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Benedito Calixto

Benedito Calixto. Foto cedida pela Casa da Memória de Vila Velha

Os grandes momentos da história do Convento da Penha foram perpetuados pela arte de Benedito Calixto, considerado um estudioso das tradições capixabas.

Benedito Calixto de Jesus nasceu em 14 de outubro de 1853, em Vila de Nossa Senhora da Conceição de Itanhaém (hoje município de Itanhaém-SP).

Desde cedo apresentou vocação para a arte, trabalhando ao lado do pai em serviços de marcenaria e decoração de casas e igrejas. Aos 18 anos já organizara sua primeira exposição, no Salão Nobre do jornal Correio Paulistano, em São Paulo. Era um dos artistas da oficina de Tomás Antônio de Azevedo que fez a decoração do teto do Teatro Guarani, em Santos.

Seu talento chamou a atenção do Visconde Nicolau Pereira de Campos Vergueiro, que o auxiliou a pagar uma viagem à Europa em 1883. Na França, freqüentou o atelier de Jean François Raffaelli e a Academia Julien, onde foi aluno de nomes como Jules Lefèbvre e Bouguereau.

Voltou ao Brasil em 1884, após breve passagem por Portugal. No ano seguinte, publicou o livro “A Vila de Itanhaém”, apenas a primeira de suas muitas obras relacionadas à história, etnografia e arqueologia do litoral paulista. Entre elas, destacam-se: “Os Primitivos Índios de Nosso Litoral” (1905), “A Vila de Santo André da Borda do Campo” (1908-1910) e “ Igreja e o Convento de Itanhaém” (1915).

Calixto continua rigorosamente o mesmo de quando embarcou: imune a influências, impermeável ao fascínio cultural da capital francesa, permanece até o fim um isolado, praticando um tipo de pintura do qual não se arredaria um milímetro, alheio a qualquer inovação ou renovação.

Quando descansa da pintura, é no passado histórico que se refugia, ou então se volta para as estrelas, em sua paixão de astrônomo amador.

Esse amor excessivo à História seria, aliás, nocivo ao artista, que com escrúpulos de documentarista chegará a povoar de indígenas o quintal de sua casa, a fim de mais fielmente pintar A Fundação de São Vicente.

Mesmo escondido em São Vicente, nunca deixou de ser prestigiado, como o comprovam os clientes e o avultado número de alunos, a começar por sua própria filha, Pedrina Calixto Henriques, cuja pintura, aliás, é subsidiária da sua, a ponto de muitas obras de sua autoria terem sido metamorfoseadas inescrupulosamente em originais do pai; tarefa aliás muito simples porque, além do mais, a artista assinava-se apenas P. Calixto, bastando um traço recurvo ao P inicial para que surgisse a assinatura mais prestigiosa.

Calixto foi pintor de marinhas, paisagens, costumes populares, cenas históricas e religiosas. Durante a sua vida a tendência era considerá-lo acima de tudo como pintor de história e religioso (gêneros esses nos quais deixou abundante produção, inclusive na Catedral e na Bolsa de Santos, no Palácio Cardinalício do Rio de Janeiro, na Igreja de Santa Cecília em São Paulo, na Matriz de São João Batista em Bocaina e no Convento da Penha, no Espírito Santo).

Faleceu na capital paulista em 31 de maio de 1927, deixando aos admiradores da arte e da literatura uma mostra de sua paixão pela arte, seja nos quadros e murais que pintou, seja nas obras que escreveu.

Três anos antes, recebera do Papa Pio IX a comenda e a cruz de São Silvestre Papa, em recompensa aos serviços prestados à Igreja com sua arte.

Seu corpo foi enterrado no Cemitério do Paquetá, na cidade de Santos. Suas obras foram expostas em mais de 30 mostras após 1927. E ainda podem ser vistas em diversos museus em todo o país.

O Convento da Penha abriga quatro telas retangulares pintadas a óleo e que estão expostas à visitação pública na galeria contígua à nave principal do temlo.

 

Itaú Cultural, Pinacoteca Benedito Calixto e Informativo do Espaço Cultural BM&F Brasil
Fontes: Vila Velha - Onde começou o Estado do Espírito Santo, 1999
Autor: Jair Santos
Compilação: Walter de Aguiar Filho, dezembro/2010

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