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A Ilha do Imperador – Por Adelpho Monjardim

O aposentado Napoleão Bonaparte segura uma colher de prata da época do Império - Foto: Fabrício Marvila

No município de Linhares, um dos mais prósperos do Estado, situa-se a Juparanã, belíssima lagoa de vastíssimas e tranqüilas águas... não raro mar fremente. Ninguém ousa arrostar as suas cóleras. Vagas espumantes rolam pela sua superfície e ai de quem for colhido à sua passagem. Porejando espuma toda ela se transforma em um mar de leite. É a Juparanã selvagem dos índios, grandiosa nos seus arrebatamentos.

Fato curioso: não raro surgem nas suas águas grandes espécimes da fauna marinha, cetáceos e esqualos. É bom não esquecer que o seu emissário, o Rio Pequeno, faz a sua ligação com o Rio Doce.

Além dessas peculiaridades, que a notabilizam como ponto de atração turística, fato histórico, de alta relevância, ali teve lugar. Fato que não só a fixou na historiografia pátria, como redundou no surgimento de mais um mito no opulento e desenvolvido anedotário capixaba.

Quando da visita do Imperador D. Pedro II ao Espírito Santo, em 1860, Linhares o recebeu festivo. Com todas as honras recepcionado pelas autoridades e os grandes da terra, lauto almoço lhe foi oferecido na Ilha Santana, situada no centro da famosa lagoa, tão admirada pelo soberano. Desde esse dia a ilha passou a denominar-se do Almoço, nome que perdurou até 1878, quando passou a chamar-se do Imperador.

O régio visitante foi conduzido à ilha no batelão “Nova Emilia”, do Sr. Carvalho. Aquele foi um dia inesquecível para os fastos linharenses, dia de gala para a sua sociedade. Lá estava o que de mais representativo possuía a terra. Magnânimo o soberano fez doações e concessões de agrado geral, com o que a sua presença se tornou simpática naquele afastado rincão do Espírito Santo de antanho.

Dentre as curiosidades do régio almoço, aquele champanhe enterrado como lembrança da presença ali de Sua Majestade, o Imperador.

Segundo as crônicas, o almoço foi servido sobre a grande laje, no interior da ilha. Se verdadeira a lenda, a garrafa, que se tornou histórica, só poderá estar enterrada pelas cercanias da pedra. Até o momento todos os esforços para encontrá-la foram baldados. Se realmente existe o imperial champanhe, o felizardo que a encontrar terá nas mãos uma nota, pois a botelha passará a peça de museu, acrescida de valor histórico.

 

Fonte: O Espírito Santo na História, na Lenda e no Folclore, 1983
Autor: Adelpho Poli Monjardim
Compilação: Walter de Aguiar Filho, dezembro/2015

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