Partido Republicano - Cisão
As divergências de interesses entre os grupos da elite capixaba ficaram nítidas no Congresso do Partido Republicano realizado em Vitória, em 1890. Nesse congresso, comenta o analista político João Gualberto, “os chefes políticos do sul, pioneiros na formação dos clubes do Partido Republicano no Espírito Santo, foram lançados em segundo plano, em termos de direção política”.
A elite urbana da capital, ligada à agroexportação, pretendia controlar o governo estadual, excluindo das decisões políticas a elite agrária, ou seja, a classe dos cafeicultores. Em conseqüência, houve uma cisão no Partido Republicano.
Os latifundiários, insatisfeitos, formaram um bloco político dissidente e passaram à oposição. Para defender seus interesses, criaram a União Republicana Espírito-Santense. Em 1900, essa agremiação política recebeu outro nome: Partido da Lavoura. Nessa segunda versão, um de seus fundadores foi Jerônimo Monteiro.
Os líderes da capital, ligados ao comércio exportador, formaram o Partido Republicano Construtor. Autodenominados “republicanos autênticos”, foram colocados no governo do Espírito Santo por determinação do marechal Floriano Peixoto, em 1891. No Estado, Muniz Freire foi o chefe exponencial dessa ala política.
As rivalidades entre os políticos capixabas duraram um bom tempo. Quer fossem filiados à União Republicana-PL, quer ao PRC, pertenciam na origem, à elite econômica. Eram, todos, “farinha do mesmo saco”, “goiabada do mesmo tacho”. O único partido popular era o Partido Operário, que tinha expressão política muito restrita.
O brasilianista Geert Banck, ao estudar a cultura política do Espírito Santo, afirmou que “a instituição da República não significou muito mais do que alguns atritos entre facções políticas locais. As disputas não eram tanto sobre questões ideológicas, mas sobre cargos e vantagens”.
A imprensa da época refletia as hostilidades entre os grupos rivais. O principal objetivo dos jornais e pasquins era enaltecer os aliados e destruir a reputação dos adversários: um vínculo vicioso de intrigas, calúnias, traições, jogadas e manobras entre as principais lideranças. Era a disputa do poder pelo poder.
É evidente que a facção que conquistasse o governo podia tomar medidas em benefício de seus interesses particulares e podia distribuir empregos a parentes e amigos. Mais importante que tudo: podia conceder favores aos coronéis, que lhes dariam, em troca, os votos dos eleitores, o que, por sua vez, garantiria a vitória da facção situacionista nas eleições. A oposição, dessa forma, jamais chegaria ao poder.
Fonte: Livro História do Espírito Santo - uma abordagem didática e atualizada 1535 - 2002
Autor: José P. Schayder
Compilação: Walter de Aguiar Filho, novembro/2014
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