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História dos vices prefeitos de Vila Velha

Edelberto Vila Flor - Américo em seu primeiro mandato, em 1966, renunciou ao cargo para candidatar-se a Deputado Estadual (que conseguiu eleger-se), e com isso o Vice Prefeito Edelberto assumiu o cargo de Prefeito Municipal, por cerca de 10 meses

Os antigos Vices Prefeitos de Vila Velha

Foram os seguintes cidadãos :
Edelberto Villa Flor
Gotfrio Albert Anders
Wilson Pinto Vieira
Atílio Juffo
Gotfrio Albert Anders
Alcélio Sampaio
Márcia Machado
Ângelo Pavesi
Dra Marisa
Edmara Esperidião
Paladini
Maurício Gorza

E o atual em 2009 é:

Marcos Rodrigues

Eles não são ex-Vices Prefeitos, e sim antigos Vices Prefeitos, conforme orienta a boa técnica de redação oficial.

Quando substituem, o Prefeito nas ausências e impedimentos, voltando o titular ao cargo, eles voltavam à condição de Vice.

No exercício de mandato de Prefeito são interinos, ou provisórios, salvo se não há retorno do titular ao cargo, e aí sim, passam a ser Prefeito, tomando posse específica.

Os Vice Prefeito atualmente são eleitos em chapa com o Prefeito, e prestam juramento na posse, perante a Câmara Municipal. O Prefeito é investido do cargo e o Vice Prefeito da função.

História:

Até a eleição municipal de outubro de 1962, em nenhum município havia a figura do Vice Prefeito.

Quando havia renuncia, falecimento, abandono, afastamento, cassação, ou impedimento por motivo de ausência por viagem ou doença, o Presidente da Câmara assumia o exercício de Prefeito e completava o mandato, perdendo o mandato de Vereador, havendo em paralela eleição entre os Vereadores de outro entre seus pares para Presidir a Câmara.

Havia o caso quando a substituição fosse necessária muito perto de uma eleição que o Presidente da Câmara não queria assumir o mandato de Prefeito para não ser impedido de participar do pleito como candidato a algum cargo eletivo (na época não era permitida a reeleição como passou a vigorar recentemente).

Acontecendo isso a Câmara poderia eleger indiretamente Prefeito, qualquer cidadão eleitor no Município.

Assim aconteceu no final do mandato de Tufy Nader em 1962, quando ao viajar, o Presidente da Câmara não quis assumir, então elegeram José Anchieta de Setúbal, que exerceu o mandato de Prefeito Municipal interino por alguns meses, sendo sucedido pelo próprio Tufy que ao retornar reassumiu o cargo e o terminou mais à frente, passando em 31.1.63 o posto para o Prefeito eleito diretamente pelo povo, Américo Bernardes da Silveira.

Esse já pegou a lei que determinava o surgimento da figura do Vice Prefeito, então tomou posse o Edelberto Villa Flor, que veio a ser o primeiro de Vila Velha!

O Vice geralmente tinha um grupo político próprio que muitas vezes acabava rompendo com o primeiro mandatário, e ficava fazendo-lhe oposição, torcendo, por exemplo, que renunciasse, para assumir o cargo.

O vice é uma função e não cargo. Sua função é substitui o titular nas ausências autorizadas e nos seus impedimentos.

Em algumas Prefeituras chegava dar-lhe sala, alguns funcionários, alguma mordomia e até carro oficial com motorista, e às vezes para ser remunerado criava-se, para ele ser nomeado, o cargo de confiança de superintendente ou era nomeado por exemplo, para ser Secretário de alguma pasta.

Américo em seu primeiro mandato, em 1966, renunciou ao cargo para candidatar-se a Deputado Estadual (que conseguiu eleger-se), e com isso o Vice Prefeito Edelberto assumiu o cargo de Prefeito Municipal, por cerca de 10 meses.

Atuou no seu reduto eleitoral, a Glória, dando força para o Ginásio Municipal local, que foi instalado onde Tufy havia construído um Mercado nesse bairro, que não fora à frente.

Nesse Colégio funcionou também a FUNEVE e era chamado de Ferreirão na época em que se passou realizar bailes em final de semana, nos anos 80 principalmente.

Edelberto urbanizou a orla da Praia do Tabajara próximo do Clube Libanês na Praia da Costa, restaurando o muro de arrimo que havia desabado parcialmente por força de ressaca, e cimentou ali o início do que é hoje o calçadão.

Foi na gestão dele que Vila Velha começou a substituir os postes de madeira da rege elétrica, por de concreto.

O Vice, exercendo a função de Prefeito em época que antecedesse eleições, geralmente procurava trabalhar para indiretamente se possível favorecer candidatos que lhe eram simpáticos, ou para mostrar serviço em curto espaço de tempo, para os eleitores lembrarem dele na eleição seguinte, ou mesmo conseguir assim que saísse do cargo, a nomeação para algum cargo político.

Antes na composição de chapas, poucos aceitavam ser Vice Prefeito por considerar figurativo, mas no fundo muitos desdenhavam por encenação, e queriam a proposta da função, olhando o futuro político lá na frente, mesmo que aceitasse o "sacrifício" de ficar na sombra.

A seguir quem foi eleito Prefeito, foi o antigo Vereador Sr. Antônio Hugo Ronconi, com mandato de 31.1.67 até 31.1.71. Tinha reduto eleitoral no IBES e o acompanhava como Vice o ex ou antigo Vereador Gotfrio Albert Anders.

Ocorre que em meados de seu mandato, foi afastado do cargo, e assim Gotfrio, exerceu o mandato até o final.

A seguir veio um mandato tampão de 2 anos estipulado pelo Governo Federal, tendo sido eleito Prefeito para exerce-lo, o médico Max de Freitas Mauro (já no MDB) tendo como Vice o Atílio Juffo, para mandato entre 31.1.71 até 31.1.73.

Mas o comando da Revolução acabou caçando o Vice Prefeito, e Max terminou o mandato sem Vice, entregando ao sucessor, Sólon Borges Marques (esse já participando do partido político ARENA).

Sólon tinha sido Prefeito de Vitória, e aqui numa linha populista ganhou mandato entre 31.1.73 até 31.1.77, tendo como vice Prefeito Wilson Pinto Vieira, proprietário do loteamento SOTECO.

Wilson veio a falecer no exercício de sua função, tendo Sólon concluído a administração.

A seguir novamente Américo Bernardes da Silveira (já no MDB) foi eleito Prefeito para mandato entre 31.1.77 até 31.1.81, tendo como Vice o Gottfrio Albert Anders (esse tinha reduto em Paul).

Mas em 1980 o Governo Federal prorrogou o mandato dos Prefeitos, Vices Prefeitos e Vereadores em todo país por mais 2 anos, e assim prosseguiram no cargo.

Em 1982 de novo Américo Bernardes da Silveira, renuncia ao cargo para candidatar-se a Deputado Estadual (e o conseguiu) e é sucedido por Gottfrio, que exerce o cargo de Prefeito por cerca de 10 meses.

O mandato seguinte o governo federal já havia estipulado que era de 6 anos, assim tomou posse em 31.1.83 Vasco Alves de Oliveira Jr. (agora PMDB, com reduto em Paul e na Glória) tendo como Vice Prefeito o construtor Alcélio Sampaio, com reduto na Cobilândia.

Mas em 1986 Vasco renuncia e candidata-se a Deputado Federal (e elege-se) ficando Alcélio como Prefeito Municipal , mas exerce o cargo por poucos meses, devido falecer em pouco tempo.

Assume o Presidente da Câmara o Vereador Carlos Malta de Carvalho - PMDB - (com reduto em Paul), que passa exercer o cargo de Prefeito Municipal.

Em seu período a obra estadual da Terceira Ponte vinha ficando pronta, pressionando com isso a Prefeitura para tomar providências no sistema viário, e houve movimento de empresários que conseguiram na Câmara Municipal aprovação de projeto de lei unificando o gabarito de prédios, já que restrições na orla da Praia da Costa atrapalhavam a especulação imobilária na primeira quadra.

Esse prédios altos, muito próximos um dos outros, trouxeram prejuízo ao turismo por sombrear no final da tarde, antes do por do sol, a areia da praia, o que afasta muitos banhistas.

Na sucessão do Presidente Figueiredo, havia sido eleito indiretamente Tancredo Neves para Presidência da República e José Sarney para Vice. Com a morte de Tancredo, assumiu Sarney que tinha sido da ARENA.

Para superar o trauma foi votada lei federal determinando que no país nenhum cargo eletivo poderia mais ser ocupado por eleição indireta, e no caso da dupla vacância atingia a necessidade de haver eleição para um mandato tampão.

Assim em Vila Velha, com a saída do Vasco e falecimento do Alcélio, caracterizou dupla vacância, devendo o Presidente da Câmara assumir temporariamente enquanto ocorresse eleição de novo Prefeito.

Por conta disso no final de 1987 foi eleito o administrador Sr. Magno Pires da Silva (PT), tendo como Vice Prefeita a professora Márcia Machado (PSB), para mandato de apenas um ano, no exercício de 1988.

A posse doravante ocorreria em primeiro de janeiro em toda nação, conforme nova lei federal, voltando os mandatos para 4 anos.

A seguir foi eleito para seu primeiro mandato Jorge Alberto Anders (reduto em Paul), tendo como Vice o antigo Vereador Ângelo Agostinho Pavesi, com reduto no Bairro Alvorada, para mandato entre 1.1.89 até 1.1.93.

A seguir foi eleito para segundo mandato, como Prefeito, de novo o Sr.Vasco Alves de Oliveira Jr., tendo como Vice a médica Dra. Marisa, para mandato entre 1.1.93 até 1.1.97.

Ocorre que no final de 1996, Vasco Alves chegou a ser cassado pelos Vereadores, que empossaram Dra. Marisa como Prefeita Municipal, mas Vasco rapidamente voltou ao cargo por força de decisão judicial.

Para mandato de Prefeito de 1.1.97 até 1.1.2001, novamente tivemos Jorge Alberto Anders, tendo como Vice Prefeita Edmara Esperidião, que chegou a exercer o cargo de Prefeita em algum tempo por licença do Prefeito.

A seguir para mandato de 1.1.2001 até 1.1.2005, foi eleito Max de Freitas Mauro Filho, tendo como Vice o Sr. Paladini.

Max Filho já pegou lei que permitia a reeleição para o mesmo cargo sem necessidade de descompatibilizar, e assim interessou e foi reeleito para mandato de 1.1.05 até 1.1.09 tendo como Vice Prefeito o antigo Vereador engenheiro Maurício Gorza, que chegou exercer o mandato de Prefeito por curto tempo por motivo de licença do Prefeito.

Em 1.1.09 tomou posse Neucimar Fraga (reduto no SOTECO) tendo como Vice Prefeito o antigo Vereador, engenheiro Marcos Rodrigues (reduto no IBES).

Cabe a cada um dos vices Prefeitos citados, praticamente todos vivos, analisarem o relato e contribuírem para a melhoria com maiores informações do mandato de Prefeito que tenham exercido mesmo por curto período, ou de forma interina.

Da eleição de 1962 até hoje a função de Vice Prefeito teve importância fundamental tanto no sucesso da eleição do Prefeito, como nas sucessões necessárias que houveram, desmistificando o pouco destaque que teriam, lançando por terra o jargão que o "vice é sempre vice", e que no máximo só pega carona na política.

 

Fonte: Roberto Brochado Abreu. Membro da Casa da Memória de Vila Velha. (25/06/2009)

Editor Roberto Abreu

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