O Palácio do Barão de Itapemirim
Até há pouco tempo a localização das ruínas do imenso casarão do barão de Itapemirim era mistério, mas recentemente historiadores localizaram o amontoado de pedras que sobrou da magnífica estrutura.
Esquecidas em meio a canaviais, na área da usina Paineiras, em Itapemirim, as ruínas em nada lembram a arquitetura luxuosa que no passado chegou a ser comparada a palacetes medievais.
O arquiteto e historiador Genildo Hautequest Filho esteve no local no final de 2007 e disse que, apesar de não ter restado nada do luxo da época, ele conseguiu ter uma noção do domínio que o barão exercia na região.
Das ruínas é possível avistar toda a Vila de Itapemirim. Para Genildo, das janelas de seu palacete, construído estrategicamente na colina da fazenda Santo Antônio de Muqui, o barão conseguia acompanhar o movimento no porto e vigiava quem entrava e saía do prédio da Câmara Municipal, que centralizava o poder municipal naquela época.
o luxo começava pela escadaria em mármore e dois leões em tamanho real. No interior, biblioteca, sala de armas, dezenas de quartos, salões adornados de quadros e grandes retratos de antepassados. A edificação, assim como nos castelos feudais, escondia galerias subterrâneas. Ao lado do casarão, o barão construiu uma capela cujo interior era totalmente coberto em ouro. O barão de Tschudi, que se hospedou nesta residência em 1860, escreveu: "Raras vezes vi no Brasil casas de fazenda em estilo tão soberbo e de tão bom gosto".
Alguns historiadores acreditam que o Barão de Itapemirim morreu de desgosto porque o Imperador Dom Pedro II, em viagem realizada a Itapemirim, não lhe deu a honra de ser recebido em seu palacete, apesar de todos os preparativos que havia feito.
O barão mandou seus 120 escravos largarem os canaviais para preparar a fazenda, capinaram a alameda de bambus, cobriram o caminho com folhas aromáticas e enfeitaram com flores. As escadarias e os leões foram lustrados. O barão comprou finas iguarias e bebidas importadas da Europa.
Enquanto os trabalhadores preparavam a fazenda, de binóculo em punho o barão observava a estrada. Mas Dom Pedro não veio. Preferiu se hospedar numa outra residência para minimizar conflitos entre o grupo do barão e dos moços da Areia.
Fonte: Jornal A Tribuna de 06/04/2008
Compilação: Walter de Aguiar Filho, janeiro/2012
GALERIA:
Pero de Magalhães de Gândavo, autor da 1ª História do Brasil, em português, impressa em Lisboa, no ano de 1576
Ver ArtigoA obra de Graça Aranha, escrita no Espírito Santo, foi o primeiro impulso do atual movimento literário brasileiro
Ver ArtigoPara prover às despesas Vasco Coutinho vendeu a quinta de Alenquer à Real Fazenda
Ver ArtigoNo final do século XIX, principalmente por causa da produção cafeeira, o Brasil, e o Espírito Santo, em particular, passaram por profundas transformações
Ver ArtigoO nome, Espírito Santo, para a capitania, está estabelecido devido a chegada de Vasco Coutinho num domingo de Pentecoste, 23 de maio de 1535, dia da festa cristã do Divino Espírito Santo, entretanto...
Ver Artigo