Avenida Jerônimo Monteiro (ex-rua da Alfândega)
Atualmente, é a principal artéria central de Vitória. Chamou-se, antes, Rua da Alfândega, sendo que, em 1872, passou a denominar-se Rua Conde D'Eu. Depois de proclamada a República, voltou a ser conhecida como Rua da Alfândega, embora as plantas da cidade, pelo menos, até a de 1917, a registrassem com o nome do conde. Sua primitiva extensão ia apenas do Cais do Imperador ao Edifício Nicoletti, de onde, em diagonal, ficava a Rua Pereira Pinto, ali os Correios postando cartas a cem réis. A Rua da Alfândega era estreita, com as fachadas das casas mal alinhadas, ainda que suficientemente reta. "Era rua de futuro, central, plana, com a Praça Santos Dumont a dividí-la ao meio". Aí as firmas importadoras, tais como a Viana Leal, Manoel Evaristo Pessoa, a Casa Garantia, J. Zinzen, a Antenor Guimarães tinham sede, o mar a bater-lhes nas portas de fundo, por onde recebiam as cargas desembarcadas dos saveiros e alvarengas. A J. Zinzen tinha armazém de café em prédio em que funcionou, mais tarde, o Cine-Central. Esse cinema, com orquestra de câmera, funcionou até fins da década de 20, tendo Angela Vargas nele realizado, com grande assistência, um de seus recitais de declamação, a 25 de novembro de 1925. Junto do cinema, a mesma firma dispunha de outro prédio (onde depois se instalou o Hotel Miramar), no qual se adquiriam finos artefatos importados.
O Banco do Brasil teve, aí, sua sede primitiva, inaugurada a 2 de abril de 1917, no prédio n° 78, sendo seu primeiro gerente o Sr. Salvador Pena. Também, na mesma artéria, inaugurou-se, em 1934, a sede dos Correios e Telégrafos, exatamente no local em que, antes, existira o velho Mercado Municipal. A Western funcionava em prédio ao lado.
A partir de 1920 a rua da Alfândega passou a denominar-se avenida Jerônimo Monteiro, alongando-se, já então, da Escadaria do Palácio até a praça Costa Pereira.
No governo de Nestor Gomes, a avenida Capixaba, que outra não era senão o prolongamento da Jerônimo Monteiro, ficou perfeitamente definida, com os alinhamentos marginais desembaraçados do casario da rua Cristóvão Colombo, da Praça Marechal Floriano Peixoto, da rua Pereira Pinto e do prolongamento das colonialíssimas ruas do Sacramento, São Miguel e General Câmara, abrindo-se aos olhos, desde o Cais do Imperador até a chácara dos Monjardim.
Na Jerônimo Monteiro, entre os anos de 1915 a 1940, existiram diversos armarinhos, bancos, bares, hotéis, cinemas, farmácias, padarias, armazéns de secos e molhados, botequins, além de outros ramos de negócio, e os cito aqui, salteadamente: A Queimadeira (tecidos), Casa Centenário (tecidos), Casa Garantia, de Ayres & Coelho (artigos de eletricidade), Irmãos Batista (café), Casa Cypreste (tecidos), Loja Esperança (tecidos), Flor de Maio (chapéus e malas); Empório Capixaba, Hotel Universal, Hotel Europa, A Vidrália, Casa Morgadinha (calçados e chapéus), Alfaiataria Resimini, Alfaiataria Júlio Lima, A Singer (máquinas de costura), Loja Silva & Irmão, Pan-Americano, Caio Noronha (armazém de secos e molhados), Armazén São José (idem), A Mimosa (armarinho), A Principal (calçados), Casa das Meias, Casa das Linhas, Farmácia Silveira, Farmácia Confiança, Conferlaria Colono, Rolaria Cruzeiro, A Hidrolito (dos irmãos Benezath), Casa Ramos (roupas), Bar OK, Charutaria de Manoel Braz, Papelaria Santa Presdiona„ Papelaria' e Tipografia Gentil, os estúdios fotográficos de Otávio Paes, Mazzei, Merjane e Quintas, a Casa Morgado Horta, ostentando tabuleta com estes dizeres: Nesta casa se fazem grandes compras com pouco dinheiro, as casas lotéricas de Justino e Delfim Nunes, Agência Copolilo (jornais e revistas), os trapinches de Antenor Guimarães e Mesquita & Cia, a Bolsa do Café, situada no andar térreo do Teatro Glória etc..
Presentemente, a Jerônimo Monteiro dispõe de diversos edifícios de porte, é asfaltada, tem melhores calçadas, comércio amplo, variadíssimo, já não é a mesma de antes. De tráfego sempre congestionado, poluída pela fumaça de ônibus e pelo vozerio dos que ali negociam clandestinamente, essa artéria, à noite, depois das 20 horas, torna-se deserta, meio escura, ao contrário de antigamente, quando quase todas as suas casas comerciais deixavam acesas artísticas vitrines, o que servia de pretexto para que a sociedade fosse admirá-las, até as 22 horas, quando então se apagavam os letreiros e se fechavam suas portas.
Fonte: Revista do instituto histórico e geográfico do Espírito Santo – Nº44, ano 1994
Autor: Elmo Elton
Compilação: Walter de Aguiar Filho, julho/2014
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