Morro do Moreno: Desde 1535
Site: Divulgando desde 2000 a Cultura e História Capixaba

Histórias fabulosas

Logo da caminha OS PASSOS DE ANCHIETA - Foto: Piso da Estrada das Sete Voltas no Convento da Penha

A Companhia de Jesus não foi a única ordem religiosa a exercer atividade na Capitania do Espírito Santo, no período colonial. A obra dos jesuítas será complementada pela ação missionária dos franciscanos, capuchinhos, carmelitas e beneditinos.

Das centenas de religiosos que passaram pela capitania, entretanto, o jesuíta José de Anchieta é o mais venerado. Nasceu na Espanha, nas Ilhas Tenerife, em 1534. Asmático, recomendaram-lhe os bons ares do Brasil. Chegou à colônia em 1553, aos 19 anos e fixou-se no Espírito Santo somente em 1587, aos 53 anos - antes dessa data, apenas visitou esporadicamente as terras capixabas. Dez anos depois, em 1587, faleceu, no dia 9 de junho. Seu corpo foi conduzido por 300 pessoas durante 3 dias, da Aldeia de Reritiba (atual município de Anchieta) até o Colégio de Santiago em Vitória (atual Palácio Anchieta, sede do governo do ES), onde foi sepultado. Já na celebração do enterro, foi declarado Apóstolo do Brasil - título que divide com o padre Manoel da Nóbrega, outro jesuíta.

Segundo o historiador Serafim Leite, em 1609 grande parte dos restos mortais do padre Anchieta foi levada para a Bahia. Por ordem papal, foram retirados de lá e espalhados por casas e colégios jesuítas, inclusive de Roma. Entretanto, há diversas versões para os fatos. Outros afirmam que, na travessia do Atlântico, um naufrágio provocou a perda destas relíquias.

Importa, historicamente, que o processo de beatificação de Anchieta foi aberto em 1617.

Em 1736, suas virtudes foram declaradas heróicas pelo Vaticano e, em 1980, o papa João Paulo II beatificou-o. Está em andamento sua santificação.

O percurso por onde passou o cortejo fúnebre do jesuíta, e que ele próprio, quando vivo, percorria a pé todos os meses, foi transformado, em 1998, no caminho religioso denominado Passos de Anchieta. Acredita-se que o andarilho, repetindo a trajetória do beato, adquire, no final da caminhada, conforto espiritual. São, no total, 105 quilômetros. É preciso ter fé.

Depois de padre Anchieta, o enigmático frei Pedro Palácios merece destaque. Natural das Astúrias, na Espanha, chegou ao Espírito Santo em 1558. Pertencia à Ordem Franciscana e, em virtude do voto de pobreza, comportava-se como um eremita – vivia isolado, jejuando e rezando. Possuía apenas um cão e um gato como companheiros inseparáveis. Sobrevivia de esmolas. Seu abrigo era uma gruta incrustada no rochedo onde, ele mesmo, iniciou a construção de uma capela – templo-base do qual foi erguido, tempos depois, o Convento da Penha. Morreu em 1570. Conta-se que, antevendo a própria morte, despediu-se dos devotos.

Outras histórias poderiam ser contadas, envolvendo religiosos no Espírito Santo. São muitas, misteriosas, verossímeis, às vezes fabulosas.

 

Fonte: História do Espírito Santo - Uma abordagem didática e atualizada 1535 – 2002
Autor: José P. Schayder

Matérias Especiais

General das Artes

General das Artes

Conheci, na casa de Homero Massena, anos 60, um amigo dele muito especial. Pessoa sensível, de fino trato, grande admirador da boa pintura e da Arte do mestre. Algumas vezes servi de mensageiro entre os dois, levando ao escritório do amigo, textos do Massena (muitas vezes assinados com pseudônimos: J. Prates, J. Carlos...) para que ele (diretor do jornal) providenciasse a publicação.

Pesquisa

Facebook

Leia Mais

Festejos de Natal: Reis

O Reis foi introduzido em Vila Velha pelo Padre Antunes de Sequeira. Filho de Vitória, onde nascera a 3 de fevereiro de 1832

Ver Artigo
Recordações do Arraiá

Festa antonina (Santo Antônio) realizada no dia 13 de junho de 1937, em Aribiri (Vila Velha), na chácara onde residia o Dr. Armando Azevedo, aqui nos versos tratado como "cumpade".

Ver Artigo
Todos na Festa Junina!

Confira a transcrição de matéria publicada no jornal A Gazeta em 27 de junho de 1961, sobre a festa do dia 17 de junho de 1961: Festa Junina no Ginásio "São José"

Ver Artigo
A Polícia Militar na Historiografia Capixaba - Por Gabriel Bittencourt

A Policia Militar jamais suscitou tanta evidência, seja na imprensa ou no seio da comunidade cultural, como neste ano em que comemora 150 anos de existência

Ver Artigo
A Consolidação do Processo da Independência no ES

O Norte da Província: uma região estratégica

Ver Artigo