrangeiros no Espírito Santo, 1971
Autor: Levy Rocha
Compilação: Walter de Aguiar Filho, abril/2016

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