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José Carlos da Fonseca

José Carlos da Fonseca

Nascer, crescer, trabalhar e viver com dignidade é o que se espera do futuro de cada ser humano. Uns vêm bafejados pela predestinação e encontram uma terra fértil, onde crescerão e frutificarão seus anseios. Outros se irão perder no caudaloso rio das frustrações e não conseguirão brilhar nas luminosas constelações do destino.

Muitas vezes, em seus tempos de estudante, o menino JOSÉ CARLOS DA FONSECA, olhando o infinito, a linha do horizonte longínquo, há de ter meditado sobre os mistérios enigmáticos do amanhã e se indagado a respeito do que seria ele anos depois.

Filho de Luiz Teixeira da Fonseca e de Carolina Nunes da Fonseca, nasceu JOSÉ CARLOS a 21 de julho de 1931, em São José do Calçado, tendo se formado Bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade de Direito de Vitória, em 1957.

Quem o conhece sabe que se trata de uma pessoa às vezes alegre, às vezes triste, quase sempre introspectiva, especialmente em vésperas de difíceis decisões. É que JOSÉ CARLOS DA FONSECA possui uma alma poética, uma grande sensibilidade, não lhe sendo possível agir com a frieza de algumas pessoas, importando-lhe as consequências de tudo que pensa e que faz.

Casado com a Sra. Regina Maria da Costa Fonseca, sua confidente, tem com ela os seguintes filhos: José Carlos da Fonseca Júnior, Maria Cristina da Costa Fonseca e Rodrigo da Costa Fonseca. Embora digam que é temperamental, suas trovoadas não duram muito tempo, porque logo se abre num sorriso, como um sol que veio iluminar a paz.

Tem os seguintes cursos de especializações: Pós-Graduação em Sociologia (Vitória 1960); Curso de Direito Agrário (Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, 1963); Curso de Filosofia (Academia Brasileira de Letras, Rio de Janeiro, 1962); Curso de Mercado de Capitais (Centro de Ensino Técnico de Brasília, 1971); Curso de Desenvolvimento Comunitário e Escolas-Família (Padova, Itália, 1971).

O bom humor em geral é comum no dia-a-dia de JOSÉ CARLOS DA FONSECA, embora não esconda o tédio que lhe traz assuntos enfadonhos. É um homem ativo e, como tal, estar sem o que fazer provoca o seu natural nervosismo.

A organização é também uma de suas características, porque tudo que faz, sai perfeito. Quando assumiu a Vice-Governadoria do Estado, em 1979, não se conformou com o aspecto negativo dos velhos salões do Palácio Anchieta, com o abandono de quadros valiosíssimos e da galeria dos ex-Governadores. Com sua criatividade nata, organizou tudo com tal perfeição, que o local se transformou em área de turismo, muita gente indo lá para ver pinturas raras e conhecer os homens que governaram o Espírito Santo.

No início de sua vida, JOSÉ CARLOS DA FONSECA, exerceu os seguintes encargos profissionais: Revisor da Imprensa Oficial, Vitória 1951; Redator do Jornal Folha do Povo, Vitória 1952; Redator da Rádio Espírito Santo, Emissora Oficial, Vitória 1952; Secretário do Jornal O Diário, Vitória 1955; Secretário da Sucursal de O Jornal, Diários Associados, Vitória 1955; Diretor-Responsável da Revista Agora, Vitória 1972; Advogado da Federação da Agricultura do Espírito Santo, 1958.

Foi integrante nos anos 50 da famosa "Ala Moça do PSD", da qual fizeram parte, Christiano Dias Lopes Filho, Élcio Álvares, Orlando Cariello e tantos outros. Embora atraído pela política, sua atuação nos primeiros anos não foi muito brilhante, ele evitava deixar-se levar pelo ódio, pela paixão, pelos exageros partidários, hábito que sempre manteve desde as lideranças estudantis.

Em 1954, JOSÉ CARLOS DA FONSECA, ocupou o cargo de Oficial de Gabinete do Governador do Estado; em 1958, foi Chefe do Gabinete do Presidente do Serviço Social Rural; Procurador Autárquico e Chefe do Serviço Jurídico do Serviço Social Rural em 1959; Membro do Conselho Nacional de Cooperativismo (nomeado pelo Presidente da República em 1960); Presidente da Comissão de Inquérito por nomeação do Interventor da Superintendência para a Reforma Agrária (João Pessoa, Paraíba, em 1965); Secretário de Estado para Assuntos do Gabinete Civil do Governo Christiano Dias Lopes Filho de 1968 a 1970; Presidente da Campanha Nacional de Escolas da Comunidade, seção do Espírito Santo, cargo eletivo, período de 1969 a 1970; Diretor-Secretário da Confederação Nacional de Agricultura, cargo eleito para o triênio de 1973 a 1976, Diretor da Federação de Agricultura do Espírito Santo, para o período de 1976 a 1979; Delegado representante da FAES junto - à CNA, eleito para o triênio de 1976 a 1979; Diretor-Secretário da Confederação Nacional da Agricultura, reeleito triênio 1976/1979; Assessor Especial do Senhor Ministro da Agricultura (1975); Diretor do Instituto Brasileiro de Café Decreto do Sr. Presidente da República (1975); Representante do IBC junto ao Grupo Executivo Renovação Econômica ES — GERES (Decreto-lei n° 880); Membro do Grupo Executivo Renovação da Cafeicultura — GERCA; Membro do Conselho Estadual do CNEC - Reeleito (1977); Diretor-Administrativo do Banco do Estado do Espírito Santo S/A (1977 a 1978); Presidente-Substituto do Instituto Brasileiro do Café - IBC (1977); Vice-Governador do Estado, no período de 1979 a 1983, é o primeiro Vice-Governador a exercer interinamente o Governo do Estado maior número de vezes.

Quando deputado federal, JOSÉ CARLOS DA FONSECA, chegou a ser Terceiro Secretário da Mesa da Câmara dos Deputados de 1973 a 1974, tendo sido seu nome lembrado para ocupar a Governadoria, o que não conseguiu em face de injunções intransponíveis. Entretanto, como Terceiro Secretário da Câmara, foi sempre apontado pela imprensa, como um dos melhores que por lá passaram, não somente devido ao seu espírito sempre aberto ao diálogo e ao entendimento, como também pela sua inegável capacidade de organização, já citada.

Antes de chegar a Brasília, JOSÉ CARLOS, honrou a Assembléia Legislativa do Estado, como deputado eleito (1967 a 1968), após ter deixado voluntariamente a Chefia do Gabinete Civil do Governo na gestão Christiano Dias Lopes Filho. Foi eleito Deputado Federal em 1971, exercendo o cargo até 1975. Em Brasília, na Câmara fez parte de diversas comissões importantes. Foi Vice-Presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados (1972); Membro do Diretório Regional da ARENA (1972 a 1975); Membro do Diretório Nacional da ARENA (1972 a 1975); Membro da Comissão Especial para Elaboração das Leis Complementares à Constituição por designação da Presidência Nacional da ARENA; Membro da primeira missão oficial do Governo Brasileiro, junto ao Governo de Agostinho Neto, da República Popular de Angola, tendo participado de debates e negociações com autoridades daquele país africano como Diretor do Instituto Brasileiro do Café; foi condecorado pela Ordem do Congresso Nacional no grau de Grande Oficial.

Embora tenha vencido na vida, JOSÉ CARLOS DA FONSECA, nunca esqueceu São José do Calçado, sua terra natal, da qual guarda grandes e imperecíveis recordações, onde vai sempre que pode para rever parentes e amigos.

No decurso de sua vida pública, viajou para a Alemanha, a convite do Governo daquele País, junto com parlamentares capixabas no ano de 1967; viajou para a Itália, a convite dos Padres Jesuítas do Espírito Santo, para participar do Congresso Internacional de Escolas Comunitárias, na cidade de Padova em 1971; foi delegado do Congresso Nacional à 60ª Conferência Interparlamentar, realizada em Roma em 1972; viajou ao Oriente a convite dos Governos da Coréia, Formosa e Japão, para visitar os parlamentos dos referidos países em 1973; recebeu os seguintes títulos de cidadão honorário: de Jerônimo Monteiro, Muniz Freire, Apiacá, Alegre, Guaçuí, Santa Teresa, Pancas, São Gabriel da Palha, Barra de São Francisco, lúna, Afonso Cláudio, Colatina, Bom Jesus do Norte, Muqui, Mimoso do Sul, Domingos Martins. Foi condecorado com a Ordem do Rio Branco, por Decreto do Senhor Presidente da República em 1973; recebeu a Medalha da Integração Nacional-EMBRATEL em 1973; recebeu a Medalha Comemorativa do Sesquicentenário da Independência do Brasil (Câmara dos Deputados em 1972); recebeu a Medalha Comemorativa do Sesquicentenário do Poder Legislativo do Brasil (Câmara dos Deputados 1973); foi reeleito Diretor-Secretário da Confederação Nacional da Agricultura (Brasília de 1979 a 1982); foi eleito Diretor Técnico da Sociedade Nacional de Agricultura (Rio de Janeiro de 1979 a 1982); condecorado com a Ordem de Jerônimo Monteiro, no Grau de Comendador em 1978; viajou à Itália, representando a CNA à Conferência da FAO, conforme Decreto do Sr. Presidente da República em 1975.

JOSÉ CARLOS DA FONSECA, é autor de vários discursos importantes, observações e viagens, artigos, comentários, crônicas de sociologia, publicados em jornais de Vitória, do Rio de Janeiro e de Brasília.

Diríamos que o Vice-Governador JOSÉ CARLOS DA FONSECA possui uma personalidade profundamente humana, o que lhe levaria a repetir o que disse o escritor André Gide, Prêmio Nobel de Literatura: "SINTO EM MIM A IMPERIOSA OBRIGAÇÃO DE SER FELIZ, MAS TODA FELICIDADE OBTIDA ÀS CUSTAS DOS OUTROS ME PARECE ODIOSA".

Por este motivo, JOSÉ CARLOS DA FONSECA, tem procurado ser feliz por merecimento, por esforço próprio e às suas próprias custas.

 

Fonte: Personalidades do Espírito Santo. Vitória – ES. 1980
Produção: Maria Nilce
Texto: Djalma Juarez Magalhães
Fotos: Antonio Moreira
Capa: Propaganda Objetiva
Compilação: Walter de Aguiar Filho, agosto/2020

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