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Capítulo III - A viagem a Capitania do ES pelo Príncipe Maximiliano de Weid-Neuwied

Igreja dos Reis Magos - Nova Almeida

Finalizadas as atividades na fazenda de Muribeca, Maximiliano e sua comitiva partem para a segunda parte de sua jornada, as terras da Capitania do Espírito Santo.

Partindo da fazenda Muribeca, as margens do rio Itabapuana, ainda em terras cariocas, Maximiliano e sua comitiva partem rumo ao “desconhecido” território da Capitania do Espírito Santo, isso segundo as análises do relato, deu-se, aproximadamente, entre os dias 02 e 05 de novembro de 1815.

Apesar de seu contato anterior com os Puris, Maximiliano optou por cruzar o mais rápido possível a região do extremo sul do território capixaba, haja vista que nesse trecho, que compreende de seis a oito léguas(78), “os Puris sempre se têm mostrado hostis”(79), o que tornou “conveniente estabelecer um posto militar chamado Quartel ou Destacamento das Barreiras”(80).

 

Seguimos através de grandes matas virgens, alternados com extensões arenosas e descampadas onde descobrimos muitos rastros de antas (Tapirus americanus) e veados. Afinal, perto de uma alta cruz de madeira, alcançamos a praia lisa, da qual se avistava uma leve enseada, terminando ao longe numa língua de terra, onde se erguia o quartel, no litoral montanhoso. Como essas paragens fossem infestadas pelos selvagens, estávamos bem armados, e em caso de ataque teríamos vinte cargas prontas para a defesa(81).

A caminhada iniciada em Muribeca segue por aproximadamente oito léguas, cortando a faixa litorânea que hoje corresponde aos municípios de Presidente Kennedy e Marataízes.

Sob a constante pressão de possíveis ataques aos índios Puris, o comboio em que seguia Maximiliano finalmente chega à foz do rio Itapemirim e à vila de Itapemirim sem maiores problemas, excetuando-se os ocasionados pelas fortes chuvas às quais estiveram expostos durante a estadia no posto militar do Destacamento de Barreiras. Sobre Itapemirim o príncipe deixa a seguinte descrição:

 

Ao meio-dia, mais ou menos, chegamos ao rio Itapemirim, em cuja margem sul fica a vila do mesmo. Está a sete léguas de Muribeca, num local recentemente edificado, e possui algumas boas construções, não podendo, porém, ser considerada mais que uma vila. Os habitantes são ou agricultores pobres, cujas plantações ficam nas vizinhanças, ou pescadores, além de artífices(82).

 

O fato que mais chamou a atenção de Maximiliano no trajeto de Muribeca à Itapemirim e durante sua estadia nesta, foram os constantes relatos de ataques dos índios aos colonos portugueses. Entre os registros, dois, foram mais citados: o da lagoa de Siri, que levou “após esse assalto, o sargento-mor de Itapemirim, com cinquenta homens armados [a fazer] uma ‘entrada’ na mataria em busca dos Puris”(83); e o segundo caso o das minas de Castelo, onde “o distrito era, entretanto, tão assolado pelos Tapuias(84) que aos poucos, colonos portugueses o abandonaram há cerca de trinta anos e foram morar na vila e arredores”(85).

Apesar do terror infligido pelos Puris aos habitantes da região, “os botocudos, porém, que são os verdadeiros tiranos desses ermos, ainda fazem grandes incursões rio abaixo”(86).

Após a estadia de alguns dias em Itapemirim, Maximiliano segue sua jornada rumo à região Norte da Capitania do Espírito Santo(87). Passando pela fazenda Agá, homônima à montanha que a cerca, o príncipe segue em direção a Piúma, onde o fator que mais lhe chamou a atenção foi “uma ponte de madeira de trezentos passos de comprimento, assentada no ponto de maior largura do riacho, verdadeira raridade nessas paragens”(88).

Seguindo viagem chega a Iriri, que chama a atenção pela diversidade da fauna, no entanto, sem muito se ater à região segue em direção à vila de Benevente(89), onde temos

 

à direita, o espelho azul do oceano, e, à esquerda, o rio Benevente, que se espraia. Em derredor, soberbas e sombrias matas e, atrás destas, montanhas rochosas fechando o horizonte(90).

Vila Nova de Benevente foi fundada, à margem do rio Iritiba, ou melhor, Reritigba, pelos jesuítas, que aí reuniram grande número de índios convertidos. A igreja deles e o convento contíguo ainda existem (91), este, que nos serviu de pouso, e utilizado atualmente como casa da Câmara. [...] Há muito pouco comércio, e aqueles navios apenas se abrigaram do vento desfavorável. [...] Vila Nova, propriamente, é um lugar pequeno, com algumas casa, mas anima-se aos domingos, porque os moradores dos arredores vão aí assistir à missa(92).

Finalizada a visita a Benevente, o caminho segue até Guaraparim(93), passando por Obu(94), que é “constituída de algumas cabanas de pescadores, a duas léguas de Vila Nova”(95), e por Miaipé(96), chegando finalmente a Guaraparim. Segundo Maximiliano

 

A vila tem cerca de 1600 habitantes, sendo, portanto, um tanto maior que a Vila Nova de Benevente: o distrito inteiro contém mais ou menos três mil almas. As ruas não são pavimentadas, tendo apenas medíocres calçadas junto as casa, que são pequenas e quase todas de um só andar. O lugar é, de modo geral, pobre; na vizinhança, porém, existem grandes fazendas(97).

 

Após breve estadia em Guaraparim, a tropa segue viagem, passando por Perocão e Ponta da Fruta, “onde várias casa, à sombra de pequeno bosque, formam uma aldeia dispersa, cujos habitantes, descendentes de negros portugueses, receberam-nos bem”(98), de lá, “vimos, numa montanha distante, o convento de Nossa Senhora da Penha, perto da vila de Espírito Santo, para chegarmos à qual tínhamos de viajar cinco léguas”(99).

Transposto o percurso entre Ponta da Fruta e a Vila do Espírito Santo, finalmente a comitiva de Maximiliano atinge Vila Velha, uma “pequena e miserável vila aberta, construída quase toda numa praça. Numa das extremidades fica a igreja, e na outra, a Casa da Câmara (edifício real, de Câmara Municipal)”(100).

Mesmo espantado com o paupérrimo estado em que se encontra essa vila, Maximiliano não deixa de registrar sua breve visita ao Convento de Nossa Senhora da Penha, dizendo:

 

Numa alta colina coberta de vegetação, junto à vila, ergue-se o famoso convento de Nossa Senhora da Penha, um dos mais ricos do Brasil, dependente da abadia de São Bento do Rio de Janeiro. Consta que possui uma imagem milagrosa de Maria, razão por que o procuram numerosos peregrinos. Na época de nossa visita só havia dois eclesiásticos no lugar(101).

 

Nesse ponto vale um pequeno parênteses. Sabemos que há muito se perdeu o Espírito Santo descrito por Maximiliano de Wied-Neuwied, no entanto, algo ainda continua, assim como antes, a encantar os visitantes que se fazem presentes por aqui, a vista da baía de Vitória a partir do Convento da Penha. Desse belo panorama Maximiliano relata que é bem penoso subir aí a íngreme elevação para gozar o indescritível e amplo panorama que daí se descortina; domina-se a imensa superfície oceânica, e, do lado da terra, veem-se belas cadeias de montanhas, com vários picos e vales intermediários, donde surge pitorescamente o largo rio(102).

 

Alojados em Vila Velha, Maximiliano e sua comitiva seguem em canoas até a vila de Vitória, descrita por ele como “um lugar limpo e bonito”(103).

Se na descrição de Maximiliano Vila Velha era pobre e pequena, a Vila de Vitória era exatamente o oposto, descrita como possuidora de bons edifícios construídos no velho estilo português, com balcões e rótulas de madeira(104), ruas calçadas, uma Câmara Municipal razoavelmente grande, e o convento dos jesuítas, ocupado pelo governador, que tem, à sua disposição, uma companhia de tropa regular.

 

Além de vários conventos, há uma igreja, quatro capelas e um hospital. A cidade é, entretanto, um tanto morta, e os visitantes, sendo raros, são objeto de grande curiosidade. O comércio marítimo não é desprezível; por isso, diversas embarcações estão sempre aí ancoradas, e fragatas podem aportar na cidade. As fazendas vizinhas produzem muito açúcar, farinha de mandioca, arroz, bananas, e outros artigos que são exportados ao longo da costa. Vários fortes protegem a entrada do belo rio Espírito Santo: um logo na foz; o segundo, construído de pedra, um pouco acima, com oito canhões de ferro; e ainda um pouco mais acima, numa colina entre o último e a cidade; e um terceiro forte com dezessete a dezoito canhões, alguns dos quais de bronze. A cidade está edificada um tanto desigualmente, sobre colinas aprazíveis, e o rio, que lhe passa atrás, corre entre altas encostas, em parte rochosas e em muitos lugares nuas e cobertas de liquens. A bela superfície do grande rio é semeada de numerosas ilhas verdejantes, e a vista, onde quer que lhe siga o curso através da região, encontra sempre um pouso ameno em altaneiras e fragrantes montanhas vestidas pela mataria(105),

 

Após a visita à Vila de Vitória, onde foram recebidos pelo governador Francisco Alberto Rubim, Maximiliano e seus companheiros foram estabelecidos, juntamente com toda a tropa, em uma fazenda na Barra do Jucu, de propriedade do Coronel Falcão, “um dos maiores lavradores dessa parte do país”(106).

 

Realizaram preparativos para uma longa permanência nessa fazenda, haja vista que nela pretendiam permanecer ao longo de toda estação chuvosa(107).

Durante sua estadia na Barra do Jucu, Maximiliano dedicou parte de seu tempo para visitar o entorno com o objetivo de ampliar sua coleção de elementos da fauna e da flora brasileira. Nesse percurso ele chega às imediações de Santo Agostinho, atual município de Viana, onde tem contato com os primeiros imigrantes estrangeiros estabelecidos no Espírito Santo, os açorianos, observando que

 

o governo estabelecera em Santo Agostinho cerca de quarenta famílias, que vieram dos Açores sobretudo da Terceira e São Miguel, e algumas poucas de Faial. Essa gente, que vive em grande pobreza, queixa-se amargamente de miséria; fizeram-lhe magníficas promessas, que não foram cumpridas(108).

 

Percebe-se nesse relato a continuidade dos problemas que mais tarde serão descritos por Tschudi, durante o processo de estabelecimento das colônias suíças na segunda metade do século XIX.

 

Essas promessas eram sedutoras e os emigrantes caíram na armadilha. Chegando à Colônia de Rio Novo viram-se cruelmente decepcionados. Nenhuma das promessas foi cumprida. [...] Os colonos ficaram totalmente desanimados. A direção nada fez para reparar a injustiça cometida, eles tiveram que lutar durante dois anos contra dificuldades e sofrimentos de todo gênero(109).

 

Outro acontecimento registrado por Maximiliano é a construção da Estrada do Rubim, talvez o maior feito de engenharia realizado em terras capixabas durante o período colonial, a estrada tinha como principal objetivo ligar Vila Rica, em Minas Gerais, à Vila de Vitória, no intuito de escoar parte da produção mineira pelo porto de Vitória, Segundo Maximiliano,

 

o governador começara a construir uma igreja em Santo Agostinho, não longe de Coroaba, razão por que estava residindo nesse lugar. Existe aí um posto militar de guarda contra os selvagens, nessa época, os soldados estavam ocupados em abrir uma estrada para Minas Gerais, para onde já viajara um oficial, por ordem do governador, a fim de abrir caminho através das matas(110).

 

Após problemas com equipamentos necessários à expedição, que erroneamente foram despachados para Caravelas ao invés de Vitória, Maximiliano e Freyreiss viram-se forçados a abandonar sua hospedagem na Barra do Jucu e se dirigirem a Caravelas com vistas a resolver tais pendências. Em um grupo diminuto, pois a maior parte de sua comitiva ficou hospedada e trabalhando na fazenda Coroaba (vizinha de Santo Agostinho) ele partiu em 19 de dezembro de 1815.

 

Saindo de Vitória eles passaram pelo Romão, Jucutucoara, pelo Rio Muruim ou da Passagem(111), até atingirem Praia Mole onde se hospedaram para pernoitar.

Durante essa estadia Maximiliano encontrou aquilo que Sérgio de Holanda (1936) chamou de homem, elemento característico do povo brasileiro, que abraça com grande presteza o viajante estrangeiro. Segundo Sérgio Buarque representa um traço definido do caráter brasileiro, na medida, ao menos, em que permanece viva e fecunda a influência ancestral dos padrões do convívio humano(112).

Isso pode ser vislumbrado por Maximiliano na pequena povoação de Praia Mole. Segundo nosso viajante:

 

Se o amor à música e à dança é geral entre o povo, também o é a hospitalidade, pelo menos na maioria dos lugares. Encontramo-la aí; com efeito, nossos hospedeiros fizeram tudo para nos agradar e o tempo, assim, passou suavemente(113).

 

Seguindo o caminho à beira mar, agora em direção a Nova Almeida, Maximiliano observa que

 

nos cerrados que margeiam a costa, habitam famílias pobres e esparsas, que vivem da pesca e da colheita de suas plantações. São em geral negros, mulatos e outras gentes de cor. Há muitos poucos brancos entre eles; queixam-se logo ao forasteiro da pobreza e indigência, que só podem provir da preguiça e da falta de iniciativa, porque o solo é fértil. Pobres demais para comprar escravos, e demasiado indolentes para o trabalho, preferem morrer de fome(114).

 

À medida que se aproximava de Nova Almeida, Maximiliano percebeu o surgimento de numerosos habitantes, não mais negros, mulatos ou brancos, mas sim “índios civilizados”, elemento humano predominante na região, haja vista o grande esforço que foi realizado ao longo dos séculos XVI e XVIII pelos jesuítas em prol do sistema de aldeamentos(115).

Depois de quatro léguas de viagem, saímos da selva e contemplamos, à frente, numa eminência sobranceira ao mar, a Vila Nova de Almeida. [...] Vila Nova é uma grande aldeia de índios civilizados fundada por jesuítas: possui uma grande igreja de pedra e contém, em todo o distrito, de 9 léguas de circunferência, cerca de 1200 almas. Os moradores da vila são principalmente índios, havendo também portugueses e negros. [...] no convento dos jesuítas, que serve atualmente de residência ao padre, ainda existem algumas velhas obras dessa ordem, o que é uma raridade, porque as bibliotecas de todos os outros conventos, deixados ao abandono, se destruíram ou dispersaram, Aí, outrora os jesuítas ensinaram na língua geral; diz-se que a capela deles, dos Reis Magos, foi muito bonita. O lugar é morto, e não parece populoso; também se vê muita pobreza(116).

 

Dirigindo-se rapidamente rumo ao norte da capitania, Maximiliano não deixa escapar o fato dessa ter ser um grande vazio demográfico, haja vista o longo período de colonização férrea pelo qual passou o Brasil.

Tal fato decorre da “relativa ausência” do colono, principalmente, a partir da povoação de Praia Mole. Grande parte do litoral norte da capitania está ocupado por índios “civilizados” ou descendentes de índios aldeados pelos jesuítas.

É claro que essa “ausência” não leva em questão o elevado número de indígenas que ocuparam os sertões do Brasil, e que resistiam veementemente contra a imposição sociocultural a qual o europeu o impelia, porque a partir da abertura dos portos não era somente os portugueses que tentavam impor o chamado “processo civilizador”, buscando submetê-los direta ou indiretamente.

Esse “vazio” em direção ao norte da Capitania e a predominância dos indígenas são registrados por Maximiliano, o mesmo afirma que:

 

Mais além, do Saí-anha(117) ao Mucuri, o litoral é quase que exclusivamente habitado por famílias esparsas de índios. Falam apenas a língua portuguesa e trocam o arco e a flecha pela espingarda; até as moradas diferem muito pouco das dos colonizadores portugueses(118).

 

A reduzida comitiva segue de Nova Almeida até as margens do rio Piraque-açu, onde chega a povoação de Aldeia Velha(119). Para “além do rio viam-se matas extensas, onde se espalhavam as plantações dos índios; cultivavam principalmente milho, e ‘baga’, de cuja semente extraem óleo”(120). Permanecendo no litoral(121), rapidamente chegam ao quartel do Riacho(122) onde recebem informações preciosas do conflito com os Botocudos, que “têm oferecido, até agora, obstinada resistência aos portugueses”(123).

Segundo Maximiliano, os Botocudos

 

se algumas vezes se mostram amigáveis em certo lugar, cometeram excessos e hostilidades em outro; daí nunca ter havido um entendimento duradouro com eles(124).

 

Essa instabilidade no relacionamento entre colonos e índios, além dos constantes ataques desferidos por esses a aqueles, foi o elemento definidor para que o Conde de Linhares, então Ministro do Interior, declarasse guerra aberta contra essa etnia. Assim,

 

desde então não se deu trégua aos Botocudos, que passaram a ser exterminados onde quer que se encontrassem, sem olhar idade ou sexo; e só de vez em quando, em determinadas ocasiões, crianças muito pequenas foram poupadas e criadas. Essa guerra de extermínio foi mantida com a maior perseverança e crueldade, pois acreditavam firmemente que eles matavam e devoravam todos os inimigos que lhes caíam nas mãos(125).

 

Após breve estadia no Quartel do Riacho126 Maximiliano segue viagem até Comboios(127) e Regência, essa já foz do Rio Doce.

Tanto Comboios, quanto Regência, assim como Riacho, são pequenos quartéis com guarnições diminutas, que tem como principal objetivo, manter a comunicação entre os locais mais distantes da capitania e suas principais vilas. No caso específico de regência, ainda havia a função de “transportar viajantes através do rio e vigiar as comunicações com a povoação de Linhares”(128).

Maximiliano e sua comitiva haviam, enfim, atingido seu objetivo primário, chegar ao “místico” e “intransponível” rio Doce, que segundo o próprio Maximiliano, parecia ter o leito duas vezes mais largo que o Reno(129), e era o lar, e principal domínio do “rude selvagem Botocudo, habitante aborígene dessas paragens, [e] é mais formidável que todas as feras, e o terror dessas matas impenetráveis”(130).

Apesar da grande excitação e impaciência geradas pela chegada a esse lugar mítico, e pelo ávido desejo de conhecer “o teatro de guerra com os Botocudos na floresta”(131), somente foi possível seguir viagem rio acima, devido ao mau tempo que assolou o litoral da capitania no dia 25 de dezembro de 1815, na manhã do dia seguinte.

A exuberância nativa do local contagiou Maximiliano. A presença de grande variedade da flora brasileira, bem como da fauna, ainda em seu estado nativo, não passou despercebido, surpreendendo o viajante, que até aquele momento havia seguido a maior parte do trajeto por trilhas e vilas, raramente se aventurando a distâncias como essas.

A jornada rio acima seguiu tranquila e sem qualquer tipo de incidente. Pernoitaram na ilha Gambim, seguindo, com o alvorecer, viagem até Linhares, que

 

é ainda um povoado insignificante, apesar do trabalho desenvolvido, como foi dito acima, pelo Ministro Conde de Linhares para o seu progresso. Por ordem deste, construíram-se os edifícios numa praça situada em área aberta na mata, perto da beira do rio e sobre íngreme ribanceira de argila. As casas são pequenas e baixas, cobertas de folhas de palmeira ou de uricana, feitas de barro e não rebocadas. Ainda não tem igreja, sendo as missas oficiadas numa casinhola. No meio da praça formada pelos edifícios há uma cruz de madeira, para cuja feitura se desgalhou simplesmente o cimo de uma grande e bela sapucaia, pregando-se-lhe uma viga transversal. Os moradores estabeleceram as plantações parte na mata circunjacente, parte nas ilhas fluviais(132).

 

Ainda não passa despercebido por Maximiliano o complexo sistema de defesa que foi montado em torno de Linhares visando proteger seus habitantes dos possíveis ataques dos botocudos. Tal sistema é descrito da seguinte forma:

 

a fim de proteger toda essa colônia dos ataques e crueldades dos Botocudos, estabeleceram-se, em diferentes direções, oito postos no interior das florestas, os quais ao mesmo tempo se destinam a proteger as ligações comerciais com Minas Gerais, ultimamente tentadas pelo rio acima(133).

 

Foi relativamente longa a estadia de Maximiliano em Linhares e às margens do rio Doce, se comparada a demais paradas. Tal período foi classificado pelos viajantes como “uma das etapas mais interessantes das minhas viagens ao Brasil”(134), porém é evidente o sentimento de insatisfação presente no relato, haja vista os inúmeros impedimentos que se põe diante dos exploradores, tais como o de percorrer determinadas áreas da floresta devido aos inúmeros perigos e “a desgraçada guerra sustentada contra os Botocudos no rio Doce [o que] torna impossível conhecer de perto e estudar, nessa região, esse notável povo”(135).

Findada em 30 de dezembro a estadia em Linhares, a comitiva de Maximiliano retorna a Regência e de lá o caminho rumo ao norte, com destino a Caravelas. Continuaram a seguir pelo litoral, decididamente o caminho mais seguro, afinal, se poucos eram aqueles que se arriscavam a construir pequenos quartéis e povoados à beira mar, ainda menor era o número daqueles que se aventuravam mata adentro e obtinham sucesso. Nesse trecho entre a barra do Rio Doce e São Mateus realizaram uma parada no Quartel de Monsáras, onde conseguiram incluir dois soldados, para a escolta, na comitiva.

Do rio Doce a São Mateus, pelo litoral, é um caminho de aproximadamente vinte léguas, e são necessários cerca de três dias, talvez quatro. Segundo Maximiliano

 

o trecho do rio Doce a São Mateus, como já observamos antes, é uma solidão melancólica, na maior parte da qual nem mesmo água fresca se encontra; não se deve, portanto, de nenhum modo, deixar de passar os poucos lugares em que ela pode ser achada, e, por isso, um guia bem prático do caminho é de todo indispensável(136).

 

Chegaram às margens do rio São Mateus na tarde de 2 de janeiro de 1816, o que totalizou quatro dias de viagem desde sua partida de Regência.

Maximiliano e seus companheiros não chegaram a visitar a vila de São Mateus, que assim como a de Linhares, ficava rio acima e para alcançá-la seria necessária árdua viagem, pois segundo informações obtidas daqueles que viviam na barra do rio, seria necessário percorrer cerca de oito léguas para chegar até a vila.

Porém, mesmo não chegando a visitar a maior vila do norte capixaba naquele momento(137), Maximiliano deixa sobre a mesma a seguinte descrição:

 

aproximadamente oito léguas rio acima, ergue-se a vila de São Mateus, cuja situação não deve ser muito salubre, devido aos pântanos vizinhos. Tem cerca de 100 casas, possuindo o distrito perto de 3000 habitantes, incluindo brancos e gente de cor. Apesar de ser uma das vilas mais novas da região de Porto Seguro, acha-se em situação bem próspera. Os habitantes cultivam grande quantidade de mandioca, exportando, anualmente, 60.000 alqueires de farinha; bem como toras de madeira provenientes das florestas vizinhas(138).

 

É claramente perceptível que quanto mais para o norte da capitania o processo de colonização avança, maior é o número de confrontos entre os nativos e os colonos. Nitidamente os índios ao sul, com exceção dos Purís da região de Itapemirim, acabaram assimilados de maneira definitiva pelo processo civilizador europeu, a exemplo dos encontrados por Maximiliano no Rio de Janeiro e São Fidelis. No entanto,

 

nas matas à margem do rio São Mateus, os índios não civilizados são muito numerosos, e vivem em constante guerra com os brancos. Ainda durante o último ano[1815] mataram dezessete pessoas(139).

 

Relatos de contatos com índios Patachós, Cumanachós, Machacalis, Botocudos, entre outros é comum da barra do rio São Mateus até a vila de Mucuri. Inúmeras são as histórias contadas pelos poucos que ainda vivem nessa terra selvagem e inóspita.

O território que cerca o rio Mucuri e a vila homônima se estende do litoral até as divisas com a capitania de Minas Gerais. Um território que aparentemente é o ponto de convergência de diversas etnias indígenas. Uma região, que se fôssemos pensar em termos geoespaciais modernos, compreenderia a fronteira entre esses diversos povos que ocupavam a região. Nesse trecho a presença dos Botocudos, que se encontram espalhados desde as minas de Castelo e concentrados às margens do rio Doce, já é bem reduzida. Nessa parte é possível encontrar os Maconis, os Malalis, os Capuchos, os Cumanachós, os Machacalis e os Panhamis, sendo que essas quatro últimas etnias “se aliaram com os Patachos, para que assim unidos possam fazer frente aos Botocudos, mais numerosos”(140).

Mesmo com todos esses “perigos” que o cercavam, apesar de andar em permanente estado de alerta e atenção, estando sua comitiva sempre armada, nenhum contato mais inesperado aconteceu desde sua partida no Rio de Janeiro.

Durante todo o trajeto da viagem, Maximiliano teve poucos e ocasionais contatos com os tão desejados índios, sendo alguns Tupiniquins, ainda no Rio de janeiro, e outros Puris em São Fideles, no entanto, nada pululava mais o seu imaginário do que o possível contato com os “mitológicos” Botocudos do rio Doce, algo que esperou ser possível em Linhares e que não se concretizou.

Apesar da imensa frustração que se seguiu pela ausência desses possíveis acontecimentos, o contato com os Botocudos veio acontecer já em território da comarca de Porto Seguro, na altura da vila de Viçosa, e com os índios civilizados do aldeamento de Belmonte, porém o espanto superou a excitação e até mesmo a antiga frustração, haja vista que Maximiliano registrou o seu primeiro contato da seguinte maneira:

 

os aspectos dos Botocudos causou-nos indescritível espanto; nunca víramos antes seres tão estranhos e feios. Tinham o rosto enormemente desfigurado por grandes pedaços de pau, que trazem no lábio inferior e nos lobos das orelhas, destarte o lábio inferior fique muito projetado para a frente, e as orelhas de alguns pendem como asas largas sobre os ombros; os corpos bronzeados estavam completamente sujos. [...] Muitos deles tinham tido varíola havia pouco tempo; ainda estavam completamente cobertos de cicatrizes e crostas, que, somando-se à grande magreza trazida pela doença, aumentavam ainda mais a fealdade natural(141).

 

Assim, saciado pelo contato com os Botocudos, e desapontado com a maneira em que se deu tal fato, Maximiliano segue, enfim, rumo a Caravelas, seu destino quando partiu da Barra do Jucu, na Capitania do Espírito Santo.

Chegando finalmente ao destino dessa terceira etapa da viagem(142), Maximiliano constatou que

 

Caravelas é a maior vila da Comarca de Porto Seguro. Possui ruas retas cruzando-se perpendicularmente, cinco ou seis principais e diversas outras menores; todas, porém, sem calçamento e cheias de capim. A maior igreja fica num lugar aberto, perto da Casa da Câmara. As casas da vila são bem construídas, mas geralmente de um só andar. Caravelas mantém animado comércio dos produtos da região, sobretudo farinha de mandioca, um pouco de algodão, etc(143).

 

Sanadas as pendências que veio resolver no que concerne aos artigos necessários à viagem do restante da comitiva que encontrava-se detida na capitania do Espírito Santo, Maximiliano apronta-se para uma nova etapa da jornada que se propôs realizar, no entanto, aqui termina a parte que acompanhamos nosso aventureiro, mesmo sabendo que não é o fim da aventura. Até o fim de sua jornada em Salvador, quando embarcará a bordo do navio Princesa Carlota, em 10 de maio de 1817, rumo ao lar, muitos acontecimentos ainda hão de se dar. Para aqueles que não estão exaustos de viajar no lombo de burros, e, assim como o Príncipe, estão ávidos por maiores aventuras, desejamos boa leitura! Ou seria boa viagem? Entretanto, nós retornaremos ao Rio de Janeiro para acompanhar uma nova expedição a terras capixabas, a do francês Auguste de Saint-Hilaire, que já prepara os planos de viagem.

 

NOTAS

(78) PHILIPP, Maximilian Alexander. Viagem ao Brasil... Op. cit., p. 129.

(79) Ibidem, loc cit.

(80) Ibidem, loc cit.

(81) Ibidem.

(82) Ibidem, p. 132.

(83) Ibidem, loc cit.

(84) Nome genérico para índio.

(85) PHILIPP, Maximilian Alexander. Viagem ao Brasil... Op. cit., p. 133.

(86) Ibidem, loc cit.

(87) Não é possível precisar a data da partida do nosso viajante.

(88) PHILIPP, Maximilian Alexander. Viagem ao Brasil... Op. cit., p. 135.

(89) Hoje Anchieta.

(90) PHILIPP, Maximilian Alexander. Viagem ao Brasil... Op. cit., p. 136.

(91) Lembrando que os jesuítas haviam sido expulsos dos territórios portugueses em 1759. Seus bens foram confiscados pelo estado. Para maiores informações ver: SANTOS, Estilaque Ferreira dos. Uma devassa contra os jesuítas do Espírito Santo (1761). Vila Velha: Edição do Autor, 2014.

(92) PHILIPP, Maximilian Alexander. Viagem ao Brasil... Op. cit., p. 136 et. seq

(93) Hoje Guarapari.

(94) Hoje Ubu.

(95) PHILIPP, Maximilian Alexander. Viagem ao Brasil... Op. cit., p. 138.

(96) Hoje Meaipe.

(97) PHILIPP, Maximilian Alexander. Viagem ao Brasil... Op. cit., p. 139.

(98) PHILIPP, Maximilian Alexander. Viagem ao Brasil... Op. cit., p. 140

(99) Ibidem, loc cit.

(100) Ibidem, p. 141.

(101) Ibidem, loc cit., grifo nosso.

(102) Ibidem, p. 142, grifo nosso.

(103) Ibidem.

(104) Vale a pena relembrar que com as reformas realizadas no Rio de Janeiro essa característica se perdeu.

(105) PHILIPP, Maximilian Alexander. Viagem ao Brasil... Op. cit., p. 142.

(106) Ibidem, p. 143. Segundo Maximiliano, a Fazenda Araçatiba pertencente ao coronel Falcão foi a maior fazenda que ele encontrou em sua viagem com 400 escravos negros e extensas plantações de açúcar.

(107) Tendo em vista que nosso viajante não informa as datas dos acontecimentos, supõe-se que o mesmo encontrava-se na Barra da Jucu entre os meses de Dezembro de 1815 e Janeiro de 1816.

(108) PHILIPP, Maximilian Alexander. Viagem ao Brasil... Op. cit., p. 146. Os imigrantes açorianos foram estabelecidos no Espírito Santo em 1813 durante o governo de Francisco Alberto Rubim.

(109) TSCHUDI, Johann Jakob von. Viagem à Província do Espírito Santo: imigração e colonização suíça (1860). Vitória: APEES/ SECULT-ES, 2004, p. 47.

(110) PHILIPP, Maximilian Alexander. Viagem ao Brasil... Op. cit., p. 146.

(111) Onde hoje liga a parte insular de Vitória ao continente pela ponte Carlos Lindenberg, próximo às entradas do campus da UFES e do bairro Jardim da Penha. "Cruzamos o pequeno Rio Muruim ou Passagem, sobre o qual passa uma ponte de madeira, geralmente fechada por uma porteira". PHILIPP, Maximilian Alexander. Viagem ao Brasil... Op. cit., p. 148.

(112) Cf. HOLANDA, Sérgio Buarque de. Raízes do Brasil. 26 ed. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.

(113) PHILIPP, Maximilian Alexander. Viagem ao Brasil... Op. cit., p. 148. (114) Ibidem, p. 149. Essa visão de indolente, preguiçoso e incapaz é a que perdurará sobre o brasileiro nos séculos adiante, ao ponto de no início do século XX surgirem correntes que buscavam embranquecer e sanear o povo brasileiro.

(115) Benevente e Nova Almeida foram os principais aldeamentos indígenas no Espírito Santo durante a Colônia.

(116) PHILIPP, Maximilian Alexander. Viagem ao Brasil... Op. cit., p. 149.

(117) Atualmente rio Reis Magos e que deságua no litoral de Nova Almeida, Serra.

(118) PHILIPP, Maximilian Alexander. Viagem ao Brasil... Op. cit., p. 147.

(119) Proximidades do que hoje é a Vila de Santa Cruz, em Aracruz.

(120) PHILIPP, Maximilian Alexander. Viagem ao Brasil... Op. cit., p. 152.

(121) Francisco Manuel da Cunha. "desde o rio Doce até o Itabapoana a estrada é sempre pela costa do mar, e raras vezes dela se aparta" (Cunha apud OLIVEIRA, José Teixeira de. História do Estado do Espírito Santo. 3. ed, Vitória: Secult-ES, 2008, p. 272.

(122) Hoje Barra do Riacho.

(123) PHILIPP, Maximilian Alexander. Viagem ao Brasil... Op. cit., p. 153.

(124) Ibidem, loc. cit.

(125) Ibidem.

(126) Hoje Barra do Riacho - Aracruz.

(127) A localidade de Comboios abriga hoje a Reserva Biológica e Marinha, e está localizada entre os municípios de Aracruz e Linhares, tendo Regência como base de proteção e preservação das tartarugas marinhas.

(128) PHILIPP, Maximilian Alexander. Viagem ao Brasil... Op. cit., p. 155.

(129) Rio Reno. Rio europeu que corta a Suíça, Áustria, Liechtenstein, Alemanha, França, Países Baixos e deságua no Mar do Norte.

(130) PHILIPP, Maximilian Alexander. Viagem ao Brasil... Op. cit., p. 156.

(131) PHILIPP, Maximilian Alexander. Viagem ao Brasil... Op. cit., p. 156.

(132) Ibidem, p. 160.

(133) Ibidem, loc. cit.

(134) Ibidem, p. 162.

(135) ibidem, p. 163. Anos mais tarde o antropólogo alemão Paul Ehrenreich e a Princesa Teresa da Baviera firmaram contato com os Botocudos da região, entretanto em um estágio já muito menos selvagem e número bem mais diminuto. para maiores informações ver: EHRENREICH, Paul. In.: BENTIVOGLIO, Júlio (org.). Índios Botocudos no Espírito Santo no século XIX. Trad. Sara Baldus. Vitória: APEES/ SECULT, 2014, coleção Canaã; BAVIERA, Teresa da. In.: BENTIVOGLIO, Julio (org.). Viagem ao Espírito Santo (1888). Trad. Sara Baldus. Vitória: APEES/ SECULT, 2013. coloção Canaã.

(136) PHILIPP, Maximilian Alexander. Viagem ao Brasil... Op. cit., p. 166.

(137) Vale salientar que apesar da independência administrativa da capitania do Espírito Santo dos laços que a ligava à Capitania da Bahia ter sido obtida de maneira definitiva em 1809, durante o governo de Manuel Vieira d'Albuquerque e Tovar, somente a partir de 1823 é que a região Norte (acima do rio Doce) será desvinculada da comarca de Porto Seguro e novamente anexada à então Província do Espírito Santo. Assim, mesmo compreendendo que naquele momento a Vila de São Mateus não estava sob a administração capixaba, considero necessário o prosseguimento da análise até Caravelas a fim de analisar todo o trecho da viagem proposto na saída da Barra do Jucu. Para maiores informações sobre questões limítrofes do ES Cf. PHILIPP, Maximilian Alexander. Viagem ao Brasil... Op. cit., p. 270; p. 302-303; DAEMON, Basílio Carvalho. Província do Espírito Santo: sua descoberta, história cronológica, sinopse e estatística. Vitória: APEES/ SECULT, 2010, p. 263; p. 315.

(138) PHILIPP, Maximilian Alexander. Viagem ao Brasil... Op. cit., p. 170.

(139) Ibidem, p. 170.

(140) PHILIPP, Maximilian Alexander. Viagem ao Brasil... Op. cit., p. 176.

(141) PHILIPP, Maximilian Alexander. Viagem ao Brasil... Op. cit., p. 177-178.

(142) A primeira etapa se deu da cidade do Rio de Janeiro até a Fazenda Muribeca, às margens do rio Itabapuana, divisa das capitanias do Rio de Janeiro e Espírito Santo. Já a segunda etapa partiu do Rio Itabapuana até sua estadia na fazenda da Barra do Jucu. A terceira etapa compreende Barra do Jucu a Caravelas. E a quarta etapa compreende a estadia de Maximiliano entre os Botocudos de Belmonte, onde o viajante realizará grande estudo antropológico desses nativos brasileiros.

(143) PHILIPP, Maximilian Alexander. Viagem ao Brasil... Op. cit., p. 180.

 

PRODUÇÃO

 

PAULO CESAR HARTUNG GOMES

Governador do Estado do Espírito Santo

 

CÉSAR ROBERTO COLNAGO

Vice-governador do Estado do Espírito Santo

 

JOÃO GUALBERTO MOREIRA VASCONCELLOS

Secretário de Estado da Cultura

 

RICARDO SAVACINI PANDOLFI

Subsecretário de Gestão Administrativa

 

CILMAR CESCONETTO FRANCESCHETTO

Diretor Geral do Arquivo Público do Estado do Espírito Santo

 

AUGUSTO CÉSAR GOBBI FRAGA

Diretor Técnico Administrativo

 

Conselho Editorial

Cilmar Franceschetto

João Gualberto Vasconcellos

José Antônio Martinuzzo

Michel Caldeira de Souza

Rita de Cássia Maia e Silva Costa

Sergio Oliveira Dias

 

Coordenação Editorial

Cilmar Franceschetto

 

Coordenação de Arte

Sergio Oliveira Dias

 

Revisão Ortográfica

Jória Scolforo

 

Projeto Gráfico e Capa

Alexandre Alves Matias

 

Agradecimentos

Grupo de Trabalho Paisagem Capixaba

 

Impressão e Acabamento

Gráfica Dossi

 

Fonte: Viagens à Capitania do Espírito Santo: 200 anos das expedições científicas de Maximiliano de Wied-Neuwied e Auguste SaintHilaire/ 2. ed. rev. amp. Vitória, Arquivo Público do Estado do Espírito Santo, 2018
Autor: Bruno César Nascimento
Compilação: Walter de Aguiar Filho, outubro/2020

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