Guarapari de ontem
"Quem passasse pela ruazinha tranqüila, aquela ruazinha varrida pelo vento sul e cujo solo barrento todo se cobria de regatinhos formados pelas chuvaradas de verão, invariavelmente descobriria a velha rendeira curvada sobre a almofada, trocando os bilros, atenta ao trabalho e de toda alheia ao bulício e à agitação exteriores ..."
Guarapari de ontem, cheia de ruazinhas tranqüilas de barro, que se cobriam de regatinhos formados pela chuvarada de verão. Ah, que saudade! A Guarapari de hoje não tem mais ruazinhas tranqüilas onde se possam empoçar as chuvas de verão, que graças ao El Nino, à camada de ozônio e a tantos outros fenômenos meteorológicos, são cada vez mais raras !
Onde foram parar as rendeiras de outrora, de cabecinhas brancas e rostos enrugados, tão bem representadas pela Vovó Vitorinha ...
A renda de bilro não passa hoje de mera lembrança de um passado, não tão distante assim e, apesar de todos os esforços feitos para manter a tradição desse artesanato local, os segredos de sua confecção não passaram de geração a geração. Que pena !
"Em sua casa humilde, construída de taipa, com minúscula janela e porta de tábuas inteiras, quase nada havia. Quase nenhum móvel. Mas se alguém batia àquela porta era certo que se retiraria atendido a contento. Voltaria de lá trazendo o que desejava: mudas de plantas (jasmin, resedá, bogari, murta), um punhado de cheiro verde, colhido na hortazinha da casa, um pouco de urucum, um limão galego, um mamão em ponto de ser transformado em doces. O terreno era grande, estendia-se pela encosta de uma colina de cujo topo se descortinava o oceano largo. Na época das guabirobas, dos araçás roxos, das goiabas e das pitangas, as crianças acudiam em bandos, espantando os passarinhos que voejavam pelas árvores do pomar ..."
Casas humildes ainda existem, mas não mais construídas de taipa e sem janelas minúsculas, mas com reluzentes antenas parabólicas apontando para um céu, para o qual quase nunca se olha, por falta de ... tempo.
E de lá não mais se volta com mudas de plantas, um punhado de cheiro verde, limão galego ou mamão transformado em doces que, felizmente, e esperamos por muito tempo ainda, podem ser adquiridos na feira local, às quartas e sábados.
Terrenos grandes também já não existem e, só podemos descortinar o oceano largo, do último andar de um dos inúmeros edifícios que cercam nossas já tão ensombreadas praias.
Crianças em bandos não mais caminham, apenas voam, em cima de patins ou skates e só não espantam os passarinhos, porque estes já não voejam mais pelas árvores do pomar, que também não existe mais !
Se você, caro leitor, ainda se lembra do que é um pomar, deve concordar comigo que a fruta colhida no pé é muito mais saborosa !
Tempos que não voltam mais .... Quanta saudade !
Texto de: Magnólia de Aguiar - Moradora de Guarapari (19/03/2010).
Festa antonina (Santo Antônio) realizada no dia 13 de junho de 1937, em Aribiri (Vila Velha), na chácara onde residia o Dr. Armando Azevedo, aqui nos versos tratado como "cumpade".
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