Seis horas, à beira-mar

Vitória, seis horas.
Sento-me à beira-mar e ponho-me a cismar.
Os navios no cais dão-me liões de partida, mas onde chegar?
Se pegar o Angelik, na Grécia vou parar.
O Net Loyd, com certeza me levará ao Panamá.
Posso, no entanto, embarcar no Monrovia e aportar em Dakar.
Subir o continente africano, ir rever o legendário Marrocos e, quem sabe, encontrar o Milson Henriques em Rabat.
Deixo de olhar o mar e um outro oceano contemplo: carros, ônibus e transeuntes a passar.
Bela Aurora, que bom é esperar!
Vale Encantado, onde será?
El Dorado, quantos morreram sem o encontrar...
Boa Vista, é só olhar.
Jardins são vários: América, da Penha, Camburi, Limoeiro. É só querer passear.
Mata da Serra, Vista da Serra, Laranjeiras e até Marajá.
Ah! Cantinho do Céu, é lá que eu quero, se merecer, depois de morto ficar.
Pitanga, Caçaroca, Bubu, Jacaraípe, Capuaba, sonoridades américo-africanas que só me fazem, do passado, lembrar.
Serra Dourada, quanta riqueza ainda por achar!
Carapina, Campo Grande, extremos progressistas que ainda vão se encontrar.
Bairro República, Castelo Branco, história recente, nem é bom lembrar.
Araçás, Manguinhos, sabor de infância, vidas sonhar.
Vejo um último: Bairro Universal, e penso na história e em Vitória, cidade antes presépio, hoje quase metrópole, abrigando todas as diferenças. Onde dará?
Seis e trinta. Chega a lancha e é hora de o Canal cruzar. Encontrar a família, olhar o Convento, pedir a bênção à Virgem da Penha e, após um dia de trabalho, na paz de Deus, descansar.
Amanhã é um dia de outra vez a Vitória voltar.
Fonte: Crônica de Francisco Aurélio Ribeiro, publicada em seu livro Das cidades e suas memórias: crônicas de viagens. 1995
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