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O 23 de Maio de 1955 no Centro Cultural Humberto de Campos

Centro Cultural Humberto de Campos

Na sessão solene do dia 22 de maio de 1955 último, realizada pelo Centro Cultural "Humberto de Campos", sob a presidência do Dr. Hilário Soneghet. O Major Sebastião Pinto de Carvalho, festejado homem de letras desta cidade: pronunciou o discurso que transcrevemos abaixo, na integra:

Seremos breve na apreciação do dia de hoje, fugiremos da parte histórica já por todos conhecida e, resvalaremos em síntese pelos fatos da observação consoante ao presente iluminado pelo passado; preparando para Vila Velha o futuro que uma soberania impõe; um lugar que uma grandeza deseja, como genetriz abnegada, intrépida, invicta e heroica neste cantinho Brasilio do coração da Terra de Santa Cruz.

As efemérides conduzidas pelo sol no oriente, lembram Portugal em 1535, mandando para a Terra descoberta pelo almirante Pedro Alvares Cabral, o fidalgo capitão do exército português Vasco Fernandes Coutinho como donatário deste solo que hoje é habitação brasileira: desta Terra aonde em princípio pisaram portugueses e africanos, os quais travaram lutas terríveis com os habitantes, que eram índios bravios que dominavam a região.

A bravura do indígena aureolada pelo amor à sua gente e à sua terra na luta sanguinolenta que se travou, foi porém dominada pelos também homens de Vasco Coutinho cujas armas e destros eram superiores aos arcos e a sagacidade dos índios.

E assim com D. João III em Portugal, nasceu Vila Velha colonial como formação para o Estado do Espírito Santo.

Vila Velha, porém, no seu início nenhum progresso teve, considerando-se o espaço de tempo que medeia de 23 de maio de 1935 até pouco tempo para traz em época presente.

E que esta Terra firme de 420 anos de realidade, em ligação com grande parte do território nacional, cortada de rios vadosos e banhada pelo oceano em três quadrantes não logrou dos dirigentes, o verdadeiro lugar, que sua soberania impõe como a Terra que seria a primeira e a, mais bela Cidade do Estado do Espírito Santo, merece dos requisitos que a Natureza lhe deu, desde a vastíssima extensão de cotas suavíssimas ao ameno e regular clima.

Uma tipografia que encanta, urna brisa que diverte, suaviza, fortalece, tudo isso para: ter foros de Rainha corno a Capital do Estado do Espírito Santo.

"VALVAE SE APERUERUNT GAYANIAE", que este exemplo seja para nossas vistas.

Mas, Vila Velha, este nome de origem primitiva está velhinha, abandonada já de muitos anos pela política sem sequer ter aspirado um sopro forte dos governantes.

Agora porém, progrediu um pouco na administração local do operoso Eugênio de Queiroz e, recentemente do poular clínico Dr. Antônio Bezerra de Farias.

Trazido pelos braços e coração do povo Vila-Velhense para prefeito do Município do Estado do Espírito Santo, cujos benefícios estão à amostra, notando-se o aumento progressivo público e particular que vertiginosamente cresce em habitações, indústria, casas comerciais, enfim aumento, desenvolvimento para a grandeza avante.

E neste dia que hoje festejamos, vemos a cabeça de Vila Velha mostrando-nos as cãs que lhe caem sobre a fronte respeitável, nela, nesta velhinha que conciliava o sono na socéga e que agora ergue-se e olha com esperança de ver a Terra que foi o berço do Estado do Espírito Santo, elevada a Câmara sob os auspícios do Dr. Antônio Bezerra de Farias deputado estadual apoiado pela egrégia e digna câmara estadual, como pela Boa vontade do benemérito Dr. Francisco Lacerda de Aguiar governador popular do Estado do Espírito Santo a quem o povo espera no término do seu governo entregar-lhe como reconhecimento um ramo do Carvalho de Tassi, com o mesmo carinho e veneração com que no Oriente tratam as caravanas a palmeira do Oasis.

 

Fonte: Jornal O Continente - 04/06/1955

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