A Igreja Velha de São Mateus – Por Ângelo Neto Santafe
Em 2010, quando eu ainda estava secretário de turismo em São Mateus, investigamos a composição das ruínas (através do geólogo Luiz Carlos Novais - cedido pela Petrobrás), e certificamos que não há óleo de baleia, um produto demasiado caro para a época, portanto, distante da manipulação por índios e escravos na construção da que seria a Igreja de São Braz - a maior da região.
Também gostaria de citar que o nosso historiador Eliezer Nardoto, exímio pesquisador da Igreja Velha identifica o começo de sua construção no segundo quartel do século XIX, portanto, a partir de 1825. Ela tem, portanto, pouco menos de 200 anos. Sua paralisação se deu por motivações políticas. Claro que os coronéis da época não poderiam permitir que negros, escravos e índios construíssem uma igreja maior que as deles.
Na época, os negros eram proibidos de entrar na sua própria igreja - a de São Benedito, que é realmente a mais antiga da Cidade. Portanto, a chamada Igreja Velha não passa de ruínas, e dentre as antigas, é a mais jovem das construções.
Ainda em 2010 trouxemos a São Mateus um dos mais renomados técnicos que cuidam dos monumentos de Ouro Preto. Eu mesmo denunciei que a estrutura da Igreja corre risco pela implacável ação do tempo. Mas descobrimos também que a Igreja sempre emprestou sua beleza ao paisagismo histórico da Cidade e do ES sem ter sido sequer tombada pelo patrimônio histórico.
Nos anos 70, o então vereador (hoje escritor) Maciel de Aguiar deu início ao processo de tombamento no Estado, que nunca foi concluído. Uma pena - e pouquíssimos sabem disso. Seu status de um dos edifícios mais importantes da historia do Brasil, sua imponência e beleza nos levaram a criar um projeto para erguer no seu entorno uma proteção de aço e vidro. Desde então o prefeito Amadeu Boroto busca viabilizar recursos para esta obra, que será certamente uma das maiores em prol da cultura em todo o Estado.
Por: Ângelo Neto Santafe, julho/2012
Fonte: Facebook/walter de aguiar filho em 17/07/2012
Compilação: Walter de Aguiar Filho
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