Família Aguiar
AGUIAR, OS NATIVOS DA VILA
Sempre escutei de meu avô Miguel Manoel de Aguiar Junior que nossos ascendentes vieram para o Espírito Santo com os Donatários das Capitanias Hereditárias.
No livro chamado História do Espírito Santo, de José P. Schayder, o autor cita um trecho de outro livro, Anauê!, do escritor José Marcelo Grillo:
“A História é um ponto-chave em nossas vidas. Todos nós temos a obrigação de contá-la – é um compromisso com o futuro e com as novas gerações. Não podemos deixar à outra: a omissão. Não basta contar a história, transmiti-la oralmente: nós temos a obrigação de escrevê-la – ela está por ser escrita ou, às vezes, reescrita.
Mas, onde ela está? Onde está, na História, o grande tema universal que almejamos? A Tolstoi, o grande romancista russo, perguntaram quais seriam os temas universais e ele respondeu: ‘escreva sobre sua aldeia’.”
Fui me aprofundando no assunto, sempre procurando buscar informação de um parente mais próximo, mas as buscas não fluíam. Criei para mim uma obrigação de fazer esse resgate.
Um belo dia, Davi Queiroz, que é cunhado da última esposa de meu avô Miguel - que viveu com ele até sua morte -, me entregou a certidão do inventário do meu bisavô que também se chamava Miguel. Nele descobri que meu bisavô faleceu em 1897 e sua esposa Ana Maria da Penha de Aguiar (bisavó) veio a falecer em 12 de agosto de 1902 aos 46 anos de idade, de morte natural, deixando os seguintes filhos:
Augusto Manoel de Aguiar Sobrinho com 26 anos;
João Nunes de Aguiar com 23 anos;
Manoel Nunes de Aguiar com 19 anos;
Vitória Nunes de Aguiar com 18 anos;
Maria Adelaide de Aguiar com 11 anos;
Miguel Manoel de Aguiar Junior (meu avô) com 8 anos;
Carolina Nunes de Aguiar com 7 anos.
Descobri então, que meu avô perdeu seu pai quando tinha apenas 4 anos tendo ainda uma irmã mais nova, Carolina. Minha bisavó veio a falecer 4 anos depois. Tudo deve ter sido muito difícil para eles, eu imagino.
Ao pedir o desarquivamento no Cartório Nelson Monteiro, conhecido atualmente como Cartório do Fafá, tomei conhecimento que a casa da minha bisavó era localizada na esquina da rua Luiza Grinalda com a Dom Jorge de Menezes, em Vila Velha. Quando da morte do meu bisavô, a casa foi a leilão, não houve arrematador, mas para que a dívida fosse paga ao agente hipotecário, surge então nesse documento mais um nome que deu uma amplitude para a continuidade da árvore da família. Nesse inventário do meu bisavô Miguel foi dito que seu irmão Augusto Aguiar havia emprestado os recursos para quitação da hipoteca.
O primeiro filho do meu bisavô Miguel se chamava Augusto Manoel de Aguiar Sobrinho. As informações estavam batendo. A partir daí, comecei a juntar as peças com a certidão de outro inventário em nome de João Dukla de Aguiar que também foi cedida pelo mesmo Davi Queiroz. Meu avô Miguel fazia parte desse inventário, recebendo como doação de seu falecido primo João Dukla uma propriedade em Jabaeté, próxima à Barra do Jucu.
De posse do inventário identifiquei que João Dukla Borges de Aguiar, que era médico, faleceu no dia 23 de abril de 1929 na Fazenda do Romão, em Vitória, de sua propriedade, com 53 anos de idade, solteiro, sendo filho de Augusto Manoel de Aguiar (irmão do meu bisavô Miguel) e Luiza Borges de Aguiar. A causa de sua morte foi infecção intestinal. Seu sepultamento foi feito no dia 23 de abril de 1929 às 16:00h no Cemitério de Santo Antônio, Vitória, ES.
O falecido João Dukla Borges de Aguiar era pessoa abastada e pelo fato de ser solteiro, deixou todo seu patrimônio para seus irmãos como consta na carta de adjudicação. João Dukla possuía os seguintes irmãos legítimos:
1) Cel. Augusto Manoel de Aguiar Filho com 52 anos de idade, casado, residente na capital federal, na época, Rio de Janeiro;
2) Ocarlina de Aguiar Salles, com 46 anos, viúva, residente em Vitória;
3) Dr. Eurico Borges de Aguiar, com 45 anos, casado, residente em Vitória;
4) Flávio Borges de Aguiar, com 41 anos, casado, residente em Vitória;
5) Dr. Ormando Borges de Aguiar, com 39 anos, casado, residente em Vitória;
6) Dr. Aristeo Borges de Aguiar, com 37 anos, casado, advogado;
7) Audifax Borges de Aguiar, com 35 anos, casado, residente em Vitória.
Com essas datas precisas, fui ao cartório de registros civil mais antigo de Vitória, Cartório Sarlo, para fazer uma busca. O Cartório informou que seus registros se iniciaram somente a partir de 1890. Foi então que fiz o inverso: busquei pela certidão de nascimento do irmão mais novo de Dukla, Audifax.
Nesse documento, veio a informação onde consegui escalar mais um galho da árvore. Cheguei finalmente ao meu trisavô de nome Veríssimo Manoel de Aguiar. A certidão de nascimento dizia que Audifax nasceu no dia 1º de junho de 1893, em Vitória, ES, filho de:
Augusto Manoel de Aguiar e Luisa da Silva Borges de Aguiar
Avós Paternos: Veríssimo Manoel de Aguiar e Carolina da Penha Ferreira Araújo.
Avós Maternos: João Pereira da Silva Borges e Anna Pereira da Silva Borges.
Todos esses comentários acima estão relacionados à parte ascendente da família Aguiar a partir do meu avô Miguel Manoel de Aguiar Junior. Meu trisavô Veríssimo Manoel de Aguiar deve ter nascido por volta de 1820 a 1830 e minha árvore por enquanto estacionou. Mas continuo pesquisando. Estive na Igreja dos Mórmons, que possui um grande banco de dados sobre as famílias de todo o mundo e estou aguardando um microfilme que pode conter mais informações da família Aguiar.
Conto também com colaborações. Caso tenha mais informações sobre a família Aguiar, envie para que eu prossiga a pesquisa.
Finalizando: minha conclusão maior em tudo isso é que somos apenas uma folhinha que pertence aos galhos fixados num tronco de uma árvore gigantesca. Hoje estamos no topo desta árvore, somos as folhas novas. Num olhar quase infinito, vemos claramente que todas as famílias vão se misturando entre si até chegarmos a origem da vida. Portanto, se não somos todos irmãos, só se Deus criou o mundo com mais de um casal além de Adão e Eva.
Walter de Aguiar Filho
walter@morrodomoreno.com.br
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