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A Serra da Arrábida - Frei Agostinho da Cruz, OFM

Frei Pedro Palácios

O poeta místico Frei Agostinho da Cruz viveu e inspirou-se no eremitério da Arrábida, em Portugal, como contemporâneo de Frei Pedro Palácios. O soneto abaixo descobre o segredo porque Frei Palácios escolheu o morro da Penha para nele prosseguir a vida contemplativa aprendida na Serra da Arrábida. Pois, aqui, no Espírito Santo, achara outra Arrábida que favorecesse o recolhimento, a oração e a união com o Criador. Eis o soneto:

Do meio desta Serra derramado

A saudosa vista nas salgadas

Águas, humildes, quando e quando inchadas,

Conforme a qual o vento vai soprando (1),

 

Estou comigo só considerando,

Donde foram parar cousas passadas,

E donde irão presentes mal fundadas,

Que pelo menos passos vão passando.

 

Oh, qual se representa nesta parte

Aquela derradeira hora da vida,

Tão devida, tão certa e tão incerta!?

 

Em quantas tristes partes se reparte,

Dentro nesta alma minha entristecida,

A dor, que tem tais extremos me desperta (2),!?

 

NOTAS

1 – Alguns manuscritos dizem em vez de “vento”, “tempo” parecendo mais correto “vento”.

2 – O soneto acha-se em Maria de Lourdes Belchir “Os Homens e os Livros” (séculos XVI e XVII), Lisboa 1971 pág. 63.

 

Fonte: Antologia do Convento da Penha, ano 1974
Autor: Frei Venâncio Willeke O. F. M.
Compilação: Walter de Aguiar Filho, setembro/2015

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