Antigos nomes de ruas de Vitória
LARGO
PADRE INÁCIO - Atual área fronteira
ao Palácio Anchieta, no topo da escadaria, onde terminava
a Ladeira. Chamou-se também dos "Correios".
Seu alinhamento afinava-se pelo atual passeio, que bordava
a Escola Normal, descendo para a Rua do Comércio, hoje
Florentino Avidos. Igual nome teve a ladeira de acesso ao
Colégio, hoje escadaria. Padre Inácio de Loiola,
fundador da Companhia de Jesus, canonizado em 1622, não
logrou ver-se perpetuado em nenhum logradouro público,
na terra onde seus filhos espirituais tanto trabalharam e
sofreram. Injustiça ainda a reparar-se.
LARGO
DA MATRIZ - Hoje Catedral, com a elevação
do Estado a Bispado. Praça fronteira ao templo, onde
se situava pequeno cemitério. Havia uma lombada, acupada
por quarteirão, que encobria a vista da Matriz pelo
lado do Palácio. Nessa área depois de aplainada,
construi-se a Casa de Saúde, sede da Associação
dos funcionários públicos (1935-1938).
RUA
DO BECO - Assim se chamou a estreitíssima
rua, que em 1825, em homenagem ao nascimento de D. Pedro II,
recebeu o nome de Dois de Dezembro. Começava em frente
à loja Maçônica e terminava na Matriz,
quase paralela à José Marcelino. Desapareceu
totalmente em 1928, com as obras da Praça da Catedral,
já então dominada pelo baixo meretrício.
Foi de certa tradição. Na esquina com Moniz
Freire houve um chafariz público, que distribuía
água potável à população
da cidade alta. Serviu até 1910, quando se supriu a
cidade com abastecimento público.
RUA
GRANDE - Chamou-se Santa Luzia em atenção
à Capela, hoje museu, construída por Duarte
de lemos, donatário da ilha de Vitória e seu
primeiro morador. É a atual Rua José Marcelino.
Foi uma das vias públicas mais famosas do passado.
Nela funcionou o Ateneu do professor Aristides Barcelos Freire,
homem de sólida cultura humanística, grande
professor de gramática, jornalista e teatrólogo,
a quem a mocidade, até a geração de 1920,
ficou a dever o benefício de sua cultura.
José
Marcelino Pereira de Vasconcelos faleceu no Rio de Janeiro,
em 27 de novembro de 1874, no Hospital de São Francisco
da Penitência. Filho de Vitória, foi extremado
terrantês. Escritor, historiador, jornalista, político
e advogado. Teve foros de jurisconsulto. Foi deputado provincial
e geral. Pertenceu ao Instituto Histórico da Bahia.
RUA
DA MATRIZ - Rua Pedro Palácios. Unia a praça
João Clímaco à Catedral. Tinha dois ramos,
o primeiro passou a se chamar Pedro Palácios, homenagem
ao leigo franciscano, que construiu o convento da Penha, e
o segundo, da Escadaria Maria Ortiz ao fim, tendo desaparecido,
teve o nome de Domingos Martins, herói capixaba da
revolução pernambucana de 1817.
LADEIRA
TRAPICHE OU DO PELOURINHO - É a atual escadaria
Maria Ortiz. Foi cenário marcante na invasão
holandesa de março de 1625. Trapiche, porque à
beira-mar, no edifício Pan-Americano, da família
Rufino de Azevedo, existiu um armazém de carga. Pelourinho,
porque se achava no fim da subida, próximo à
atual entrada da casa de Saúde dos Funcioários
Públicos. No Governo Avidos, com projeto do engenheiro
Henrique de Novais, construiu-se a escadaria atual. Foi inaugurada
em 15 de novembro de 1924. Custou trinta e nove contos de
réis.
LADEIRA
PADRE INÁCIO - Hoje escadaria do Palácio
Anchieta.
LARGO
DA CONCEIÇÃO - Hoje Praça Costa
Pereira. Era conhecido por "Prainha", antes da ereção
da capela por Dionízio Francisco Frade. As enxurradas
e as águas dos Pelames engrossavam a "Fonte Grande",
transformando-a em apreciável curso d'água,
correndo em vala artificial, denominado "Reguinho".
Na confluência deste com o mar surgiu uma restinga,
nas proximidades da embocaduras das ruas Sete e Graciano Neves.
Ali foi construída a capela de N. S. da Coneceição.
Foi demolida no governo de Moniz Freire, em 1894, para construção
do teatro Melpômene, inaugurado em maio de 1896 pela
Companhia Julia Plá, com a opereta "A Mascote".
Mais
de dois terços da praça eram banhados pelo mar.
Desapareceram de 1922 a 1924, quando da ampliação
da praça e abertura da Av. Capixaba. O atero do velho
Largo da Conceição se fez aos poucos, gradativamente.
Em
1922, o Prefeito Dr. Pereira Lima, mudou-lhe o nome para "Praça
da Independência". Não logrou popularidade.
Voltou ao apelido atual. O verdadeiro construtor da Praça
Costa Pereira foi o engenheiro Moacyr Avidos, Secretário
da Agricultura, Viação e Obras no governo de
seu pai, Presidente Florentino avidos. A praça foi
definitivamente inaugurada em 23 de maio de 1928, com o descobrimento
dos bustos de Florentino Avidos e Moniz Freire.
Fonte:
Biografia de uma ilha
Autor: Serafim Derenze
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