Morro do Moreno: Desde 1535
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Patrimônio ambiental: preservação e conservação

Convento da Penha, 2017

"As recomendações da UNESCO sobre a salvaguarda da beleza e do caráter das paisagens e dos sítios contra as devastações e os efeitos da técnica moderna constituem um apelo no sentido de convocar os países industrializados e porem fim a essa desastrosa destruição, antes que seja tarde demais”(1)

Estas palavras vêm ao encontro dos anseios de todos que assistem à mutilação da Natureza e, mesmo, de elementos construídos, considerados patrimônio histórico, artístico, sentimental do povo.

Cabe registrar um protesto contra a destruição de elementos preciosos e tão valiosos de nossa Terra.

É preciso deter, controlar esse arruinamento.

Partimos, no nosso estudo, fazendo uma listagem do que se devia preservar sob o ponto de vista paisagístico. Consideramos, então, dois grandes grupos: A - Paisagem formada por elementos construídos e B - Paisagem com predominância de elementos naturais.

No grupo A enfocamos:

1) Prédios de interesse histórico, artístico, sentimental ( a memória do povo);

2) Ambientes urbanos ou conjuntos de interesse ambiental;

3) Pontos onde se descortinem para apreciar panoramas, aspectos gerais do cenário urbano. Nos casos de preservação, considerar a necessidade de se criar perspectivas para valorização de elementos e ou prevenir a obstrução das existentes;

No grupo B focalizamos:

1) Elementos em si (pedras, morros, matas, ilhas, lagoas, praias);

2) Ambientes ou Conjuntos (tipo envolventes) ou a ser observado de fora;

3) Pontos de observação, locais mirantes para permitir à apreciação de vistas panorâmicas.

Essa listagem foi feita por município, com o auxílio e a contribuição de informações fornecidas por historiadores (Professora Maria Stela de Novaes, Dr. Adelpho Monjardim, Renato José Costa Pacheco, Heribaldo Balestrero), antropólogo Celso Perota, estudiosos e interessado nesses problemas, como Dr. Roberto Viana Rodrigues, o Professor Magid Saad, o Engenheiro Marcelo Fundão Pessoa e, naturalmente, foram ouvidas as inúmeras pessoas residentes nesses municípios.

Partimos, em seguida, para o Mapeamento aerofotográfico em 1:5000, de parte dos municípios da Serra, Vila Velha e Vitória, nosso trabalho está incompleto, assim como não chegamos ao nível de detalhamento previsto nos itens 3, tanto do grupo A como do grupo B, por absoluta exiguidade de tempo.

Çomo o que se propõe fazer é uma Lei de Zoneamento de um Plano de Massa e não há tempo para detalhamento, fomos levados a nos deter nesse nível mensionado.

Procurando justificar a listagem feita e auxiliar o legislador, diríamos que, em Vitória, no grupo A:

1) As construções, nas imediações das edificações já tomadas pelo IPHAN: Capela de Santa Luzia, Igreja do Rosário, Solar Monjardim casas de números 197 e 203 da Rua José Marcelino deverão ser condicionadas ao estudo para preservação desses edifícios;

2) Também as construções nas imediações da casa da família Cerqueira Lima - na rua do mesmo nome - deverão ser estudadas, de modo a proteger esse prédio, cuja preservação é de interesse para Vitória. O mesmo deverá ser feito nas imediações da Capela das Neves, Fonte da Capixaba, Catedral, Carmo;

3) O Viaduto da Ilha do Príncipe e as "5 Pontes" – Florentino Avidos porque marcam uma característica de Vitória. Estruturas metálicas, preciosos ornamentos da Baía de Vitória, executados na Alemanha, pela MACHINENFABRICK AUFSBURH NURNBERG, cuja montagem se iniciou em 10 março de 1927 (Adelpho Monjardim - Vitória Física)

4) Deverá ser preservado o quarteirão em que se situa o Colégio, a igreja, a escadaria do Carmo e Praça Irmão Joseph Hosanah, que formam um conjunto arquitetônico de real interesse histórico para o povo capixaba. As construções em suas imediações devem ser condicionadas a um estudo que vise valorizar o conjunto;

5) Cuidados deverão ser dispensados, também, no planejamento; autorização de construções em suas imediações da Catedral e praça contínua. Essa área merece um estudo, a fim de disciplinar as construções, de modo a garantir a preservação desse conjunto.

O mesmo deverá ser feito para os conjuntos:

a) Palácio Anchieta, Escola Normal Pedro II, Escadaria do Palácio;

b) Palácio Anchieta, Praça João Clímaco, Edifício da Asssembléia Legislativa;

c) Escadaria Maria Ortiz;

d) Antigo Convento de São Francisco e a colina onde se situa;

e) Adro de São Gonçalo e a respectiva Igreja;

f) O Viaduto sobre a Rua Caramuru;

g) O Teatro Carlos Gomes, em conjunto com a Praça Costa Pereira;

h) A Praça 8 de Setembro recuperada, já que foi despida de suas belíssima árvores frondosas;

i) O Parque Moscoso, pela área verde que tem de ser preservada, infelizmente mutilado e cercado por um muro "agressivo...";

k) O antigo Forte de São João (Clube Saldanha da Gama), com seus canhões, portão;

I) O Aeroporto de Santo Antônio, que teve memorável movimento de hidro-aviões.

6) Como pontos de observação, mirantes, deverão ser cuidadosamente protegidos:

a) O Saldanha;

b) A Caixa d'água do Morro da Santa Clara;

c) A Igreja do Rosário com suas palmeiras;

d) Escadaria do Palácio. São elementos construídos em encostas, elevações. As construções em suas mediações deverão depender de uma orientação, dada de maneira a garantir uma visão panorâmica desses locais.

No grupo B Justificaríamos:

1) Em Vitória, o maciço central, belíssimo coberto por matas fechadas afloramentos rochosos, com pontos mirantes naturais-Morro da Fonte Grande, encostas acima da Rua Alziro Viana, Fradinhos Pedra dos Olhos, também chamada Frei Leopardi ou Pedra de Jucutuquara, Morro da TV Vitória, pedra do Vigia (Final da Avenida Capixaba), mereciam uma preservação além da cota 100, onde não se deverá permitir qualquer tipo de construção. Entre as cotas 50 a 100 devia haver uma limitação de densidade e um estudo para limitar o gabarito das construções;

2) A Pedra do Diabo, na Fazenda de Inhanguetá - Contorno de Vitória - a que se prende uma das lendas capixabas, assim como outras pedras soltas, afloramentos rochosos existentes nas áreas circunvizinhas à Estrada do Contorno, à ilha de Vitória devem ser preservados.

Essa parte da ilha é de extraordinária beleza, um parque natural. Seu aproveitamento deveria ser feito de maneira a preservar o máximo do que a natureza oferece. Se possível, proibir corte de pedra, movimentos de terra (cortes, aterros) que viessem a mutilar a paisagem. As margens da estrada sucedem cenários belíssimos;

3) O Penedo, à entrada da Baía de Vitória, precisa ser observado e protegido com urgência. As obras do Cais de Capuaba, para construção de um retorno da estrada de ferro, estão atingindo esse marco de nossa Capital. Poderão ser vistos cortes de pedra que já estão sendo feitos nas imediações de sua base, ferindo a paisagem;

No Penedo existe uma marca, feita em 1875, pelo geólogo Charles Frederick Katt. Desenhou um estudo num buraco oval. Defendia a tese de que a Ilha de Vitória e circunvizinhanças estavam subindo em relação ao mar e dizia que este, ao atingir aquela marca naquela data, não alcançaria mais tarde;

4) A Pedra dos Ovos, ao lado do Penedo, duas pedras superpostas. Também a esse conjunto se prende uma lenda capixaba;

5) A Baía de Vitória é decantada pela sua beleza. Cenário composto pelo Canal, ilhas, encostas, afloramentos rochosos, recortes naturais nas linhas que limitam a terra com o mar.

Aterros têm unido ilhas, quebra-mar, enrocamentos de pedras, para proteção às avenidas, vêm surgindo. Necessário se faz que se entrose um estudo paisagístico com aqueles que estão sendo feitos para ampliação do porto, estaleiro de reparos, lançamento de nova ligação de Vitória a Vila Velha, sob pena de perdermos o caráter de nossa paisagem;

6) Outra medida urgente que se faz sentir é a proteção de duas pedras montadas, semelhantes à Pedra dos Ovos, em terrenos da D. Sylvia Meirelles da Silva Santos - em Goiabeiras, na proximidade da entrada Norte do Campus Universitário - onde a PMV constrói uma passarela sobre a BR-101 para a entrada do Campus. Deve-se proteger o conjunto, pois as pedras estão numa elevação - urge um estudo paisagístico;

7) A EMESCAN possui uma propriedade lindíssima junto à Avenida da Penha, indo alcançar, do outro lado do morro, a Rua Constante Sodré. Área Verde. Com pedras soltas, belissimamente lançadas. Essa área deve merecer cuidadoso estudo quando do seu aproveitamento;

8) As praias da ilha de Vitória: Camburi, Canto, Comprida, Santa Helena, Suá, etc. devem merecer cuidadosa proteção, porque se sucedem, naturalmente, de forma muito bonita e abrangem zonas residenciais de nível elevado.

Proteção à poluição (a poeira de Tubarão já vem atingindo residências situadas em ruas afastadas da orla marítima) e deve ser rigorosamente obedecida a regulamentação para ocupação dos lotes, visando a garantia de uma densidade baixa e área verde suficiente à proteção das moradias.

9) No Contorno de Vitória, onde encontramos ruínas de antigas fazendas, as construções nessas imediações deverão ser condicionadas a um estudo de preservação das mesmas, que devem permanecer em áreas verdes, quem sabe, as mesmas das antigas fazendas de que eram sedes, em áreas que dêem o devido destaque. Dentre eles, as ruínas da fazenda de Camargo, antiga fazenda dos Nunes, estão situadas num lugar belíssimo, um parque natural que, sugerimos, seja preservado para um Parque da Cidade, com zoológico, cais para embarcações no canal;

10) O atual Horto Municipal, em Maruípe, deve ser preservado, ampliado, cuidado;

11) A Ilha da Fumaça, propriedade do Dr. Alcides Guimarães, é um dos pontos pitorescos mais bonitos da entrada da Baía de Vitória, que merece preservação.

É um mirante natural da entrada da barra. Atenção ao aproveitamento que se for dar à essa propriedade;

13) O morro da caixa d'água de Santa Clara é também, outro ponto mirante de Vitória. As construções em suas imediações devem ser condicionadas a um estudo que venha defender a vista que se descortina desse ponto da cidade;

13) A Chácara Santa Helena, dos "Padres", é outro local "mirante". As construções aí devem ser condicionadas a um estudo que vise defender o panorama que se descortina desse local. O mesmo cuidado tem de ser dispensado na ocupação da elevação em que se situa o Colégio Sacre-Couer de Marie, na Ponta Formosa.

Um dos estudos mais detalhados nos permitiria estudar os pontos de onde são avistados certos elementos paisagísticos ou conjuntos ambientais mencionados; como ponto de vista principal, seriam os pontos de observação. Teríamos de preservar sua visão, com "aberturas", quando perspectivas de valorização desses elementos.

Ex.: Estudaríamos a localização do Convento da Penha e condicionaríamos o gabarito das construções, em Vitória e Vila Velha, que estivessem no cone de preservações.

Continuando nessa perspectiva, por Município, em Vila Velha, diríamos que, no grupo A:

1) As construções nas imediações do Outeiro, Convento da Penha, deverão ser condicionadas ao estudo para preservação desse monumento já tombado pelo IPHAN, assim como seus portões, estradas de acesso (uma dessas calçadas com lajões, datando da época da construção do Convento), Gruta de Frei Pedro Palácios.

Também terão de ser observados os, gabaritos das construções, nos pontos em que se descortina a imagem do Outeiro com o Convento da Penha, para a preservação da sua vista.

O estudo terá dupla abordagem. A vista do monumento (cones mirantes e o monumento como ponto de vista;

2) As construções nas imediações da Igreja do Rosário - a primeira - construída no Estado, em 1535 - pedra d'água - onde foi capelão o venerável Padre Anchieta deverão obedecer a um estudo, não só para preservação do monumento, já tomado pelo IPHAN, mas também do largo em frente à Igreja, com palmeiras imperiais que devem ser protegidas cientificamente.

3) Igual estudo deverá ser feito para Fortaleza de Piratininga - aliás, para toda a área do 38º Batalhão:

4) O Cais de Minério Eumenes Guimarães deve ser preservado. Construção característica do Porto de Vitória. No Morro de Capuaba, apelidado pelo capixaba de "Pedra Macaco";

5) O Viaduto Ferroviário de São Torquato, sobre a antiga, estrada de rodagem de Vila Velha;

6) O Farol de Santa Luzia, na entrada da barra, está situado em local privilegiado. Merece um estudo paisagístico;

7) A área da Marinha - Escola de Aprendizes de Marinheiros.

No grupo B justificaríamos no Município de Vila Velha:

1) As praias do Município de Vila Velha são lindíssimas e oferecem características diversas. Elas merecem um estudo de conjunto para que não sejam mutiladas por construções inadequadas. Assim, merecem especial cuidados:

a) Prainha de Vila Velha, que já sofreu um assoreamento;

b) Prainha do Ribeiro (na base do Morro Moreno), que precisa de sérios cuidados, está sendo assoreada;

c) Praias da Costa, Rebentação, Itapoã, Itaparica, Jucu, Ponta da Fruta;

2) Preservação das ilhas em frente às praias, principalmente na da Costa. Existe uma ilha, a chamada "Ilha do Sapo", que recebeu esse nome porque na sua formação se distingue perfeitamente uma pedra com a forma daquele animal. Ela precisa ser preservada, porque é interessantíssima e já se tornou característica daquela praia;

3) Merecem atenção especial:

a) O Morro do Moreno, em que se deve limitar as cotas para construção nas encostas. Creio que não deveriam atingir nem a cota 50. A estrada existente está locada na cota 25. Como o Morro da Penha, tem de ser estudado, também, como ponto de vista, além de ser um mirante natural;

b) A Ilha do Boi, que deve ser preservada como está;

c) A Lagoa Jabaeté - com suas ilhas flutuantes, a Lagoa Vermelha - de águas escuras. Estudos preservando áreas em suas circunvizinhanças são pontos que devem ser explorados turisticamente;

4) Os Morros de Argolas, São Torquato - culminada do Frade com a Pedra do Oratório, Colinas de Aribiri merecem um estudo limitando cota para construção em suas encostas, aproveitamento turístico. Da Pedra do Oratório, onde o espetáculo se harmoniza com o que de lá se descortina;

5) O morro da caixa d'água do Cobi, a elevação onde está construído o Hospital Evangélico são mirantes naturais. Condicionar gabarito de construção em suas encostas;

6) As propriedades do Governo, na Praia da Costa, e do Sr. John Helal estão situadas em locais privilegiados. Merecem estudo para sua preservação, porque não contam só com beleza natural em si, mas fazem parte de um conjunto que, com o Morro do Farol e o Moreno, têm de se harmonizar.

No Município da Serra justificaríamos no Grupo A:

1) Tombado pelo IPHAN, existe em Nova Almeida o Convento dos Reis Magos, no alto de uma colina, local onde os Jesuítas catequizaram as tribos indígenas. Nessa Igreja existe um célebre e valiosíssimo quadro, de autor desconhecido, suposto o primeiro pintado no Brasil. Foi restaurado pela primeira vez em 1944, pelo pintor Edson Motta, do IPHAN, e atualmente, encontra-se no Rio de Janeiro para nova restauração.

Em frente à Igreja um cruzeiro e uma praça típica da Colonização, com palmeiras imperiais. O conjunto - Igreja, Convento, Cruzeiro, Praça - merece cuidadoso estudo de preservação, assim como devem ser condicionadas ao estudo de preservação da área as construções que porventura se fizerem em suas cercanias;

2) Na sede da Serra a matriz deve ser preservada;

3) Merecem não só preservação, mas uma atenção especial para o que fizer em suas imediações;

a) As ruínas da antiga Fazenda dos Jesuítas e a antiga Igreja de São João Baptista de Carapina;

b) A Igreja de Queimados, ligada a fato histórico;

c) A casa da Fazenda e Igrejinha, no Contorno da BR-101 – do local se descortina belíssimo panorama;

4) O Canal dos Escravos (na fazenda da família Larica), construído pelos jesuítas, funciona ainda como preservado no Grupo B:

1) O Mestre Alvo, com sua reserva florestal, lagoas, etc. (há processo do IPHAN para seu tombamento). Ele não só se presta a estudos, como deve ser preservado como elemento natural, como conjunto, como mirante;

2) Os mangues junto à BR-101 (em frente ao Aeroporto) – propriedades do Jabour - local com inúmeros sambaquis, ruínas da antiga Fazenda dos Jesuítas. Área que serve a importantes estudos ecológicos, antropológicos;

3) As praias de Carapebus, Jacaraípe, Manguinhos, Nova Almeida são lindíssimas e, possivelmente, áreas residenciais bastante valorizadas, em áreas protegidas da poluição. Cuidadosos estudos para ocupação da área devem ser obedecidos;

4) Lagoa de Carapebus - de águas mornas - deve ser preservada, protegida, pois, além de muito bonita, já é ponto turístico muito apreciado pelos banhistas que se deliciam em suas águas tépidas;

5) Lagoa de Jacuném - CIVIT;

6) A Cachoeira que existe na fazenda Fonte Limpa, de propriedade do Dr. José Moraes.

No Município de Viana, no grupo A justificaríamos:

1) Igreja de Araçatiba, tombada pelo IPHAN. Foi sede da Fazenda dos Jesuítas até a saída deles, em 1895. Era a maior fazenda da costa brasileira até a Bahia (400 escravos, 852 habitantes entre agregados, engenho de açúcar, gado).

Para facilitar o transporte entre Araçatiba e Vitória, abriram um canal, hoje chamado de Rio Marinho, para evitar a volta pelo Jucu;

2) Igreja de Belém - foi construída em 1780, pelo Padre Torquato Martins de Araújo, o 1º arcipreste da Província. Depois de sua morte, passou para os descendentes do Padre, ficando em seu lugar o Cel. Torquato Martins de Araújo Malta.

Essa Igreja funcionou até 1860. Seu desaparecimento vem sendo provocado por contínuas escavações, que o povo tem feito nos seus escombros, à procura de suposto tesouro enterrado;

3) Igreja Matriz de Viana - Pedra Fundamental: 15/12/1815 – 1ª Missa: 22/03/1817. Imagens importadas, de madeira: Nossa Senhora da Conceição (1846), São Benedito (1858), Nosso Senhor dos Passos (1872). A Igreja, a área que a circunda, suas palmeiras devem merecer especial cuidado para sua preservação;

4) Na entrada da cidade, uma casa que pertenceu ao antigo fazendeiro João Francisco Pimentel, vale um estudo para sua preservação.

5) Na localidade de Bonito encontra-se um sobrado que era sede da Fazenda do capitão Freitas Syra, filho do 1º casal que veio colonizar o lugar, de origem açoriana;

6) A estação da Estrada de Ferro de Leopoldina, antigo ponto de encontro dos moradores locais, deveria ser preservada em homenagem à memória, ao sentimento do povo.

Foi inaugurada em 13/07/1895;

7) Em Caramuru - sobrado em ruínas. Construção de 1884, em pedras, óleo de baleia, cal. Pertenceu ao Sr. João Antônio da Silva Moreira. Fica à margem da rodovia que conduz a Domingos Martins. Esse sobrado está sendo demolido pelo Sr. Rafael Firme, atual proprietário do local. Era uma grande fazenda do Moreira, que ali também comerciava;

8) Ponto em São Rafael - embora já reformada, sobre o Rio Jucu, construída por Rafael Pereira de Carvalho. Mede 50 metros de comprimento e vem sendo conservada. Não se sabe a data de sua construção (em pedras), mas em 1860 já existia.

Entre os elementos naturais – grupo B - em Viana, deveríamos preservar:

1) a Cachoeira da Fumaça, em terrenos do Sr. Mário Ribeiro Grijó, no Rio Jucu. Existe uma estrada de acesso em precário estado de conservação. A Cachoeira fica perto da Pedra da Mulata;

2) O Sizenando - onde a estrada Vitória-Belo Horizonte corta o Rio Jucu. Paisagem linda, rio encachoeirado;

3) Subida para Biriricas, local onde se descortinam lindíssimas paisagens.

Continuando nessa justificativa, por Municípios, em Cariacica registraríamos no grupo A:

1) Fazenda de Ibiapaba - no local, antiga casa de fazenda existe, reformada, sem orientação técnica e, por isso, bastante mutilada (beiral de cimento, escada original de pedras, também substituída).

Próximo à casa, vestígios da fundação da Fazenda dos Jesuítas. A atual casa pertence a herdeiros de Anísio Pereira e foi construída por João Firme. Informados fomos de que até pouco tempo existiam no local: senzala, tronco para amarrar escravos (no porão da casa), engenho (que foi vendido no ano passado como ferro velho);

2) Ruínas em Roças Velhas - foi antiga Fazenda dos Jesuítas, com engenho de açúcar - transformada, depois, em fazenda de propriedade do Sr. Joaquim Rodrigues;

3) Fazenda de Maricará casa pede conservação. Foi, no tempo dos jesuítas, colégio, convento, engenho de açúcar. Pertence a herdeiros do Sr. Elógio Coelho;

4) Torre da Rádio Cariacica, local onde se descortina belíssima vista.

Entre os elementos a serem grupados em B, achamos que se deve preservar:

1) A Pedra do Maxuara - um parque natural com reserva florestal, lagoa, belvedere;

2) A Pedra do Escavado;

3) A reserva florestal de Pau Amarelo.

 

NOTAS

(1) Malcon S. AIDSESHIAN, O Papel do Homem no Desenvolvimento. Reflexão sobre a década de 70.

 

Fonte: Revista Fundação Jones dos Santos Neves ANO II, nº 2 – abril/junho de 1979, Vitória – Espírito Santo
Compilação: Walter de Aguiar Filho, maio/2017

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