Congo não é música
Quem disser que o congo é a música capixaba, errou em cheio. É bom não pagar mico, pois congo não é música.
Congo é uma nacionalidade; assim como brasileiro, argentino, americano, etc, cujas músicas mais características são o samba, o tango e o rock. Não se pode chamar o brasileiro, o argentino ou o americano de gênero musical, assim como não se pode chamar o congo de música.
Congo é um rio da África que nasce na região dos Grandes Lagos com o nome de Lualaba e que recebe água dos afluentes Ubangui, Sanga e Cassai, banha Kisangani e Kinshasa; cruza duas vezes o Equador, formando um estuário de 4.640 km, sendo uma poderosa via de penetração ao coração da África, e deságua no Atlântico. Foi, ainda, uma nação africana dominada pela França, e se tornou independente em 1960 - hoje se chama República Popular do Congo, capital Brazzaville.
Nas Barrancas do Cricaré - São Mateus e Conceição da Barra -, congo é cada participante do Reis de Boi e do Ticumbi, também conhecidos como Baile de Congos. Nesses folguedos, os participantes são definidos por suas posições nos cordões: "primeiro congo", "segundo congo". Como música é imperdoável.
Já a Congada é um auto, cuja tradição começa com o Ciclo de Angola (Século 17), com os negros Cabindas e Benguelas dramatizando as lutas entre as nações de Congo e Bamba. Essa tradição começa antes da simbiose dos cultos bantos com a liturgia da Igreja e, sobretudo, com as reminiscências da rainha Njinga Nbandi.
Agora, honra seja feita ao jongo, se é que ele precisa disso: é um dos mais contagiantes ritmos do cancioneiro popular do Brasil. E quando ouvimos a Banda Amores da Lua, além das bandas da Barra do Jucu, Serra, Viana, Cariacica, Regência e São Mateus, estamos ouvindo o velho jongo como a mais genuína música do Espírito Santo.
Quem assiste às nossas tradicionais bandas de congo, vai é "cair no jongo".
Texto: Maciel de Aguiar
Fonte: Jornal A Gazeta
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