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Rogério Américo Nonato Souza

Rogério Américo Nonato Souza

Houve um momento em que as tendências espirituais do homem entraram em conflito e a obscuridade profanou a alma sagrada dos indivíduos humanos. A busca do conhecimento e da luz de onde flui a inteligência consciente passou a ser o anseio de quantos reconheciam a supremacia do Supremo Arquiteto do Universo, sobre qualquer espécie de desafio que lhe fosse lançado. A fé e a consciência racional não constituem, até hoje, privilégio de ninguém e todo indivíduo terá que buscá-las dentro de si mesmo com objetiva convicção.

Muitos homens, no decurso da vida, gastam-se nesta incessante busca da linha da realidade e do equilíbrio sem os quais nunca haverão de honrar o privilégio de terem nascido.

ROGÉRIO AMÉRICO NONATO SOUZA é deste tipo humano profundamente identificado com a perfeição de todas as tendências, explicando-se a sensata objetividade da trajetória de sua vida pessoal e profissional, dentro da trágica realidade de um mundo em flagrante agonia, mergulhado cada vez mais nas tendências inferiores do puro materialismo irracional, que busca impor numa existência mortal a soberania de um Poder absoluto, cego e profundamente imoral, porque nunca será indestrutível nem Eterno.

Nascido em Vitória, no dia 13 de maio de 1940, filho de Américo de Araújo Souza e Clara Nonato de Araújo Souza, o início para ele foi igual ao de todo mundo que pretende atingir um ideal: o estudo a níveis primários até os parâmetros mais altos da Universidade onde se formou em Medicina e, depois, em Direito.

Começou estudando na Escola Brasileira de Educação e Ensino e, depois, no Colégio Estadual do Espírito Santo, onde completou o Curso Secundário.

Recebeu o diploma de médico no dia 19 de dezembro de 1967, após cumprir o curso na Faculdade Nacional de Medicina da Universidade do Brasil, bacharelando-se em Direito em 22 de dezembro de 1979 pela Faculdade de Direito do Centro de Ciências Sociais de Vila Velha.

Fez ainda o Curso de Ciências Políticas pela Universidade Livre de Brasília, DF.

É professor Titular de Semiologia e Clínica Propedêutica Médica pelo Conselho Federal de Educação, exercendo hoje a Superintendência Regional do INAMPS no Espírito Santo, depois de uma participação ativa como médico da Previdência Social, com passagem pelo SAMU, do qual foi Chefe e seu médico credenciado em Clinica Médica e Gastroenterologia, para atendimento hospitalar INAMPS/SRES.

ROGÉRIO NONATO SOUZA foi Assistente do Superintendente Regional do INAMPS, Professor de Gastroenterologia e Medicina Tropical da Faculdade de Medicina de Vitória, Professor colaborador de Medicina Legal na Faculdade de Direito da Universidade Federal do Espírito Santo e é Professor do Departamento de Clínica Médica, Disciplina de Simiologia e Clínica Propedêutica Médica da Faculdade de Medicina de Vitória.

Durante muitos anos dedicou-se inteiramente aos estudos em cursos de pós-graduação em Gastroenterologia no Serviço do Professor Costa Couto e em Cancerologia na Escola de Pós-Graduação Médico Carlos Chagas, cursando, ainda, Medicina Tropical no Instituto de Medicina Tropical da Universidade de São Paulo.

Além destes fez ainda os seguintes cursos: III Curso de Pós-Graduação em Clínica Médica — FM-UFRJ; FCM-UEG; Escola de Pós-Graduação Médica da PUC; A. C. P., Philadelfia; Curso de Atualização em Gastroenterologia e Hepatologia no Instituto Brasileiro de Estudos e Pesquisas Gastroenterológicas de São Paulo; Curso sobre Métodos Complementares em Gastroenterologia na Universidade do Estado da Guanabara; Curso Extensivo de Medicina Legal da Secretaria de Segurança Pública do Estado do Espírito Santo; I Curso Piloto de Doenças Venéreas da Academia Brasileira de Medicina Militar; III Ciclo de Estudos sobre Segurança Nacional e Desenvolvimento da Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra (ADESG-ES); I Reciclagem de Estudos sobre Problemas Nacionais, Segurança e Desenvolvimento da Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra (ADESG-ES); Curso Preparatório de Oficiais da Reserva (CPOR — Rio de Janeiro), Serviço de Saúde.

ROGÉRIO NONATO DE SOUZA faz sempre questão de destacar a sua sincera gratidão, pelo estímulo, incentivo carinho, companheirismo e o amor de seus pais, Américo e Clara e das suas duas irmãs, Regina Clara e Rolanda Márcia e, agora, de Vera, sua mulher, companheira e amiga.

A vida deste jovem médico capixaba é pontilhada de curiosidades, algumas das quais o fato de ter sido escolhido com 10 anos para ser o porta-bandeira no desfile cívico de 7 de setembro, tendo que usar de força muscular que não tinha, por ser muito magrinho, para que não fosse arrastado pelo pavilhão nacional; e a terrível viagem de avião que fez, pela primeira vez, entre Vitória e Rio, cujas náuseas o levaram a sujar as imaculadas roupas que usava, malgrado as afirmações de sua mãe, ao seu lado, de que nada aconteceria.

Ao chegar no Rio, à Avenida Rio Branco, e ao ver todo aquele movimento célere dos carros, os atropelos dos transeuntes, teve uma ligeira lipotímia. Mas logo se recuperou do susto e caminhou naquela avenida como quem atravessa a fantasia de um sonho.

Menino ainda, no carnaval carioca, com seus familiares, ágil, adentrou ao ônibus que do centro da cidade se deslocaria para a zona sul, em retorno, e este partiu, deixando todos os seus familiares do lado de fora que corriam ao lado gritando desbragadamente em solidariedade ao único deles que estava no coletivo. Na primeira parada, 200 metros à frente, vislumbrou sua mãe que, acrobaticamente se esgueirava na multidão compacta e vinha chorosa abraçar o filho apavorado.

Foi vencedor de dois memoráveis concursos de oratória. Um sob o patrocínio da UESE (União Espírito-Santense de Estudantes) que era presidida por Edson Machado e teve como julgador o atual Governador Eurico Rezende e outro em Cachoeiro do Itapemirim, no Jubileu do Colégio Prof. Alfredo Herkenhoff, que lhe valeu o prêmio instituído pela Assembléia Legislativa do Espírito Santo de Cr$ 5.000:00 (Cinco Mil Cruzeiros).

Na campanha eleitoral de Carlos Flexa Ribeiro à sucessão de Carlos Lacerda, foi do grupo precursor que subiu à favela da Rocinha, reduto tradicional do Ex-Deputado Trabalhista Amando da Fonseca, líder do peleguismo. Com o resultado negativo para a UDN nas urnas, foi procurar as razões com os moradores da favela que tinham votado contra o seu candidato e o seu Partido, tendo sido aconselhado a cair fora em cinco minutos, tempo suficiente para que pudesse chegar ao início do morro, onde se localiza a favela, suado e cansado. No último comício da campanha eleitoral da UDN em favor de Flexa Ribeiro, foi o antepenúltimo orador, aplaudidíssimo pelo povo que se comprimia na praça do bairro de Madureira, diante das câmeras de televisão, que gritava o seu nome, Rogério, incentivado pelo locutor Raul Brunini. Acabou sendo carregado por seus colegas da juventude udenista em triunfo, mas de tal forma se sentiu atemorizado por uma possível queda que, gritava sem parar: Parem! Parem, que eu quero descer!

ROGÉRIO NONATO, foi Venerável e Orador da Loja Maçônica "Dr. Américo de Oliveira", do Grande Oriente do Brasil, tendo representado a sua Loja na Assembleia Federal Maçônica.

Representou a Loja Maçônica "Sermão da Montanha" na Assembleia Estadual, como Constituinte.

Foi orador da Delegacia do Grande Oriente do Brasil quando era Delegado do Grão-Mestre Geral da Ordem o Dr. Lycurgo Vieira de Rezende, tendo sido também membro da Comissão Organizadora do Grande Oriente da Maçonaria do Espírito Santo.

Com o grande calor que alimenta a sua alma, e os ideais que demonstra ter o seu espírito sempre voltado para o bem coletivo, ROGÉRIO NONATO certamente terá futuramente grande influência nos meios maçônicos do Estado.

Em companhia de José Luiz Martins e Etny Scarton Coutinho, viajou ao exterior, percorrendo a América do Sul (Uruguai, Argentina, Chile, Bolívia, Peru, Equador, Colômbia e Venezuela) conhecendo registros históricos da libertação da América Latina, na Quinta da Bolivar, além da civilização incaica, em Machu-Pichu e Cuzco. Com sua mulher Vera, percorreu a Europa, indo à África, vendo os resquícios das velhas civilizações: Roma Antiga, Grécia e Egito. Antes de João Paulo II, beijou o chão de mármore da Acrópole. Conheceu as Pirâmides e a Esfinge. Assistiu ao espetáculo de som e luz no deserto de Gisah e visitou o Casbah de Marrocos. Entre os hospitais europeus que conheceu não se esquece de citar o Santa Maria, de Lisboa e o Ambroise Parré, de Paris.

Toda a vida é uma incógnita, do nascimento até a morte. Para ROGÉRIO AMÉRICO NONATO SOUZA esta incógnita parece não existir. Há sempre em seu olhar um brilho enigmático, de quem sabe das coisas, mais do que nos fala a vã filosofia do dia-a-dia.

 

Fonte: Personalidades do Espírito Santo. Vitória – ES. 1980
Produção: Maria Nilce
Texto: Djalma Juarez Magalhães
Fotos: Antonio Moreira
Capa: Propaganda Objetiva
Compilação: Walter de Aguiar Filho, outubro/2020

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