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Ano de 1751 - Por Basílio Daemon

Igreja Nossa Senhora da Conceição - Guarapari

1751. É elevada à categoria de paróquia, por alvará de 23 de março deste ano, a Igreja de São Mateus na então vila e hoje cidade do mesmo nome.(246)

Idem. Por provisão datada de 4 de fevereiro deste ano, é concedida ao arcediago Antônio de Siqueira Quintal permissão para erigir na vila de Guarapari uma capela sob a invocação de Nossa Senhora da Conceição e Santíssimo Coração de Jesus, a qual foi concluída com esmero, mas não existindo dela mais que ruínas, estando unicamente de pé as paredes, como tivemos ocasião de verificar.(247)

Idem. É estabelecida em data de 16 de fevereiro deste ano uma relação em Mariana, Minas Gerais, com alçada ao norte desta então capitania do Espírito Santo e ao sul até a colônia do Sacramento e os sertões de Mato Grosso, tendo portanto funcionado em feitos desta capitania.

Idem. É nomeado no ano antecedente para governador da capitania do Espírito Santo subalterno da Bahia, e capitão-mor José Gomes Borges, que prestou juramento perante os oficiais da Câmara e tomou posse a 15 de janeiro deste ano, sendo do tempo de seu governo em diante que foram atraídos grande número de emigrantes das capitanias de Minas e São Paulo pela fama das minas de ouro desta capitania.(248)

Idem. Sendo nomeado ouvidor e corregedor da capitania do Espírito Santo o Dr. Francisco de Sales Ribeiro, prestou juramento perante os oficiais da Câmara a 23 de julho deste mesmo ano.

Idem. É neste ano incorporada à Coroa a capitania da Paraíba do Sul, que foi depois também unida a esta capitania, ordenando-se ao seu ouvidor, Francisco de Sales Ri beiro, que tomasse posse dela em nome de D. José I, o que efetivamente fez no ano seguinte de 1753.(249)

Idem. Neste ano fez-se a estatística desta então vila da Vitória sobre os prédios existentes, encontrando-se então 1.390 fogos.

Idem. Por carta régia de 24 de março deste ano é elevada à categoria de freguesia a hoje cidade da Serra, tendo-se dado princípio a uma capela que só foi concluída em 1769; ano em que teve execução plena a dita carta régia, sendo por isso desmembrada a nova freguesia de Nossa Senhora da Conceição da Serra, da de Nossa Senhora da Vitória de que fazia parte.(250) Havia depois ali a capela sob a invocação de São José, quase no fim da rua e ao lado direito, pouco distante das estradas que seguem para Jacaraípe e Nova Almeida.

Idem. Por carta-patente datada de 25 de agosto deste ano é nomeado capitão de todo o distrito das minas de Santana do Castelo (nome dado em consequência de uma alta montanha que pela configuração teve esse nome), Domingo Correia da Silveira, a fim de ali dirigir e pôr cobro às desinteligências que continuamente se suscitavam, fazendo para que se conservasse a tranquilidade entre os bandeirantes que no lugar denominado Arraial Velho, Caxixe, Salgado, Ribeirão do Meio e Canudal, estavam no trabalho de mineração e extração de ouro, que era em abundância.(251) Diferentes núcleos já existiam em diversas paragens com estradas ou picadas para Minas Gerais, passando pelo rio Pardo, também pelos sertões de Benevente e outra igual para a Vitória, empregando mesmo os padres da Companhia indígenas dirigidos por pessoas de sua confiança para a mineração. O fato é que já nessa época estava assentado no primeiro lugar um grande arraial e outro no Ribeirão do Meio, com muitíssimos habitantes, mas sendo continuamente atacados pelos indígenas, tinham aqueles mineiros de estar continuamente de vigia e sustentarem com eles muitos combates, e sempre prevenidos contra os assaltos à traição.

 

Notas

 

246 (a) Rubim, B. C., Notícia, p. 342. (b) “Por providência de 23 de março de 1751 entrou esta igreja paroquial na classe das perpetuamente coladas” [Pizarro, Memórias, II, p. 89]

247 “Uma só capela filial, do título de Nossa Senhora da Conceição e Santíssimo Coração de Jesus se acha no distrito pelo cônego Antônio de Siqueira Quintal, em fazenda sua, com provisão de 4 de fevereiro de 1751. É súdita a freguesia, no eclesiástico, à vara da comarca do Espírito Santo, e no civil, ou político pertence hoje ao governo da capitania do mesmo Espírito Santo.” [Pizarro, Memórias, III, p. 218-9]

248 Requerimento do capitão-mor da capitania do Espírito Santo, José Gomes Borges, ao rei [D. José I], a pedir ajuda de custo para poder ir à capitania da Bahia e pagar os novos direitos da sua patente. 15 de janeiro de 1751.

249 (a) Segundo Notas sobre a fundação da capitania do Espírito Santo, a capitania da Paraíba do Sul teria sido incorporada à coroa em 1753, permanecendo anexada à do Espírito Santo até 1832, quando passou a fazer parte da capitania do Rio de Janeiro. (b) “a Paraíba do Sul foi incorporada nesta, em 1º de julho de 1753, registra Melo Morais. A incorporação foi na Coroa, e sujeita à ouvidoria do Espírito Santo. O visconde de Asseca obteve, em troca, 3.000 cruzados anuais.” [Corografia histórica, p. 343, apud Freire, Capitania, p. 171]

250 “A freguesia de Nossa Senhora da Conceição, criada em 24 de maio de 1752 no sítio da Serra, território que era da Matriz de Nossa Senhora da Vitória da capitania do Espírito Santo, cujo templo foi substituído por outro de novo ereto com provisão do reverendo bispo datada em 29 de novembro de 1769, goza presentemente a graça de igreja paroquial perpétua.” [Pizarro, Memórias, IV, p. 276]

251 “As notícias das riquezas continuadamente descobertas nas Minas Gerais provocaram explorações também em terras próximas, no Espírito Santo. Assim, sucedeu, por exemplo, no Castelo, onde as buscas estenderam-se pelo Arraial Velho, Caxixe, Salgado, Ribeirão do Meio e Canudal, em torno da povoação, depois erigida em freguesia de Nossa Senhora da Conceição das Minas do Castelo.” [Freire, Capitania, p. 190]

 

Nota: 1ª edição do livro foi publicada em 1879
Fonte: Província do Espírito Santo - 2ª edição, SECULT/2010
Autor: Basílio Carvalho Daemon
Compilação: Walter de Aguiar Filho, novembro/2019

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Ano de 1859 – Por Basílio Daemon

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