Governos “de esquerda”?

A chegada de Gerson Camata ao Palácio Anchieta, em 1983, restaurava a democracia no âmbito estadual. Ele representou, para os eleitores, a renovação na vida política capixaba: era jovem, “peemedebista” e primeiro descendente de italianos a governar o Estado.
Um articulista do jornal A Gazeta assim definiu o novo governador: “embora seja considerado uma espécie de ‘filho do milagre econômico’, com origens políticas na Arena do ex-governador Eurico Rezende, Camata foi uma das caras novas colocadas pela oposição no poder”.
As outras “caras novas” colocadas no poder foram, pela ordem: Max Mauro (1987-1990), Albuíno Azeredo (1990-1994) e Vitor Buaiz (1994-1998). Todos foram eleitos, democraticamente por partidos considerados progressistas ou, como se diz no linguajar político, “partidos de esquerda” ou de “centro-esquerda”. Os partidos desses governadores eram, respectivamente, o PMDB (Partido do Movimento Democrático Brasileiro), o PDT (Partido Democrático Brasileiro) e o PT (Partido dos Trabalhadores).
Na doutrina e nos programas dos partidos, “de esquerda”, a preocupação central é o bem-estar social da população. Chegando ao poder, deviam, portanto, priorizar os investimentos na área de saúde, educação e segurança pública. A questão, para eles, era resolver o seguinte dilema: adiantava haver progresso na economia estadual se a população não se beneficiava dele? Concluiu-se que não fazia sentido o progresso econômico sem os correspondentes benefícios sociais.
Nesse sentido, era preciso tomar medidas para compensar a “dívida social” herdada do “milagre econômico”, que contribuiu para a concentração de riquezas e de rendas nas mãos de pessoas e de grupos.
Será que os “governadores de esquerda” cumpriram as doutrinas e os programas dos seus partidos? Vamos confrontar algumas opiniões.
Em 2000, em artigo publicado em O Estado de S. Paulo, o cientista político João Gualberto fez uma análise retrospectiva dos governos capixabas desde o fim da ditadura. Segundo ele, esses governos representaram “uma sucessão de nomes impensável no passado agrário e coronelesco do Estado”.
Se essa análise contém uma interpretação coerente dos fatos, o que dizer desta outra, feita em abril de 2001, pelo colunista André Hess de A Gazeta:
“O PDT e o PT não chegaram a governar de fato o Espírito Santo. Os governadores Albuíno Azeredo e Vitor Buaiz foram eleitos numa frente de centro-esquerda, com propostas progressistas, mas, uma vez no poder, fizeram alianças com as forças mais conservadoras, incrustadas na Assembleia Legislativa.”
Tratando-se de um passado muito recente da história capixaba, faltam-nos elementos para tirar conclusões definitivas. Mesmo porque, em história, nada é definitivo, tudo está em construção.
Fonte: História do Espírito Santo – Uma abordagem didática e atualizada 1535 – 2002
Autor: José P. Schayder
Compilação: Walter de Aguiar Filho, agosto/2012
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