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Caribexaba - Por Paulo DePaula

Tudo começou a partir de um convite. Visitar Barbados, a ilha paradisíaca do Caribe, a pérola das Antilhas, descoberta pelos portugueses, no mesmo ano que Vasco Coutinho chegou ao Espírito Santo, 1535.

Lembrei-me de ter passado por ela anos atrás: suas colinas verdejantes, seus flamboyants exuberantes, e aquele imenso mar de um azul turquesa infindo.

Uma pérola do mar, que os portugueses deixaram pra lá, e os espertos ingleses logo a abocanharam, sem se prescindir, para o seu povoamento, de muitos da Silva, e Pereiras e outros portugueses exilados do Recife, devido às suas crenças judaicas. No campo santo judaico de Bridgetown, grande número das lápides são escritas em português.

Mas muito bem fizeram os ingleses com a ilha, pois antes mesmo que a pátria mãe houvesse uma biblioteca pública, já Bridgetown, Barbados, a possuía.

O convite de visitar Barbados me reporta a ter, quando criança, convivido com alguns barbadianos em nossa ilha de Vitória, em meados do século XX. O Professor Lionel, por exemplo, que ensinava inglês em nossa casa...

Antes da viagem, uma visita ao arquivo público, onde, com a presteza de Agostino Lázzaro e do arqueólogo Climar Franceschetto, logo tinha às vistas fotos e documento de barbadianos de quem me lembrava. Tinham vindo pro Estado em 1924 – em sua maioria – e perfaziam um total de 17 famílias que residiam, originalmente, - quase em sua totalidade, na comunidade de Santo Antônio. Novamente refletindo o bom nível educacional da Ilha de Barbados, não havia entre esses imigrantes, analfabetos. Alguns eram professores, e todos trabalhadores qualificados que logo se empregam na construção da Ponte Florentino Avidos, mulheres hábeis, (Renato Pacheco cita os gostosos “quitutes” das Barbadianas) e que aqui criaram novas raízes, se acapixabaram.

Pode um nome ser mais capixaba que o de Hermínio Blackman? Professor, vereador, nome de rua... um orgulho capixaba que descende desse tronco que a árvore barbuda nos legou. Os cipós que desciam pelas árvores e se enroscavam nela, em Barbados, deram o nome á árvore, e ao país. Assim Portugal deixou aos ingleses, pelo menos o nome da Ilha e nós trouxemos às origens portuguesas esses caribenhos ingleses que aqui se mesclaram com brasileiros, pomeranos, italianos... e são autênticos capixabas. Caribexabas. Uma dádiva do Caribe à cultura capixaba.

 

Fonte: Jornal A Crônica - Vila Velha, 15 de maio de 2006
Autor: Paulo DePaula
Compilação: Walter de Aguiar Filho, agosto/2014

Genealogia Capixaba

Família Paredes

Família Paredes

Começa no Espírito Santo com o emigrante português Manoel de Paredes da Costa, o qual aportou em Vitória nos idos de 1608, e ali residiu até 1618, pelo menos. Contraiu matrimônio na mesma com Guiomar Rodrigues, filha de seus patrícios João Gomes Leitão e Maria Duarte, naturais de Lisboa. Eram todos cristãos-novos, conforme se infere do processo de Agostinho de Paredes, senhor de engenho no Rio de Janeiro, e que, em 1714, foi preso por judaísmo e remetido à Inquisição.

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