Colher de prata que D.Pedro II lançou na Lagoa Juparanã em 1860
Dono do talher de prata conta que objeto foi lançado na Lagoa Juparanã, em uma garrafa, pelo imperador Dom Pedro II em 1860
Pelas mãos do aposentado Napoleão Bonaparte, 79 anos, já passaram várias joias. Ourives por profissão, seu Napoleão já perdeu a conta de quantos anéis, simples ou com brilhantes, já fez em sua vida. Mas há um tesouro que o aposentado faz questão de lembrar todos os dias. Uma pequena colher de prata da época do Império, que segundo a lenda, seria a mesma que o imperador Dom Pedro II lançou nas águas da Lagoa Juparanã em 1860.
Segundo Napoleão, por pouco a colher não foi derretida. O ano era 1974 e o ourives recebeu a missão de transformar a peça em duas alianças de prata. Intrigado com a forma diferente e detalhada da colher, Napoleão fez uma troca.
."Uma família, muito tradicional de Linhares, me pediu para derreter a colher a transformar em duas alianças. Mas achei aquela peça diferente, imaginei que pudesse ter algum valor histórico. Peguei uma prata que eu já tinha em casa e fiz as alianças com essa prata. Guardei a colher e somente 15 anos depois o mistério foi resolvido", afirmou Napoleão.
Ao ler um livro que relata os registros históricos de Linhares, o aposentado soube que Dom Pedro II esteve em Linhares no ano de 1860. Na ocasião, o monarca almoçou na atual Ilha do Imperador, onde, após o almoço, colocou alguns objetos em uma garrafa de champanhe e a jogou na água.
"Entre esses objetos estava uma cédula de dinheiro, a colher de prata e alguns outros pequenos itens. Conta a tradição que a nota foi gasta em bebida e a colher foi guardada. Com o tempo, o talher chegou a essa família de Linhares e agora está comigo. Trata-se de um objeto raro e se alguém quiser comprá-la, fique logo sabendo. Não a vendo por menos de R$ 10 mil", revelou seu Napoleão, com um sorriso no rosto.
Objeto já faz parte da cultura local
Apesar de toda confiança do aposentado Napoleão Bonaparte em afirmar que a colher de prata é a mesa que Dom Pedro jogou na Lagoa Juparanã dentro de uma garrafa de champanhe, os registros desse fato são incompletos. Quem explica é a professora e voluntária da Seccional Regional de Linhares do Instituto Histórico e Geográfico do Espírito Santo (Serlihges), Arlene Campos.
"Essa colher já esteve aqui na Serlihges, foram feitas pesquisas sobre o talher e a visita do imperador, mas o resultado foi inconclusivo. O que se pode afirmar é que se trata de uma colher da época do Brasil Império, mas não há como ligar esse objeto à visita de Dom Pedro em Linhares", explicou Arlene.
A professora contou ainda que Linhares, à época do Império, era muito ligado à Coroa Portuguesa. Tanto que a visita de Dom Pedro foi intermediada pelo comendador Rafael Pereira de Carvalho, pessoa ligada à nobreza e amigo de famílias tradicionais de Linhares, e nada impede que objetos como a colher de prata tenham ficado em poder dessas famílias.
Contudo, se o talher que está em posse de seu Napoleão é o que foi lançado por Dom Pedro ou não, isso pouco importa, segundo explica a subsecretária de Estado do Patrimônio e Cultura, Joelma Consuelo Fonseca e Silva.
"Temos que levar em conta a cultura local, as tradições e as lendas locais. Isso faz parte do folclore popular. Se a história conta que Dom Pedro II jogou uma garrafa de champanhe com uma colher dentro, e se a população acredita que a colher está em poder agora de um morador, só isso já basta para criar um aspecto cultural em torno dessa lenda", explicou Joelma.
Prefeitura quer revitalizar ilha
Situada em uma das pontas da Lagoa Juparanã, a Ilha do Imperador foi escolhida como o cenário perfeito para que Dom Pedro II participasse de um almoço em fevereiro de 1860. Se naquela época o local esbanjava beleza e encantos naturais, hoje a ilha sofre com o abandono. Lixo, sacolas e garrafas pet estão espalhadas por todos os locais. Nem mesmo a placa de bronze que celebra a visita de Dom Pedro II e Getúlio Vargas a Linhares escaparam do vandalismo.
De acordo com o secretário de Cultura de Linhares, Antônio Bezerra Neto o município quer tornar o local turisticamente viável. O secretário conta que pretende realizar, em parceria com o Governo do Estado, um estudo para tornar o local mais acessível aos visitantes.
"É preciso, antes de mais nada, criar um estudo atrair visitantes ao local de modo que a ilha possa se tornar turisticamente viável. Queremos trabalhar, junto com o Estado, para realizar esse sonho, já que a ilha é um orgulho para os linharenses. Contudo, trata-se de um projeto a médio e longo prazo", finalizou o secretário.
Fonte: gazetaonline de 22/08/2011 - Jornalista, Reporter e Fotógrafo: Fabrício Marvilha
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