Doação do terreno do Marista - 1ª Parte
Começo uma série de relatos sobre o Colégio Marista de Vila Velha, que tenho certeza que muitos antigos alunos contribuirão com outros preciosos dados, que ficaremos agradecidos.
Inicio com o resumo biográfico do alegre baiano Domicio Ferreira Mendes antigo Prefeito Municipal de Vila Velha, em cujo mandato foi articulada a cessão do terreno e a vinda da Congregação dos Irmãos Maristas para Vila Velha e a construção do Colégio. O mesmo foi homenageado com o nome do novo auditório em 1995, que vem suceder o antigo Salão Nobre que existia na parte da frente do Colégio, no lado esquerdo de quem entra, na parte do segundo andar, hoje salas de aula.
Domício Ferreira Mendes nasceu na Bahia em 6 de junho de 1903. Na Revolução de 1930, aos 27 anos, pertencia a um Batalhão do Exército que foi deslocado para o Estado do Espírito Santo. Aqui em Vila Velha, em 31 de março de 1932 casou-se com a Srta. Jacy Pestana da Silva, que adicionou o sobrenome Mendes, de tradicional família local. Tiveram cinco filhos, a saber: Ozires Ferreira Mendes, antigo Oficial de Justiça e Delegado de Polícia de Vila Velha, e já é falecido. Carmem Cecília Mendes Rodrigues, Fiscal da Previdência Social, aposentada. Osny Ferreira Mendes, Advogado, e antigo Vereador da Câmara Municipal de Vila Velha, por duas legislaturas, já falecido. Marcelo da Silva Mendes - atuou como Professor de Organização Moral e Silva no Colégio Marista de Vila Velha em 1967, é antigo Vereador e antigo Presidente da Câmara Municipal de Vila Velha. É Advogado da Caixa Econômica Federal. Maria da Penha da Silva Mendes - Advogada e Professora Universitária.
Domício Ferreira Mendes deu baixa no Exército, e tornou-se Funcionário Público Estadual. Quando ocorreu a segunda desanexação do Município de Vila Velha do Município de Vitória, em 1947, foram convocadas eleições para Prefeito Municipal, e então o popular e simpático baiano Domício, já canela verde de coração, venceu o pleito (o município chamava-se Cidade do Espírito Santo, e só veio tornar chamar oficialmente de Vila Velha em 1958 no mandato do antigo Prefeito Antonio Gil Veloso).
No mandato de quatro anos, (31.1.1948 até 31.1.52), uma de suas realizações foi conseguir desapropriar um sítio desativado próximo do Centro de Vila Velha, pela Lei n° 85 de maio de 1950, aprovada na Câmara Municipal de Vila Velha, para ceder aos Irmãos Maristas para ali construírem uma Escola, sob condições.
Ao final de sua administração como Prefeito, houve publicação de reportagem na Revista Capixaba de Vitória, sobre suas realizações. Consta que concluiu o Mercado Municipal Silvino Valadares, na Prainha, regularizou o abastecimento de água encanada, abriu ruas em São Torquato e melhorou muitas em diversos bairros, inclusive com respectiva iluminação pública. Construiu a estrada de rodagem entre Paul e Argolas, e a Garagem Municipal na rua Luiza Grinalda ao lado da Delegacia de Polícia no Centro de Vila Velha (hoje sede da Defensoria Pública Municipal). Estimulou a construção civil no Município concedendo isenções de impostos. No setor da iniciativa privada alem de inúmeras residências que surgiram, passou a existir a Fábrica de Sabão Glória e o Cinema Continental (do Sr. Antonio Saliba na rua Cabo Ailson Simões no Centro, na Praça Duque de Caxias que foi um marco na cultura vilavelhense tendo funcionado até o início dos anos 80 - ali entre 1983 até 1989 funcionou o Centro Cultural Dom João Batista da Prefeitura Municipal de Vila Velha por iniciativa do antigo Prefeito Vasco Alves de Oliveira Jr quando em primeiro mandato).
Após cumprir o mandato, foi eleito Deputado Estadual. Mais a frente foi Presidente do Instituto de Bem Estar Social do Espírito Santo, o IBES, que tinha tido inaugurado o Conjunto Habitacional Alda Santos Neves, em 8.9.1951 no segundo mandato do Governador Jones dos Santos Neves (nome da autarquia, IBES, mais tarde veio tornar-se nome de Bairro de Vila Velha, e o referido órgão estadual depois de muitos anos foi extinto). Domício residiu por muitos anos na Prainha, na rua Antonio Ataíde esquina com rua Coronel Mascarenhas, sendo muito amigo de todos. Faleceu em 5.10.1988, aos 85 anos de idade.
O berço da Obra Marista
Janeiro de 1817. A França pós-revolucionária atravessa uma crise no sistema educacional e apenas as grandes cidades têm boas escolas. É quando nasce em La Valla uma pequena sociedade de caráter religioso e cunho mariano, empenhada em levar o ensino fundamental às crianças e jovens do interior. O fundador, Marcelino Champagnat, que dá a esta sociedade o nome de Irmãos Maristas, conta basicamente com a iniciativa própria e com a dedicação de seus primeiros "irmãos", João Maria Granjon e João Batista Audras. A primeira escola, em Marlhes, data de 1817. A partir daí, os maristas se expandem progressivamente por toda a França e por outros países, aliando sempre o trabalho educacional a uma efetiva integração com as comunidade que abraçam.
A chegada ao Brasil
Os Irmãos Maristas chegaram ao Brasil em 15 de outubro de 1897 e se instalaram em Congonhas do Campo - MG, com o compromisso de ajudar a construir uma comunidade mais fraterna e solidária, através da educação cristã da juventude.
Por: Eng° Civil Roberto Brochado Abreu. Fundador e membro da diretoria Membro da Casa da Memória de Vila Velha. (25/02/2010)
GALERIA:
Sempre houve curiosidade para saber do porque a toponímia, sítio Batalha ou Morro do Batalha, que popularmente conhecia-se a área que veio a ser ocupada pelo Colégio Marista
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