O carnavalesco Zezinho do Garrido

O carnavalesco Zezinho, humilde trabalhador braçal, já meio careca, calçou os “pé de anjo”, vestiu a calça branca de brim barato e a camisa de meia vermelha, saiu do barraco pobre, fechou a porta e foi pegar o bonde no ponto do Garrido. Sem esperar o veículo parar, pulou não estribo, agarrou-se a um dos balaustres e, para mostrar que estava integrado na folia momesca; cantou alto, a seu modo, a canção que sabia: “é dos quereca quélas gosta mais”. O bonde todo, de ponta a ponta, soltou uma gargalhada uníssona e prolongada. Zezinho não agüentou a humilhação: saltou no ponto seguinte e enquanto ia a pé para o cais da barca pensou: cambada metida a besta, pensa que só eles sabe brincá no canvavá. E cantarolou, agora baixinho, sua canção predileta: “é dos quereca quélas gosta mais”. Quando entrou na lancha estava convencido que iria fazer tremendo sucesso na Praça Oito. O logradouro preferido dos carnavalescos regurgitados. Empurra daqui, empurra dali foi aos poucos chegando defronte do café do Almeidinha onde dançava um bloco sujo. Para melhor se posicionar, ficou na frente de um mulato forte soldado de polícia a paisana, careca, que também ali estava apreciando a folia, mas, por azar, pisou duas vezes no pé de anjo, novinho em folha, do militar. As pisadelas foram suportadas, mas quando Zezinho entoou “é dos quereca quélas gosta mais”, o militar supondo tratar-se de provocação, agarrou-o com força e disse irritado: Teje preso. Levou-o para a Chefatura de Polícia, e quando o entregou ao carcereiro alegou “desacato à autoridade”. Integrando o bloco tradicional da quarta feira de cinzas “qué queu vô dizê em casa”, o Zezinho de Garrido, mesmo frustrado, ia pensando na sua canção. “É dos quereca quélas gosta mais”. Milton Caldeira escreveu essa crônica em 29.2.2000
Autor: Milton Caldeira, 29/02/2000
Pesquisa: Roberto Abreu, membro efetivo da Casa da Memória de Vila Velha
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