A santa da Praia é Rita - Sandra Aguiar
A mais antiga das construções de que se tem notícia na Praia é de uma capela que existia ao pé do morro onde seria construído o Hospital Infantil. Não durou muito, mas a comunidade, essencialmente católica, contou logo com uma paróquia, a Santa Rita, cuja primeira sede data de 1935. Frei Davi Arias, o primeiro pároco.
Antes dela, os padres Agostinianos Recoletos assumiram e administraram em Vitória a Paróquia São Pedro, na Vila Rubim, em 1926, mas somente entregue em 1941 à população. Esses religiosos chegaram ao município em 21 de maio de 1899, a pedido do então bispo Dom João Batista Correia Néry, e seu campo de trabalho estava situado no interior do estado, a exemplo de Guarapari, Anchieta, Alfredo Chaves, Serra, Nova Almeida, Barra de São Mateus, Ibiraçu, e Piúma, entre outros.
Consta em Agostinianos Recoletos no Brasil — Álbum do Centenário que a aquisição do terreno e a construção da igreja na Praia do Canto representaram muito sacrifício. Depois de erguida, a paróquia apresentava muitas rachaduras. Para não colocar em perigo a vida dos fiéis, ela foi desativada e, em seguida, derrubada. No mesmo lugar reerguida novamente, por obra do frei Narciso Irigoyen, mas muitos outros sacerdotes deram sua contribuição na melhoria e ampliação da igreja.
Recentemente, ao lado da igreja matriz foi construído um prédio para atender às atividades paroquiais: são amplas salas para reuniões, um salão para festas e, na cobertura, quatro quartos para acolhida. Além dos moradores do bairro, atende a mais três comunidades. Além disso, desenvolve várias pastorais e movimentos, entre as quais, Oficinas de Caridade e Lar Santa Rita de Cássia, com uma creche em Itararé; Centro Social Santa Rita de Cássia, cujo lema é "crer com as mãos", no morro São Benedito; o Serviço de Engajamento Cristão, com os necessitados dos morros vizinhos; e a Pastoral Familiar.
A missão inclui cursos para jovens, noivos, de batismo, catequese de crianças e adultos, liturgia, Infância Missionária, Legião de Maria, Missão Popular, Dízimo. E a Pastoral da Comunicação edita o noticiário da Paróquia, denominado Semente de União, distribuído gratuitamente durante as missas. Missas disputadas, especialmente aos domingos, dias em que os fiéis fazem questão de marcar presença mesmo do lado de fora da igreja, na calçada.
Oram para Rita de Cássia (1381-1457), conhecida como a "santa dos impossíveis", que dedicou anos de vida aos pobres e enfermos: "Ó poderosa Santa Rita, advogada em toda causa urgente, escutai benigna as súplicas de um coração angustiado, e dignai-vos alcançar-me a graça de que tanto necessito..."
Filha de Antônio Mancini de Rocca Porena e Amata Serri de Fogliano, Rita nasceu no povoado de Rocca Porena, bem próxima de Cássia (Itália), onde foi batizada. Uma região de cerca de 12 mil habitantes distribuídos por 36 povoações, como parte da província de Perúgia. Apesar da vocação religiosa, ela se casou, por determinação dos pais, e teve dois filhos. Com a morte do marido e das crianças, pôde seguir sua vontade de entrar para a igreja, ser freira. Da Ordem dos Agostinianos, como os padres que fundaram a paróquia aqui.
Ela nasceu em 22 de maio — daí a festa que a paróquia da Praia realiza todo ano em sua homenagem. Comunidade cristã, essencialmente, que mal cabe no amplo espaço, projetado por Maria do Carmo Schwab e abençoado pela santa. Seja na missa matinal, seja na noturna. E faz questão de batizar, crismar e casar seus filhos onde realizou todo o longo e mesmo percurso traçado pela Igreja Católica desde sempre.
Do outro lado, do alto da Ponta Formosa, rezam os bispos. Na casa próxima ao Sacré-Coeur, que a congregação cedeu em comodato para a Cúria Metropolitana.
Fonte: Praia do Canto – Coleção Elmo Elton nº 4 – Projeto Adelpho Poli Monjardim, 2000 – Secretaria Municipal de Vitória, ES
Prefeito Municipal: Luiz Paulo Vellozo Lucas
Secretária de Cultura: Cláudia Cabral
Subsecretária de Cultura: Verônica Gomes
Diretor do Departamento de Cultura: Joca Simonetti
Administradora da Biblioteca Adelpho Poli Monjardim: Lígia Mª Mello Nagato
Conselho Editorial: Adilson Vilaça, Condebaldes de Menezes Borges, Joca Simonetti, Elizete Terezinha Caser Rocha, Lígia Mª Mello Nagato e Lourdes Badke Ferreira
Editor: Adilson Vilaça
Projeto Gráfico e Editoração Eletrônica: Cristina Xavier
Revisão: Djalma Vazzoler
Impressão: Gráfica Santo Antônio
Texto: Sandra Aguiar
Fotos: Cláudia Pedrinha
Compilação: Walter de Aguiar Filho, março/2020
Festa antonina (Santo Antônio) realizada no dia 13 de junho de 1937, em Aribiri (Vila Velha), na chácara onde residia o Dr. Armando Azevedo, aqui nos versos tratado como "cumpade".
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