Construção do Porto de Vitória

Apesar da construção do porto ter sido iniciada em 1906, suas obras só foram definitivamente concluídas em 1940, com a inauguração do Cais Comercial, em Vitória, após três décadas de retomadas e paralisações devido à falta de recursos financeiros (qualquer semelhença com a expansão do aeroporto de Vitória é mera coincidência) e ao início da primeira Guerra mundial, quando as empresas construtoras tiveram que retornar aos seus países de origem.

Com o Cais Comercial, o Espírito Santo passou a contar com o primeiro porto organizado, oferecendo maior segurança às embarcações e inserindo o Estado no comércio internacional.

Desde o final da década de 30, o porto de Vitória já era a terceira maior exportação de café do Brasil, atrás dos portos de Santos e Rio de Janeiro.

Esse crescimento foi abalado com a entrada dos parceiros comerciais do ES na Segunda Guerra Mundial, entre 1939 e 1945, o que fez o preço do produto despencar no mercado internacional.

Apesar disso, o conflito mundial proporcionou condições favoráveis à primeira expansão do Porto de Vitória, devido à procura internacioal pelo minério de ferro brasileiro, para reconstrução dos países destruídos pela guerra.

A exploração e exportação do minério passou a ser feita pela Companhia Vale do Rio Doce. O mineral, explorado em Minas Gerais, passou a ser escoado pelo Cais Comercial de Vitória.

Entretanto, o porto não oferecia estrutura para embarque desse produto, já que até então, o foco era o transporte de sacas de café e mercadorias gerais.

Com a exigência de quantidades cada vez maiores do minério de ferro, a CVRD propôs a construção de um cais especializado para embarcar o produto no município de Vila Velha. O projeto aproveitou o potencial natural do Atalaia, também conhecido como Péla Macaco, onde foram construídos silos verticais para armazenagem do minério, que eram abastecidos por vagões que chegavam pelo alto do Atalaia.

Ao todo, o Atalaia possui 110 metros de comprimento e recebeu obras de adequação até 1963, com dragagem e balizamento para tráfego noturno, passando a atracar navios com capacidade para 30 mil toneladas.

Sua estrutura foi concluída no final da década de 40, mas não comportou a demanda do minério comercializado pela Vale, que no início dos anos 50 bateu recordes de exportação de minério grosso.

Como alternativa, a Vale investiu na construção do Terminal de Tubarão, localizado no final da Praia de Camburi, em Vitória, planejado para substituir o Cais do Atalaia e atender a uma demanda especializada, exportando minério grosso e fino.

Tubarão vem operando desde 1966 e recebe navios de até 300 mil toneladas, movimentando minério de ferro e pellets.

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