Hotel ou Clínica
Está sendo divulgado que o futuro Governador irá transformar o Radium Hotel em uma clínica especializada em fisioterapia e radioterapia. O noticiário planta-se sob a informação de que desapareceria pura e simplesmente o hotel, construindo-se em seu lugar, mediante reforma ou ampliação, todo um complexo destinado a dar cobertura às exigências de uma clínica especializada no tratamento de males reumáticos e outros que pudesse ser tratados com base nas virtudes terapêuticas e medicinais de Guarapari.
Defendemos durante anos a necessidade de ser implantado no Radium Hotel, após a execução de um amplo programa de reforma e ampliação de suas condições hoteleiras, também uma clínica fisioterápica e radioterápica, sustentando-a sobre a tradição do hotel e possibilitando um atendimento científico aos milhares de turistas que visitam Guarapari.
Esta nos parece a fórmula ideal, para ser feita pelo Governo diretamente ou como chegou a ser tentado, através da participação da iniciativa privada, exigindo-se dentro da concorrência o cumprimento de obrigações que mais de perto pudesse interessar à filosofia do planejamento turístico estadual.
O Radium Hotel é uma unidade pioneira que já se identificou urbanamente com as características de Guarapari. Está situado num local privilegiado, tem uma área de cerca de 10 mil metros quadrados e pode oferecer condições excepcionais para o desenvolvimento turístico do balneário. Pode ser instrumento de moderação de custos hoteleiros, pode ser, eventualmente, uma escola para formação de aprimoramento profissional e, ainda, pode ser, na sua área de ampliação, uma opção generosa para a implantação da clínica fisioterápica e radioterápica que consideramos uma necessidade, além de poder oferecer um restaurante aberto, de alto padrão, para atender milhares de turistas. Nele poderiam ser implantadas técnicas e serviços hoteleiros avançados servindo de exemplo para a própria iniciativa privada.
Consideramos, portanto, o fechamento do hotel, nos termos das entrevistas que chegaram ao nosso conhecimento, uma atitude danosa aos interesses do turismo capixaba em, em particular, de Guarapari. Defendemos, com os olhos postos no futuro e voltados para o interesse maior do Estado, a tese de que o Radium Hotel, com melhores padrões e melhores recursos técnicos e estéticos, deveria continuar sendo hotel, servindo, concomitantemente, como opção para implantação da sonhada clínica fisioterápica e radioterápica, cujo comando estivesse entregue a profissionais com títulos da especialidade médica e reconhecida idoneidade. Uma composição nestes termos seria a ideal para o tradicional hotel.
Queremos nos permitir levar estes aspectos ao futuro Governador, porque sabemos que ele, mais do que ninguém hoje, tem compromissos imensos e justificados com o desenvolvimento sério e planificado de Guarapari e de toda a faixa radioativa do Estado, considerada área prioritária dentro do Plano Estadual de Turismo.
Chegamos a elaborar um estudo inicial para o Radium Hotel, visando sua reforma completa e ampliação, possibilitando um alto nível de recomendação para o turismo estadual. Não incluía o estudo o aproveitamento da praça fronteiriça ao hotel, nem o fechamento do trecho da avenida Lourival de Almeida, artérias que consideramos da maior importância para a circulação em Guarapari. Estamos ouvindo e lendo que é pensamento, dentro do novo programa a ser implantado eliminar a praça e transformá-la numa espécie de centro de recuperação motora ou coisa parecida. Ora, Guarapari tem áreas imensas, tem opções variadas, que melhor poderiam servir ao espírito de um programa turístico, sem que fosse necessário, no seu miolo urbano já tão comprometido, roubar uma ou outra área livre. Que se encontre um outro local, amplo e arborizado, bem urbanizado e tecnicamente bem implantado as opções para instalação do tal parque de recuperação motora. A área pertencente ao Radium Hotel deveria ser utilizada como prolongamento natural do hotel, com recuperação de seus jardins, com reforma de seu pátio de estacionamento, com instalação de uma piscina e como lazer natural, aproveitando-se a sua frondosa arborização.
Por outro lado, quando se pensa (e deve-se lutar por isto) em instalar uma moderna clínica naquele local, devemos pensar também, nos problemas futuros que o acúmulo de sua utilização quer pelos hóspedes do hotel, quer pelos demais turistas que poderiam vir a procurá-la, a toda a sua área de influência.
Iríamos mais longe na defesa de nossos pontos de vista, pois à guiza apenas de lembrete, já encaramos Guarapari como um polo turístico que ultrapassou o aspecto puramente terapêutico, para se conceituar como um balneário de porte, vivendo por si, pela sua beleza, pela sua descontração e pela série de fatores que transformam o balneário numa opção de categoria mais sofisticada.
Precisamos, ao mesmo tempo em que se pensa na conquista de uma clínica especializada, é preparar Guarapari para ocupar, sem críticas, a posição de primeiro balneário do país, identificado com a mística de juventude e vigor que emoldura os seus verões.
Março de 1975.
Fonte: Capixaba, sim. (hoje mais do que ontem), 2006
Autor: J. C. Monjardim Cavalcanti (Cacau Monjardim)
Compilação: Walter de Aguiar Filho, outubro/2012
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