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Brasão de Vasco Fernandes Coutinho.

Os primórdios da terra

Quando Vasco Fernandes Coutinho desembarcou
em Vila Velha, no dia 23 de maio de 1535,
encontrou muito mais do que uma terra primitiva
habitada por silvícolas nada hospitaleiros.
Aqui, o lusitano, tão viajado, com aventuras
na Ásia e na África, deparou-se com o amor.
Não o amor de uma mulher (ou de um homem).
Vasco só tinha olhos e coração para Ana Vaz,
seu amor ilícito, casado que era
com dona Maria do Campo.
Ele se apaixonou pela nova terra
E quis fazê-la parir frutos de dar inveja
Na Europa, velha dama presunçosa.

Os encantos do novo continente seduziram
A alma do português.
Daqui só saiu para ir a Portugal
À cata de recursos.
Queria tornar sua capitania a mais bela
Dentre todas que Sua Majestade, El Rey,
Concedeu aos amigos da corte.

Logo se surpreendeu de ter ido.
Não havia interesse no progresso da colônia.
E Vasco sentia falta do fumo que aprendera
A apreciar com os nativos brasileiros.
Sentia falta da moqueca de sururu, da cachaça
E de uma boa índia, apesar da idade avançada.

Quando primeiro pisou por aqui, já havia
Dobrado a curva dos quarenta anos e começava
a descambar ladeira abaixo rumo a velhice. (...)

Voltou de Portugal tão falido quanto quando partira. (...)

A vila de Vitória
Tinha sido arrasada pelos nativos e pela
Incompetência dos que deixara em seu lugar.

A melancolia é uma doença da alma,
Mas arrebenta também a carne e o espírito
E Vasco tornou-se um homem contemplativo.

Sem ânimo, o capitão do Espírito Santo
Passava os dias na fazenda da Ribeira, bebendo,
Fumando e olhando para o mar.
As últimas naus eram agora
Fantasmas vagos que a memória
Insistia em não abandonar.
Apenas as gaivotas mantinham-se assíduas
Em mergulhar nas águas límpidas da baía
À cata de manjubinhas.

Vasco se imaginava jovem e intrépido,
descobrindo minas de ouro nas sua terras.
O sultão das Índias saltava de um navio prateado
Na Pedra Bonita com todo seu séqüito.

E o próprio rei de Portugal passeava
Pela beira do cais de Vitória com uma revoada
De pombos a fazer-lhe sombra.

Iam todos à caça e ele, Vasco, saltava rios
E morros perseguindo uma capivara
Tão grande quanto um porco.

Tão diversa a realidade. Vasco já não passa
De um velho decrépito, quase inválido,
Recolhido à fazenda da Ribeira,
Senhor das moscas que lhe entram pela boca
E pelas narinas.

A febre torna-se uma companheira constante.

Oh! As calúnias lançadas pelo donatário da Bahia
Dando conta ao rei de que ele, Vasco,
Planejara tornar o Espírito Santo
Uma Lusitânia melhor que a corte.

“Será que o rei pensou que eu o quis sobrepujar”?
Indagou-se num espasmo.
Isso explicava a indiferença
Com que fora tratado na corte.
“Dane-se Sua Majestade!”, resmungou. (...)

“Será que me desfiz da fortuna, deixei a família
E o conforto da corte para terminar pobre e doente
Neste canto de mundo esquecido por Deus?”

Em meio a essas reflexões, Vasco nem viu
O anjo da morte atracar sua nau no porto.
Estava agora a seu lado estendendo a mão caridosa.

Em um segundo, as preocupações da vida
Deixaram de fazer sentido
E Vasco adormeceu profundamente.
Como uma montanha, já não indagava.

No porto, a nau partiu e ninguém percebeu.
Mas a brisa virou vento sul
E assim permaneceu durante três dias.

Fonte: Livro O mar interior e outras paisagens
Autor: Alvarito Mendes Filho