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Estações biológicas de Santa Lúcia e de São Lourenço

Fonte: A Gazeta, Projeto Educar – Reservas Ecológicas, 07 de junho de 1994

Elas estão numa região marcada pela diversidade florística. Situadas no município de Santa Teresa, as estações biológica de Santa Lúcia e de São Lourenço são administradas pelo Museu de Biologia Professor Meio Leitão, um legado do cientista Augusto Ruschi.

Ele, inclusive, foi sepultado na estação de Santa Lúcia. Com 400 hectares cobertos pela mata Atlântica, esta unidade de conservação fica num vale cortado pelo rio Timbuí. As altitudes variam de 500 a 900 metros. A paisagem é composta por afloramentos rochosos, de grande porte, cobertos por vegetação rupestre. As bromeliáceas destacam-se na vegetação.

A Estação de São Lourenço ainda não tem uma área definida. A Prefeitura de Santa Teresa possui 100 hectares, e o museu 22 hectares. Se forem incluídas as áreas contíguas de floresta, pertencentes a particulares, seus limites podem chegar a 500 hectares.

Suas características assemelham-se às de Santa Lúcia. A exceção fica nos afloramentos rochosos, na estação de São Lourenço, eles são menos expressivos. Como a área fica próxima ao perímetro urbano de Santa Teresa, a pressão da caça e da exploração de produtos florestais, como o palmito, é constante.

Onde a natureza conserva abrigo

Mais de 300 espécies de orquídeas, 150 de bromélias e 14 de palmeiras — 12 delas só encontradas na Mata Atlântica. Estes números indicam a importância florística do município onde estão situadas as estações biológicas de Santa Lúcia e São Lourenço.

Num levantamento de apenas 0,1 hectare, o Museu de Biologia Mello Leitão — administrado pelo Instituto Brasileiro do Patrimônio Cultural — documentou cerca de 150 espécies arbóreo-arbustivas, com diâmetro superior a 2,5 centímetros, os bambus são muito comuns nas matas de Santa Teresa, assim como as aráceas (lírios), as samambaias e as briófitas (musgos).

Estudos com mamíferos indicam, pelo menos, a existência de 83 espécies: 25 de morcegos, 23 de roedores, 11 marsupiais (gambá, cuíca, marmosa), 10 carnívores e 6 primatas. Várias espécies estão em extinção: ouriço preto, gato do mato, gato maracajá, jaguarundi, suguarana, lontra, sauí-taquara, sauá, barbado e preguiça de coleira.

O município, conforme levantamentos preliminares serve de abrigo de 349 espécies de aves. O professor Keith Brown, da Unicamp, calculou 1.000 espécies de borboletas, podendo chegar a mais de 1.200.

Augusto Ruschi, o naturalista em seu ambiente

Ele ganhou fama mundial estudando os beija-flores. Fez das florestas uma inesgotável fonte de pesquisa. Por elas; brigou com determinação. Seu nome: Augusto Ruschi, naturalista capixaba conhecido internacionalmente pelos estudos e in-transigente defesa da natureza.

Nasceu (1915) e morreu (1986) em Santa Teresa, onde deixou o Museu Professor Mello Leitão e um acervo com registros de centenas de espécies animais e vegetais. De menino curioso a adulto famoso, Augusto Ruschi teve papel fundamental na criação de reservas no Estado, na contenção dos desmatamentos e no alerta sobre impactos de grandes projetos industriais.

Sua aventura pelas matas desde os 10 anos transformou-o num dos maiores conhecedores de Mata Atlântica do planeta. Ruschi publicou mais de 450 trabalhos científicos, 11 livros, a maioria sobre orquídeas e beija-flores. Participou de inúmeras instituições científicas nacionais e internacionais. Com o objetivo de tornar público o seu acervo, doou o Museu Mello Leitão ao Instituto Brasileiro do Patrimônio Cultural antes de morrer.

 

Fonte: A Gazeta, Projeto Educar – Reservas Ecológicas, 07 de junho de 1994
Compilação: Walter de Aguiar Filho, agosto/2016

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