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A Construção do Convento da Penha (Parte I)

O Convento da Penha

Até ao ano da tentativa dos PP. da Companhia, os nossos Religiosos só tinham trabalhado para o engrandecimento da Casa de Nossa Senhora. Em si próprios não pensaram, mas contentavam-se, como pobres de Cristo, com modesta moradia.

Esta situação, porém, mudou logo depois de vencida a questão. Os próprios dois Religiosos moradores no morro da Penha, Frei Paulo de S. Antônio e Frei Francisco da Madre de Deus, convenceram o Prelado maior da necessidade de aí se construir um Conventinho, com que mais eficazmente se garantiria a posse do Santuário para o futuro.

Desde fevereiro de 1649 vinha desempenhando o cargo de Custódio Frei João Batista. No mesmo ano visitou os Conventos do Sul, fazendo a longa viagem da Baía até Santos a pé. Passando por Vitória e Penha, teve ocasião de estudar a situação e ouvir pessoalmente a opinião dos Religiosos tanto do Convento como do Santuário. Manifestou-se, pois, favorável à idéia alvitrada e autorizou desde já ajuntassem material para a construção.

Disso se incumbiram os dois Religiosos da Penha, principalmente Frei Francisco da Madre de Deus, Irmão leigo.

O dito Custódio faleceu, extenuado pelas suas viagens a pé, no Convento de Santos, aos 13 de janeiro de 1650. Em seu lugar entrou Frei Sebastião do Espírito Santo, Guardião do Convento de S. Antônio do Rio de Janeiro. Dirigiu-se meses depois à Baía para celebrar a sua primeira Junta. Passando por Vitória, visitou também o Santuário da Penha e esposou a opinião de seu antecessor, isto é, que não se devia adiar a construção de um Convento. Examinou o rochedo com as possibilidades que oferecia para uma construção e, tendo já delineado a planta, prosseguiu viagem. Na Baía celebrou a Junta ou Congregação aos 21 de novembro e entre outras Casas (Angra dos Reis, Cairu) determinou-se também a edificação do Convento da Penha. Foi aprovado na mesma ocasião o plano do edifício, segundo as indicações do Custódio. Estavam previstas nesta planta nove celas para os Religiosos da comunidade e duas para hóspedes, com as varandas (corredores) e oficinas (cozinha despensa, etc.) por baixo, obedecendo tudo à configuração do rochedo.

Ainda na mesma Junta Definitorial, tendo falecido no correr do ano Frei Paulo de S. Antônio, foi nomeado Superior da novel Casa o Irmão leigo Frei Francisco da Madre de Deus. Era uma exceção, só explicável pela confiança que os Superiores tinham na competência e virtudes de Frei Francisco.

Este dedicou-se agora com mais afinco à obra. Nela gastava os dias, mas as noites passava em contínua oração diante da imagem de Nossa Senhora.

Nunca saía fora mais do que à praia e baixa do monte, e isto só quando era necessário providenciar sobre materiais de construção.

No ano imediato de 1651 o Custódio Frei Sebastião do Espírito Santo lançou a pedra fundamental nos alicerces.

O virtuoso Irmão leigo Frei Francisco da Madre de Deus foi substituído no superior ato em 1653 e um ano depois faleceu com fama de santidade.

Mas antes de nos ocuparmos com as obras realizadas por seus sucessores na construção do Convento, ocorrem-nos para relatar alguns fatos importantíssimos na história do Santuário da Penha.

 

Fonte: O Convento de N. Senhora da Penha do Espírito Santo, ano 1965
Autor 1: Frei Basílio Rower
Autor 2: Frei Alfredo W. Setaro
Compilação: Walter der Aguiar Filho, março/2015

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