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Abastecimento dágua em Vila Velha

Prainha e a Enseada de Inhoá em 1936

No início da colonização do solo Espírito-Santense, o abastecimento d´água da Vila era advindo do córrego do Encerica. Este córrego nascia no entorno das encostas sul do morro de Jaburuna.

Mais tarde com o crescimento da população na orla da Prainha, alguns pescadores se mudaram para Inhoá onde encontraram melhores condições para abrigar suas embarcações e facilidade em obter água potável.

A água desta fonte serviu para abastecer a fábrica de tecidos ali construída no final do século XIX.

Conhecida como a fonte de Inhoá e por serem suas águas de excelente pureza, já no século XIX, mais precisamente em 1844, o Vice Presidente da Província Jose Francisco de Andrade e Almeida Monjardim, preocupado com a saúde pública, resolveu intervir no abastecimento de água na província. No seu pronunciamento á Assembleia diz: Julga a Câmara da Vila do Espírito Santo que as obras mais necessárias àquele Município são,... a pequena ponte que dá passagem para a fonte de Inhoá, e o concerto desta fonte, cujo mau estado faz que se misture a água potável com a de lavar, o que muito deve prejudicar a saúde pública.

Em 1847, atendendo a solicitação feita pela Câmara de Vila Velha para reparos na fonte, o presidente Luiz Pereira de Couto Ferraz foi pessoalmente visitá-la e observou que a obra exigia algum cuidado e perícia, e por isso convidou o engenheiro civil Frederico Wellmer para proceder a planta respectiva depois dos necessários exames.

No ano seguinte o presidente lamentava que não estivesse sendo construída a ponte do caminho para a fonte e que apesar de ser uma obra barata ela ainda não havia sido concluída por falta de interesse.

Em visita ao Espírito Santo em 1860, no dia 28 de janeiro em visita a Vila do Espírito Santo S. M. D. Pedro II além do Convento, da Câmara e Igreja do Rosário, visitou a fonte pública de Inhoá.

Na presidência do doutor Francisco Ferreira Coelho em 1871, foi sancionado a Lei No 25 que autorizou ao presidente a despender até 1:500$000 réis, com a caixa d’água de Inhoá na vila do E. Santo. Foi designado o engenheiro Júlio Álvaro Teixeira de Macedo para que levantasse a planta da obra e fizesse o respectivo orçamento. Foi expedido ordem à tesouraria provincial para por em arrematação a obra sendo a mesma orçada em 1:386$000 réis.

Os anexos enviados pelo Inspetor Geral da Diretoria Geral de Obras Públicas da Província, doutor Jose Feliciano Noronha ao presidente doutor João Tomé da Silva em 31 de julho de 1873 foram os seguintes:

Em 12/02/ - informação sobre o oficio nº 43 da Tesouraria Provincial a respeito do contrato feito com Henrique Gonçalves Laranja, para o encanamento das águas da Fonte de Inhoá.

Em 03/07/: Requerimento de Henrique Gonçalves Laranja, pedindo prorrogação do prazo marcado para a conclusão da obra do encanamento das águas da Fonte de Inhoá.

Em 07/07/: Prorrogada por mais dois meses o prazo marcado para a conclusão das obras da Fonte do Inhoá, segundo despacho de 4 do referido mês.

Por fim o ultimo: “Tendo o arrematante das obras do encanamento da fonte de Inhoá, em Vila Velha, me comunicado haver concluído os devidos trabalhos, fui examiná-lo no dia 26 de julho e achei-os em condições de serem recebidos; por isso que estavam feitos de acordo com as clausulas do contrato celebrado na Tesouraria Provincial em 11 de março do corrente ano. Passei-lhe o atestado respectivo, conforme determina o artigo 49 do Regulamento desta Repartição”.

E assim Vila Velha teve canalizada a água da fonte de Inhoá para o chafariz da Praça da Matriz.

Em 1887 no governo do coronel Manoel Ribeiro Coutinho, mandou orçar as despesas para executar o aumento da caixa de água de Inhoá de conformidade com a Lei 53 de 04 de dezembro de 1886.

Finalmente em 30/07/1910, o Diretor de Agricultura, Terras e Obras do Estado, Doutor Antônio Francisco de Athayde, apresentou ao presidente Doutor Jerônimo Monteiro um projeto de abastecimento de água mais amplo para Vila Velha: “A água de Vila Velha será recebida na linha adutora acima do sítio Guayamum, passando em Porto Velho e porto de Argolas e daí pela linha de Bondes até aquela cidade que prospera”.

Em 23/09/1910, o Presidente Doutor Jerônimo Monteiro, tendo como Diretor de Obras Públicas o Dr. Antonio Athayde, enviou à Assembleia Legislativa, uma mensagem informando que:

 “... Tomei a deliberação de fazer a canalização d’água para a Vila do Espírito Santo pelo Continente e diretamente do encanamento geral para ali, servindo na passagem os povoados de Argolas e Porto Velho”.

No morro do Cercadinho foi construído o reservatório d´água para o abastecimento de toda a sede da cidade.

 

CONCLUSÃO:

Precisamos convencer nossos políticos, a preservarem estes três marcos ( ainda existentes), da nossa história que são:

- O Córrego do Encerica.

- A Fonte de Inhoá.

- A Caixa d´água do Cercadinho.

 

INFORMAÇÃO SOBRE A FÁBRICA DE TECIDOS DE INHOÁ EM QUE FOI SEU ADMINISTRADOR O PAI DO PROFESSOR ERNANI SOUZA, E EX-PREFEITO DE VILA  VELHA,  JOÃO THOMAZ DA SILVA JUNIOR.

Foi aprovado pela Lei de n. º 34 de novembro de 1892 um empréstimo de 500 mil libras para ser amortizado em 15 anos, aos municípios marítimos com pouca vocação para culturas nobres como o café a disporem de recursos para aplicarem em fábricas de tecidos e engenhos de açúcar.

No município do Espírito Santo (Vila Velha), foi celebrado em 25 de novembro de 1893 o contrato entre o Governo do Estado e os senhores Ricardo Wichello e Antônio Ayres da Gama Bastos, para uma fábrica de tecidos de meias.

A empresa foi transferida a Coakes & Cia, sendo inaugurada em 3 de maio de 1895, funcionando até o final do mesmo ano, tendo exportado grande quantidade de produtos.

Mais tarde os proprietários solicitaram a transferência da indústria para o Dr. Buarque de Macedo não conseguindo obtê-la, porque a fábrica estava hipotecada ao Estado, e os solicitantes não efetuaram o pagamento das apólices dentro do prazo previsto no contrato.

Motivo do fechamento da mesma.

 

PESQUISADO POR EDWARD A. D'ALCÂNTARA



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O Sítio Pedra Dágua

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No período  imperial o sítio “Pedra d’Água” foi parada obrigatória dos viajantes que a caminho seguiam com destino ao sul ou norte do país

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