A Cidade em outros tempos
Estas lindas fotos penetraram profundamente em minha mente e avivaram antigas lembranças. Bondes, lanchas, manguezais e catraeiros nos remetem há uma época que creio não retornará. Vou citar alguns fatos e nomes de alguns personagens.
Na Ponta da Fruta, o Humberto, Moacir, Totonho, Antonio Beju e sua esposa Marcimina, Maria Coutinho, Belmiro, João Rosa, Donato, João Couto, Eurides, Juvêncio, Milton Régis, D.Rosinha, D.Didi, seu João, Jorge, D.Moça e Zé Vieira seu marido.
Na mesma localidade residiu o cidadão Zé Brasilício, negro de elevada estatura, enchia um saco de 60 kg de peixes, colocava na cabeça e de uma só caminhada chegava na Barra do Jucu, tomava um copo de água, descansava uns cinco minutos e seguia ininterruptamente até Vila Velha para vender sua mercadoria. Era descalço. Os comentários eram de que foi pai de 28 pimpolhos.
Deixou que cimentassem há frente do seu comércio para que fosse o ponto final da linha de ônibus recém criada. O Ribeiro Doce se ligava com o mar. Repleto de tainhas, pitus e acarás. Por volta do meio dia os robalos emergiam para se beneficiarem da luz solar. Jogava a tarrafa, mas havia muito limo e há mesma submergia lentamente dando chance para os mesmos escapulirem. Nunca peguei nenhum. Tinham mais de 03 kg e em boa quantidade. Certos elementos os abatiam a tiros. Caçadores de paca e seus cães rondavam por ali. E muitas vezes conseguiam seu intento.Tudo findou com a construção da Rodovia do Sol, aterro e invasão.
No final da ponte da Madalena, a original, seguindo em direção há B. do Jucu, no lado direito, havia uma pequena casa. Refúgio do Pedro Bote, trabalhador da Texaco e residente no Ataide. Ali reunia seus amigos ou quem estivesse disposto aa provar uma moqueca de Gibóia e outros petiscos.
No Marista tinha Darci, Gilson Laranja, Pitanga, João Mangam de Uruguaiana/RS, Djair, Sandoval, Pacheco, Cubal, Laurino, Dolfinho, Welber, Fernando baixinho, Novaes, Borloti e os manos Apolo e Jorge Risk.
Eram dois campos. Um para menores e outro adulto. Em frente onde funcionava a cantina instalaram um jogo de bola ao mastro.
Tentarei explicar como funcionava, mas não sei se terei êxito. Era uma peça de madeira redonda de uns 2/3 metros de altura, presa ao solo num círculo de cimento . Possuía uma corda fixa na ponta do mastro e outra na bola oval de cor vermelha . Quem enrolasse primeiro a corda que guiava a bola no poste, era o vencedor . No recreio estava sempre ocupada. Jogava-se em dupla ou individual. Foram professores os irmãos Edgard, Evaldo, Casagrande e o diretor Estevan.
Assisti com a minha classe o lançamento da pedra fundamental do santuário.
Estive no ano de 1958 na inauguração do Estádio Rubens Gomes. Quem me levou foi o botafoguense roxo Mário Monjardim, popular Babinho, na época residindo em Paul. Adalberto,Amauri, Beto, Tomé, Servílio, Pampolini, Nilton Santos, Garrincha, Didi, Edson e Garrinchinha se apresentaram ao povo capixaba. Falta alguém que não me lembro pois Amauri era o arqueiro reserva. Botafogo 03, Santo Antonio zero. Pelo clube da casa o quiper Djalma, Francisco (Chico ) e Lola (Tocinho)os dois últimos da Ilha das Flores.
E os campos de futebol do Atlético e Olímpico F.C., localizados do lado esquerdo da reta indo para a Praia da Costa. O de Jaburuna.
O Glória F.C. com sua praça de esporte perto da Penitenciária. Em frente da Casa Portuguesa o do Tabajara F.C.. Os atuais Soteco e Divino foram praticamente propriedade do Américo Bernardes. Local ermo, surgiram os campos de futebol. O Fluminensinho F.C. usava uma daquelas praças. Os irmãos José Moraes, Mauro e Aécio sob a batuta de Mister Ema faziam a redonda rolar pelos gramados.
Em Aribiri próximo ao ponto dos bondes e da garagem teve um cinema. O quintal de D. Marta Vereza e Sr. Vitorino Rauta faziam fronteira com o campo do América F.C. Jogaram no time de vermelho o Pedro Sarrafo, Jonas, João Padeiro, Everaldo, Flávio, Lauro, Lico, Caiúba e Baianinho. O interesante é que saíam uniformizados da casa do Sr. Maneco, que funcionava como sede. E a garotada seguia atrás.
O Alcobaça F.C. era formado por trabalhadores da fábrica, que fabricava e vendia na sua lojinha apetitosos biscoitos e macarrão com o nome da empresa. O Paulo Maia, sem a parte posterior do braço, grande atleta, atuava neste time.
Creio que a D. Cecília e o Sr. Vitorino são os moradores mais antigos da comunidade. E a famosa CHIQUINHA BACO-BACO. Com idade avançada não perdia um jogo dos diabos vermelhos. Acredito que se não chegou aos cem anos ficou próximo ou até ultrapassou.
Por: Nilo Walter - Itapuã, 2010
GALERIA:
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