Parque Moscoso
Originalmente denominado Mangal do Campinho, o Parque Moscoso era constituído por uma área de manguezal. Com o aterro da área frontal, que deu origem à Rua do Comércio (atual Avenida Florentino Ávidos), o movimento das marés que fazia a limpeza da área ficou impedido, tornando o local permanentemente alagado por águas contaminadas por dejetos provenientes de uma vala que ligava o antigo Quartel da Polícia ao Porto dos Padres. Além disso, pela inexistência de esgotamento sanitário na cidade, os excrementos eram recolhidos de porta em porta na região e lançados nessa área alagada.
Em 1876, Dr. Manoel Goulart de Souza, inspetor de saúde pública, elaborou um relatório do quadro sanitário da cidade, no qual foram sugeridas medidas de saneamento que trariam melhorias urbanas, dentre elas as obras de aterro e drenagem do Mangal do Campinho.
A partir de 1888, o presidente da província, Henrique Ataíde Lobo Moscoso, iniciou as obras com um pequeno aterro. Em 02 de abril de 1889 o presidente faleceu e o lugar passou a receber o nome de Vila Moscoso em sua homenagem. A área foi então demarcada para construções e arruamentos. Nessa época, grande parte do aterro já estava concluída, e em julho de 1889 foi inaugurado o chafariz conhecido como Fonte dos Cavalos.
As obras de aterro recomeçaram em 1891 e em 1893 foi contratada a Companhia Nacional Torrens para executar o arruamento, saneamento de valas e loteamento da Vila Moscoso. O aterro foi concluído somente no governo de Jerônimo Monteiro, em 1911, quando Paulo Motta foi contratado para executar o projeto que transformaria a área num imenso jardim.
O Parque Moscoso, marco histórico de nossa cidade, foi de fato inaugurado em 19 de maio de 1912 e, como descreveu Luiz Serafim Derenzi, era um “magnífico parque florestal e florido, orgulho dos capixabas e um dos mais belos de todas as capitais”
O parque foi projetado e construído com traços do movimento eclético, com linhas que lembram o “art nouveau”, estilo que começava a modelar a cidade, em um esforço para superar seu passado colonial. Derenzi refere-se ao autor do projeto, Paulo Motta, com admiração, escrevendo: “Toda sua alma se refletiu na forma harmoniosa do jardim, que desenhou, construiu e matizou de mil arbustos policrômicos. As minúcias são quase de ourives: lago, ‘ruínas’, repuxos, fonte luminosa, recantos sombrios, labirintos, pontes, tudo caprichosamente perfeito. Não esqueceu os cisnes abstratos e os gansos vigilantes contra os profanadores intrusos”.
Em 1952, no governo Jones dos Santos Neves, ocorreu a primeira intervenção no parque, quando foram construídos o Jardim de Infância Ernestina Pessoa e a Concha Acústica, projetados pelo arquiteto Francisco Bolonha, seguindo os princípios da arquitetura modernista dos anos 50. No Jardim de Infância encontra-se um painel mosaico vitrificado de Anísio Medeiros. Lá, atualmente funciona a Escola de Ciência Física.
Henrique Mindlin, em seu livro “Modern Architecture in Brazil”, cita essas obras como exemplos significativos da arquitetura brasileira. O arquiteto teve a preocupação de não alterar o aspecto natural do parque, ambientando os elementos da melhor forma possível, sem grandes interferências.
Em 1973, as linhas estruturais do parque sofreram alterações que mudaram o traçado dos canteiros e das alamedas e sua topografia. Alamedas desviadas, quadras de esportes, capela ecumênica e chalés para aves foram erguidos, alterando a função do parque. Na mesma época o parque foi também cercado com um muro por questões de segurança.
Em 2000, na administração do prefeito Luiz Paulo Vellozo, sofreu sua última reforma, tendo sido recuperando para a população local.
Fonte: Roteiro Histórico III, PMV - Administração: Prefeito João Carlos Coser, outubro/2007
Compilação: Walter de Aguiar Filho,maio/2011
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