Herança Cultural Afro-Capixaba Culinária, Medicina e Linguagem
Na parte norte do Espírito Santo foi onde a culinária doméstica mais preservou as tradições locais africanas, tanto no tipo de alimento, quanto na forma de prepará-lo, do mesmo modo que sofreu grande influência da chamada comida baiana.
O milho verde apenas cozido ou assado e seus derivados preparados nas tradições africanas, como o muxá, a papa, a canjica e a pamonha são muito apreciados. As moquecas de peixes e de mariscos já são atualmente símbolos da culinária capixaba. O arroz doce ou “arroz de Haussá”, o pé-de-moleque, a baba-de-moça, os papos-de-anjo, os quindins, as queijadinhas, os quebra-queixos, as paçocas e outros doces feitos com amendoim, coco, ovos e leite têm ainda muita popularidade. A mandioca ou aipim, oficialmente indígena, foi amplamente utilizada pelos negros e, em sua forma simples, apenas cozida ou, nas formas derivadas de farinha e de goma, como tapioca molhada ou seca, mingau ou beiju, estando sempre presente às mesas. A feijoada, nacionalmente conhecida, é muito popular. Os cozidos de carne de boi, com verduras e legumes, ou de “mocotó” e de ossos para caldos e sopas ainda são sucesso entre muitos capixabas.
No que diz respeito à medicina, principalmente nos Barracões de Candomblé e Terreiros de Umbanda, é que são encontradas verdadeiras reservas da milenar experiência indígena e africana acerca do uso de inúmeras espécies de plantas ou combinações de espécies diversas para o tratamento das mais variadas doenças.
Sobre a linguagem, muitas são as palavras de origem africana utilizadas normalmente no cotidiano da população em geral. Porém é entre os membros da Comunidade de Terreiros e Barracões que as línguas africanas preservaram, em certos casos, estruturas comunicativas inteiras, tanto nas músicas sagradas cantadas para os Orixás, quanto no uso para tratar de questões não sagradas. Dessa forma, é comum o uso genérico da língua lorubá ou Nagô, que é Sudanesa, enriquecida com palavras de muitas outras línguas. Tal fenômeno cria a possibilidade de membros dessas Comunidades comunicarem-se utilizando apenas essa herança linguística, que, assim, assume o caráter de língua sagrada ou secreta, isto é, para tratar propriamente dos assuntos sagrados ou para evitar que estranhos compreendam os assuntos tratados entre os falantes. Entretanto, parece que a maior influência africana no português falado em todo Brasil é da língua Quimbundo, que é Banto. Mas tanto a língua lorubá, quanto a língua Quimbundo tinham fortes influências da língua árabe.
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Fonte: Negros no Espírito Santo / Cleber Maciel; organização por Osvaldo Martins de Oliveira. – 2ª ed. – Vitória, (ES): Arquivo Público do Estado do Espírito Santo, 2016
Compilação: Walter de Aguiar Filho, agosto/2021
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