Plinio Bruzi e a Cabeça - Por Helio de Oliveira Santos
Capa do Livro Estórias de Boemios e Outras Estórias
Plinio Bruzi hoje aposentado da Prefeitura de Vitória, figura conhecida, de tradicional família, irmão do Afrânio Bruzi e do Nilo Bruzi, grande poeta, (já falecido), costumava ir "piruar", o nosso jogo de buraco, no Bar Glória, embaixo do Edifício do mesmo nome, bar este que ficava na esquina da rua Marcelino Duarte com a Governador Bley. Nós tínhamos uma saleta reservada pelos seus proprietários o Maurício e o Elias, para o nosso jogo, jogo esse que não valia dinheiro, era só passatempo.
Faziam parte dele eu o Dr. Beleza, o Mário Pretti, o Eudóxio Barros, o Polibio de Andrade, e uns que iam lá para piruar, como o Plínio, o Alcides Guimarães, o José Moraes (hoje genro do Mário Pretti), meu irmão Jorge quando de passagem por Vitória, e outros.
Um dia, lá pelas tantas, estavamos jogando e a conversa caiu sobre a burrice humana. E nisso saiu o nome de um cidadão.
Um dizia: — "Fulano só tem cabeça para usar chapéu!"
Outro retrucava: — "Fulano só tem cabeça para separar as orelhas!"
Depois que todos falaram sobre o tal cidadão, o Plínio Bruzi que estava piruando o jogo e tomando calmamente o seu aperitivo saiu-se com esta:
— “Pois vocês querem saber a minha opinião: Fulano só tem a cabeça para não chamar a atenção!!!"
Realmente ele estava com a razão! Vocês já pensaram um cidadão andando pelas ruas da cidade, sem cabeça? O Bode que ia dar?
Sobre o Plinio Bruzi, ainda tem aquela, que, quando numa roda estava-se falando sobre bebidas ele dizia:
— "Eu não sei beber, eu só sei tomar porre!!!"
Fonte: “Estória de Boemios e Outras Estórias” - 1978
Autor: Helio de Oliveira Santos
Compilação: Walter de Aguiar Filho, março/2019
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