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Complexo Samarco – História com Geologia

Vista geral das Minas de Itabirito, em Germano. Minas Gerais, e do sistema de transporte - Fonte: Complexo Samarco – Suplemento Especial de A Gazeta, 29 de setembro de 1977 Compilação: Walter de Aguiar Filho, março/2015

Um programa intensivo de prospecção e pesquisa foi levado a efeito pela S.A. Mineração Trindade (Samitri), nos últimos anos, em suas reservas, com uma revisão posterior por firmas independentes e especializadas em geologia.

Grandes massas de minério de ferro estão localizadas no Estado de Minas Gerais, numa região que, por isso mesmo, é denominada de ''Quadrilátero Ferrífero". Desse quadrilátero faz parte o denominado "Complexo de Alegria". Ao Norte das minas de minério de "Alegria" encontra-se uma montanha formada por um maciço de quartzito com aproximadamente 1,2 mil metros de espessura, denominada de "Serra da Caraça".

Entre essa montanha e as formações de minério de ferro de "Alegria" encontra-se um vale resultante da erosão da camada de xisto, que os separa. A espessura das camadas de ferro daquelas jazidas excede de 1,8 mil metros. O itabirito nelas contido é capeado pela formação denominada de "Sabará", composta de rochas metavulcânicas, xisto e filitos, com uma espessura máxima de 4 mil metros.

Na região de Alegria, o rio Piracicaba define claramente o contato entre as duas formações. Cortando-as, encontram-se diques com cinco a vinte metros de espessura, compostos de minerais, mais recentes. Estes diques são estéreis e, onde cortados por túneis de prospecção, apresentam-se maciços e com alto teor de umidade. A razão aparente para a excepcional espessura das jazidas de minério de Alegria é que todas as formações das vizinhanças têm a forma de um grande arco resultante do dobramento originado de repetições da camada de minério de ferro.

Esta se afina rapidamente em ambas as direções (este e oeste), atingindo até 50 metros de espessura na direção este. A posição das camadas é, de um modo geral, na direção leste-oeste, enquanto o mergulho se dá na direção sul. Contudo, a oeste de Alegria, a direção da camada vira para sudoeste e, a este de Alegria, ela toma a direção sudeste. As mesmas forças que formaram este grande arco estrutural são provavelmente as causas dos desdobramentos e falhas da formação ferrífera que permitiu o enriquecimento dos corpos de hematita.

OS DEPÓSITOS

Os corpos de hematita são muito irregulares e geralmente ocupam o alto das colinas e espigões. Os vales e depressões são freqüentemente formados por espessas camadas de canga, que não cobrem minério de aproveitamento direto. O minério existente no alto das colinas e espigões não possui capeamento de estéril. Esses depósitos são capeados por fina camada de canga e, imediatamente abaixo desta, encontra-se outra camada, de mais ou menos dois metros de espessura, de minério com estrutura xistosa ou em camadas. Abaixo desta zona, de dois a três metros da superfície, encontra-se o corpo principal de minério que é relativamente pouco consolidado, bastante friável.

O minério foi enriquecido pela lixiviação da sílica e, por isso mesmo, tem microporosidade elevada. As sondagens executadas revelam que o teor de sílica aumenta com a profundidade.  Baseado em numerosas análises, a composição química média do gravel britado a 3”, granulados de 3” x1/2” e finos de 1/2” é a constante. O minério não contém nenhum elemento pernicioso e os teores de S, TiO2, CaO e MgO são muito baixos. A umidade do minério de Alegria, embarcado em Tubarão, é de 9,62 por cento em média. O teor em ferro é geralmente mais alto na superfície e decresce com a profundidade e oxidação.

O teor em fósforo e perda ao fogo são também mais altos na superfície e decrescem com a profundidade. Os minérios de ferro encontrados em Alegria consistem dos seguintes tipos:

Hematita — minério constituído de óxido de ferro com teor de ferro acima de 64 por cento. Ocorre em grandes lentes ou camadas, cobrindo o itabirito. Como pode ser visto em poços, galerias e trincheiras, tem estrutura laminada e é friável, com finos pulverulentos. Tem um elevado grau de porosidade, do que resulta uma excelente redutibilidade.

Itabirito Rico — quando o teor de ferro cai abaixo de 64 por cento e fica acima de 60 por cento, o minério é chamado de itabirito rico. Estruturalmente, é similar à hematita, mas com teor de ferro mais baixo e de sílica mais elevado. O itabirito é, geralmente, subjacente à hematita.

Itabirito — o itabirito original, não intemperizado, tem um teor de ferro variando de 35 a 40 por cento e é constituído de aleitamento de quartzo sacaróide e de hematita. Há indícios que levam os geólogos de Alegria a acreditar que enormes tonelagens de itabirito parcialmente enriquecido ocorrem nas vizinhanças dos corpos ricos, cujo teor de ferro varia de 50 a 60 por cento.

Canga — Por vezes os corpos de minérios são capeados por "canga", que é formada de fragmentos angulares de hematita, cimentados por limonita e goethita. Essa cobertura varia de 0,5 a 2 metros e, quando maiores, geralmente não capeiam minérios comerciais. Geralmente é dura e necessita de perfuração e dinamitagem. Seu teor de ferro varia de 55 a 65 por cento, em média 60 por cento. Suas principais impurezas são a alumina e fósforo. Cerca da metade da canga tem teor em ferro superior a 60 por cento e, nestes casos, é considerada como minério.

 

Fonte: Complexo Samarco – Suplemento especial de A Gazeta, 29 de setembro de 1977
Compilação: Walter de Aguiar Filho, março/2015

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