De vila a cidade
A passagem da condição de Vila do Espírito Santo para cidade ocorreu em 1896, com a criação do município do Espírito Santo. O núcleo urbano formado na Prainha contava com pouco mais de 200 casas. Três fatores marcaram as possibilidade de crescimento do atual município de Vila Velha na virada do século XIX para o atual: a implantação da Estrada de Ferro Vitória-Minas (EFMV), a decisão política de localização do porto estadual em Vitória e a construção da Ponte Florentino Ávidos, segundo levantamento realizado pela empresa de consultoria Futura, intitulado Vocações e Perspectivas da Economia Urbana de Vila Velha.
Em 1901 foi constituída a companhia ferroviária, e dois anos depois se batia a primeira estaca. Argolas foi o local escolhido para implantação da estação inicial dessa estrada. Em 1905 foi inaugurada a estação provisória em madeira, denominada São Carlos. A estação definitiva foi inaugurada dois anos depois. A partir de 1935, essa estação passou a ser chamada de Pedro Nolasco.
Estava situada próxima a estação da Estrada de Ferro Sul do Espírito Santo (Leopoldina) e houve necessidade de se fazerem aterros na área para a sua implantação.
PORTO
A estação foi importante como núcleo de transporte de bens e passageiros, já que mantinha ligação aquaviária ao antigo cais do Imperador, em Vitória. A outra ligação de Argolas era com a Prainha, através de linha de bonde, o primeiro vetor de ocupação próximo a baía de Vitória.
Outro fator de forte influência, que retardou o processo portuário do continente foi a decisão de construir o porto estadual em Vitória. Por três vezes, do final do século passado ao início deste, os estudos técnicos indicaram a atual área portuária de Vila Velha como local mais apropriado. Só que o porto foi instalado na capital. Vila Velha perdia mais uma vez e deixava de sediar o centro da comercialização do excedente da economia do estado, especialmente o café.
Posteriormente, com a ponte ligando a ilha ao continente – a Florentino Avidos – Vila Velha passou a ter ligação rodoviária com a ilha. Novas perspectivas econômicas surgiram na década de 20 com a implantação da Fábrica Garoto, que na época só produzia balas.
Fonte: A Gazeta - 26/09/1994
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