De nomes capixabas
Diferente do que propôs um articulista no jornal A Gazeta, nós, canelas-verdes (eu, por adoção, há 30 anos), não queremos a mudança do nome do nosso município, Vila Velha, que não achamos pejorativo. Não temos preconceito contra o substantivo "Vila", que nos remete ao passado histórico, quando aqui foi fundada a primeira povoação portuguesa, a Vila do Espírito Santo, em 1535, nem contra o adjetivo "Velha", que significa experiência, sabedoria, vivência acumulada com a passagem do tempo. Glória do Espírito Santo é uma boa sugestão para um futuro município, não para o nosso.
Quanto a Vitória, é um belo nome, mas do jeito que a coisa anda, está parecendo Derrota. Semana passada, com a greve dos garis, a buracada em todas as ruas, o trânsito que não anda, a poluição intensificada com a falta de chuva, a falta de área verde, a ausência de espaço para estacionar, os prédios históricos em restauração ou em ruínas, como o da antiga Assembléia Legislativa, um aeroporto que mais parece a rodoviária do Socó, incêndios em prédios, o nome Vitória parece deboche de botocudo, né não?
Cariacica, "chegada do homem branco", de acordo com antigas interpretações, tem melhorado muito, principalmente após a administração do atual prefeito, o professor Helder Salomão. Era o homem branco que faltava, sem querer ofender antigos governantes de outras etnias. Samuel Duarte, tupinólogo, propõe uma outra leitura para o nome Cariacica, "a banha do jacaré". Piorou, doutor. Jacaré em Cariacica? Melhor deixar como está e continuarmos a apostar na chegada do homem branco professor-prefeito de lá, que mudou a cara do município.
Viana recebeu esse nome em homenagem ao Intendente Geral da Polícia Geral do Rio de Janeiro, Paulo Fernandes Viana, que para lá encaminhou os imigrantes açorianos fundadores da cidade, em 1813. Justa homenagem? Talvez. No entanto, poucos vianenses sabem da existência, no passado, de Luísa Aurélia da Conceição, uma dentre aqueles pioneiros açorianos, heroína da cidade, em episódios ocorridos em 1848, conforme relato da historiadora Maria Stella de Novaes. Luísa Aurélia teria sido um belo nome a ser dado àquele município, que, nas últimas administrações, tem sido governado por mulheres.
Há outros nomes que homenageiam ilustres políticos capixabas: Afonso Cláudio, Atílio Vivacqua, Governador Lindemberg, Jerônimo Monteiro, Muniz Freire. O de Colatina, exceção à regra, é o único município capixaba que homenageia uma mulher, a esposa do governador José de Melo Carvalho Muniz Freire, uma das mulheres mais cultas de sua época. Marataízes não tem nada a ver com "mataram a Ísis", viu, gente? Para essa e outras cidades de nomes indígenas, remeto à obra "O Incalistrado. Topônimos Capixabas de Origem Tupi", publicada em 2008. Há muita versão incorreta circulando por aí, inclusive do próprio gentílico "capixaba", que não significa "roça de milho".
De acordo com Samuel Suarte, "Caá-pissaba" deu origem a "Capixaba" e significa "O lugar onde se raspam as ervas daninhas, a roça, o roçado" (p.42). Portanto, leitor, capixabas somos todos nós que preparamos o nosso coração e mente, roçando as ervas daninhas da incultura, da injustiça, da maledicência, da desilusão e continuamos "em busca de um futuro esperançoso".
Fonte: Crônica de Francisco Aurélio Ribeiro, publicada em A Gazeta (23/06/2009)
Festa antonina (Santo Antônio) realizada no dia 13 de junho de 1937, em Aribiri (Vila Velha), na chácara onde residia o Dr. Armando Azevedo, aqui nos versos tratado como "cumpade".
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