Morro do Moreno: Desde 1535
Site: Divulgando desde 2000 a Cultura e História Capixaba

Administração e serviços públicos na República

Farol de Santa Luzia

Principais órgãos administrativos – Todos sediados em Vitória(25) – eram: a Secretaria do Governo, a Inspetoria Geral da Instrução Pública, o Correio Geral, a Repartição Geral dos Telégrafos,(26) a Catequese e Civilização dos Índios, a Inspetoria de Higiene Pública, a Inspetoria da Saúde do Porto, a Polícia,(27) a Tesouraria de Fazenda, a Alfândega, o Tesouro Público Provincial, a Administração das Rendas Provinciais da Capital, a Capitania do Porto.

Dentre os serviços públicos de mais interesse na Capital, contavam-se a Iluminação a Gás, o Serviço de Limpeza e Asseio Público, o Matadouro, a Assistência Médica – prestada por um médico dos pobres e uma parteira da pobreza.(28)

Aqui poderiam ser incluídos, também, os faróis – de Santa Luzia e da Ilha do Francês;(29) as fortalezas – de S. João e S. Francisco Xavier,(30) as Companhias de Infantaria e de Polícia e o Batalhão da Guarda Nacional.

Desde dezesseis de setembro de 1887, funcionava a Estrada de Ferro Caravelas, no trecho de cinqüenta quilômetros, compreendido entre Cachoeiro de Itapemirim e a estação de Pombal, hoje Rive. Na mesma data foi inaugurado o ramal Matosinho (atual Coutinho) a Castelo, com vinte e um quilômetros de extensão.(31)

NOTAS

(25) - Em 1882, Inglês de Sousa sugerira a mudança da Capital para o interior da província. Eis os trechos mais expressivos do Relatório em que aborda o assunto: “Estou convencido de que a mudança da capital da Província é uma necessidade inadiável, não só pelo futuro desenvolvimento desta Província, como pelas condições higiênicas que deve ter toda a cidade destinada a ser o centro de uma aglomeração de população mais ou menos numerosa. [...] A futura capital do Espírito Santo deve ser colocada em um ponto central da Província, em lugar que mais apropriado for, comunicando-se por meio de via férrea com o porto da Vitória, que será sempre o entreposto do comércio de toda a Província.

Esta cidade nada perderá se se retirar dela o mundo oficial; as forças de um comércio rico e poderoso erguê-la-ão em pouco tempo do abatimento em que tiver caído. Santos e Paranaguá o demonstram.

A colocação da capital no centro ativará o desenvolvimento da Província e regularizará a circulação das idéias e dos produtos” (Relatório com que o exmo. snr. dr. Herculano Marcos Inglês de Sousa entregou no dia nove de dezembro de 1882 ao exmo. sr. dr. Martim Francisco Ribeiro de Andrada Júnior a administração da província do Espírito Santo – Vitória – 1882).

(26) - O distrito da província começava à margem esquerda do Itabapoana e terminava na vila de Canavieiras, Bahia, compreendendo dezenove estações telegráficas, das quais dez no Espírito Santo e nove na Bahia. A extensão dos fios ia a cerca de dois mil quilômetros.

(27) - O lugar de chefe de Polícia da província foi criado pelo decreto n.º 1.295, de dezesseis de dezembro de 1853.

(28) - O Almanaque de 1889 não faz referência à Casa de Banhos “d’água fria”, inaugurada em Vitória a dois de dezembro de 1877 e que fora instalada à custa da municipalidade (Relatório de 1889, já citado). Possivelmente teria sido fechada.

(29) - Inaugurado a primeiro de janeiro de 1883.

(30) - A segunda à disposição do Ministério da Fazenda.

(31) - Estudos sobre estradas de ferro espírito santenses na RIHGES, vol. XIV, da autoria de GILBERTO SANTOS NEVES; Vida Capichaba (revista editada em Vitória), de trinta de abril de 1940, quinze e trinta de junho de 1940, por Mário Aristides Freire; MARINS, Minha Terra, 65-6.

 

Fonte: História do Estado do Espírito Santo, 3ª edição, Vitória (APEES) - Arquivo Público do Estado do Espírito Santo – Secretaria de Cultura, 2008
Autor: José Teixeira de Oliveira
Compilação: Walter Aguiar Filho, novembro/2017

História do ES

1ª Feira de Amostras

1ª Feira de Amostras

Em 1935, com objetivo de divulgar os produtos e a cultura da terra capixaba, promovida pela Prefeitura de Vitória com o apoio do então prefeito Augusto Seabra Muniz, foi realizada a 1ª Feira de Amostras no Colégio Estadual de Vitória

Pesquisa

Facebook

Matérias Relacionadas

Bibliotecas públicas e jornais na República

A Biblioteca Pública Provincial, em 1889, era servida por um amanuense-bibliotecário e um porteiro

Ver Artigo
Orçamento e ensino na República

A Companhia de Aprendizes Marinheiros proporcionava ensino profissional à mocidade

Ver Artigo
Igreja e representação parlamentar na República

Os assuntos eclesiásticos continuavam na dependência do bispado do Rio de Janeiro

Ver Artigo
Indústrias e profissões na República do ES

Resumia-se a um artesanato despretensioso a indústria capixaba do ano de 1889 

Ver Artigo
Comércio e corpo consular na República do ES

Centenas de estabelecimentos comerciais distribuíam-se por todas as localidades. Aqui e ali, pequenos e modestos hotéis

Ver Artigo
O café e a sua nobreza na República do ES

Vale a pena demorarmos alguns instantes num rápido bosquejo da evolução da cultura cafeeira no Espírito Santo

Ver Artigo
Vida associativa na República

A Maçonaria era representada, na província, desde 1872, pela Loja União e Progresso, que mantinha variada biblioteca

Ver Artigo
Divisão administrativa, população e Justiça na República

No ano em que se fez a República, o Espírito Santo estava dividido em catorze municípios, e contava quatro cidades e dez vilas

Ver Artigo