Governador - Christiano Dias Lopes Filho
A Revolução chega ao Espírito Santo – Christiano Dias Lopes Filho (1967-71) inaugurou fase nova na vida do Estado. Eleito pela Assembléia Legislativa – sistema de escolha dos mandatários estaduais que a Revolução de março estabeleceu para o país – seu primeiro gesto de governante foi um brado pela afirmação do Espírito Santo como parte da comunidade brasileira. Com intrepidez e resolução, fez ouvir a voz do povo capixaba, gritando ao resto do Brasil que o Estado existe e que é parte da Pátria comum.
O apelo foi ouvido com carinho, o governo federal estendeu a mão num gesto de solidariedade irrecusável e a velha província iniciou a arrancada para o futuro.
As potencialidades da terra e da gente revelaram-se a si mesmas e ao Brasil.
Uma extraordinária e oportuna mobilização de circunstâncias favoráveis se pôs em sintonia com o esforço e o anseio de toda uma comunidade sedenta de progresso, de desenvolvimento, de integração na vida universal.
Muito sacrifício – como é natural – vão custando os passos iniciais dessa caminhada.
Dispondo de limitados recursos, o orçamento impõe discrição aos planejadores de seu progresso. Em desabafo incontido, de quem se viu manietado pelas limitações do Erário, o próprio Christiano Dias Lopes lamentou: “A programação financeira para o governo do Estado do Espírito Santo sendo o grande e imbatível desafio a que não se conseguiu, em tempo algum, responder. [...] a receita trai todas as previsões financeiras para qualquer programação. Aí reside o estrangulamento ainda não removido”.
Intensa campanha – respaldada por levantamentos técnicos das virtualidades de posicionamento e dos recursos naturais da terra – visando atrair investimentos nacionais e externos para a concretização de projetos industriais e agropecuários e mais o apoio que o governo federal vem prestando à Administração local produziram seus primeiros resultados.
O Estado conseguiu superar a crise a que o levara a erradicação de 220 milhões de pés de café (1966-68), o que importou no deslocamento de cerca de 30.000 famílias, ou sejam 180.000 pessoas, das quais 30.000 emigraram para outros Estados, 20.000 se marginalizaram como subempregados no meio rural e 10.000 no urbano.
E assim, a par do trabalho de aliciamento de recursos para a implantação dos audaciosos projetos oferecidos aos investidores nacionais e alienígenas, o governo cuidou de modernizar a máquina administrativa do Estado, aparelhando-a para os novos tempos.
À educação – que tem merecido a melhor atenção dos últimos governos capixabas – o governador, na sua prestação de contas, dedicou as seguintes palavras: “Em 1966, havia 1.178 alunos matriculados no ensino pré-primário estadual. Em 1970, seu número subiu para 5.418: 360% de aumento. No ensino primário, o número passou de 179.053 para 304.806. De acordo com a projeção baseada no Censo Escolar de 1964, a escolarização da população infantil entre sete e catorze anos atingiu, em 1970, o nível de 91%. A meta preestabelecida era de 85%. Melhor assim: 6% a mais. O ensino médio oficial matriculou, em 1970, 32.404 alunos. A esse número deve-se somar mais 15.831 alunos ajudados por bolsa de estudo do Estado. Em 1966, as escolas secundárias oficiais contavam apenas 21.182 alunos. Antes de existir o Mobral no plano nacional, existia a Mocca no Espírito Santo: Mobilização Cívica Contra o Analfabetismo (criada em 1967): 14.870 alunos, 716 classes, 48 dos 53 municípios do Estado. De 1967 a 1970 foram construídas 1.451 salas de aula: mais do que o total de salas construídas anteriormente”.
E mais adiante “A educação foi contemplada em 1971 com 29,5% do Orçamento Estadual. O Espírito Santo é, assim, o Estado brasileiro que proporcionalmente mais investe em educação”.
Ao campo, foi ministrado tratamento especial, no sentido de incentivar a atualização dos processos de cultura, de promover o cooperativismo, a inseminação artificial dos rebanhos, a mecanização agrícola, a preparação da carta de solos, a intensificação da política creditícia, o uso de sementes selecionadas, reflorestamento e emprego de adubos.
A eletrificação do norte do Estado e a construção de rodovias são outras realizações a serem lembradas. Com ênfase, o governador frisou que sua administração “multiplicou por três os quilômetros de rodovias estaduais pavimentadas: de 120 km em 1967 passou para 390 em 1970. [...] Pode-se afirmar que todas as regiões do Espírito Santo começam a ser vivificadas por um impulso de desenvolvimento, pois foi aberto para elas o caminho dos grandes centros econômicos do País. Estão ligados à Guanabara, S. Paulo, Estado do Rio, Minas Gerais, Bahia, Nordeste e, principalmente, à Capital do Estado e ao Porto de Vitória, com a conseqüente e benéfica integração econômica, político-administrativa e cultural”.
Resumindo o trabalho realizado no quadriênio de sua gestão, Dias Lopes destaca – no capítulo dedicado à Secretaria de Saúde e Assistência – a criação das Unidades Volantes, a que foi confiada a missão de vencer o ceticismo do homem do campo em relação à medicina oficial, visitando-o em seu domicílio, proporcionando-lhe vacinação, educação sanitária, assistência médica.
Autor: José Texeira de Oliveira
Fonte: História do Estado do Espírito Santo, 3ª edição, Coleção Canaã, Vitória/2008
Compilação: Walter de Aguiar Filho, outubro/2012
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