Levino Fanzeres - Um Modesto Centenário
Neste ano de 1984 está sendo entregue a Vitória mais um novo prédio residencial. Este fato, extremamente corriqueiro à primeira vista, representa, na realidade, uma das únicas homenagens que está sendo prestada no Espírito Santo em comemoração ao centenário de nascimento do consagrado pintor capixaba Levino Fanzeres.
Natural de Cachoeiro de Itapemirim, onde nasceu a 8 de julho de 1884, iniciou seus estudos, porém, no Rio de Janeiro, no Liceu de Artes e Ofícios. Era filho do baiano Salvador de Araújo Fanzeres. Este último, chegou a Cachoeiro, vindo de Benevente (Anchieta). Era poeta e exercia a profissão de colchoeiro e também a de pintor de casas, tendo se casado, a 8 de novembro de 1883, com Josefa de Vasconcelos Ramos, que era irmã de José Marcellino Pessoa de Vasconcelos que seria presidente do Estado em 1898.
Levino Fanzeres matriculou-se, posteriormente, na Escola Nacional de Belas Artes, como aluno ouvinte (1910). No segundo ano do curso já conquistava menção honrosa em seus trabalhos. Em seguida, em 1911 ou 1912, segundo Eurípedes Queiroz do Vale, o Salão lhe concedeu o prêmio de Viagem. Em Paris, foi aluno de Henry Chartier, Fernando Cormon e Gustave Debne. Ao regressar, em 1916, alcançou grande êxito na realização de sua exposição.
Era um apaixonado pela sua arte. No Rio de Janeiro fundou um curso para jovens pobres, de talento. A Colméia, como assim denominava, era gratuita e chegou a ter mais de 400 alunos matriculados. Dava aulas ao ar livre, num recanto pitoresco da Quinta da Boa Vista. Desse curso surgiram vários artistas que alcançaram fama e reputação. Foi professor do também laureado Antonio Garcia Bento, detentor de inúmeras medalhas, assim como do Prêmio de Viagem de 1925.
Durante uma importante fase de sua carreira, Fanzeres dedicou-se às paisagens, explorando, sobretudo, os efeitos crepusculares e as árvores típicas das florestas. Fixou em tela muitos recantos naturais do Espírito Santo. É de sua autoria a célebre Partida de Araribóia, quadro adquirido pelo governo do Estado para a Assembléia Legislativa e que se encontra no Palácio Anchieta. Também de sua autoria é o diploma do Instituto Histórico e Geográfico do Espírito Santo, do início de sua fundação.
Considerado um dos grandes paisagistas do Brasil em verdade, segundo Kleber Galvêas, sua pintura se caracteriza pelas figuras humanas que encerra.
Levino Fanzeres registrou o seu nome, de forma indelével e em vivas cores, entre os grandes artistas brasileiros. Em sua própria terra, porém, além do prédio que leva o seu nome, apenas a Secretaria do Estado da Educação e Cultura homenageou-o com uma galeria, aliás, desativada. É um centenário muito modesto para este consagrado artista cachoeirense, que tanto destaque ainda em vida mereceu.
A Gazeta - Vitória (ES) 08 de maio de 1984.
Fonte: Notícias do Espírito Santo, Livraria Editora Cátedra, Rio de Janeiro - 1989
Autor: Gabriel Bittencourt
Compilação: Walter de Aguiar Filho, abril/2021
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